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Exorcismo, a obra de não-ficção de Thomas B. Allen

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Se você comprou Exorcismo pensando se tratar de uma história fictícia, pense novamente. Na verdade não se trata nem de acontecimentos verdadeiros sendo narrados, como Horror em Amityville. Não, o foco da obra de Thomas B. Allené mergulhar profundamente no mundo daqueles onde o exorcismo de fato existiu, muito diferente da mera ficção que você assiste nos cinemas. Aqui o assunto é levado tão a sério que a leitura deve ser feita com cuidado, pois corre o risco de você se perder se não tiver prestando atenção. É como se lesse um livro do colégio. A disciplina? Exorcismo, demonologia e o que há de pior no mundo.


A possessão é o cativeiro do mal. Tanto culturas primitivas quanto desenvolvidas de todas as eras acreditam nela. E todas as culturas que acreditavam em possessão encontraram maneiras de aplacá-la. Para os católicos, essa maneira era o ritual do exorcismo.

Antes de ler a obra em si, eu dei uma olhada noDiário do Exorcistaque tem no final do livro. Definitivamente foi o que mais me assustou. Enquanto a escrita de Allen é direta e simples, por se tratar mais de um livro jornalístico do que um horror fictício, no Diário você tem a transcrição completa do que aconteceu com o adolescente Robbie Manheim (o nome original foi alterado) em 1949. Este livro inspirou a publicação, em 1971, da obra mundialmente famosa O Exorcista, de William Peter Blatty, e mais tarde o filme homônimo dirigido por William Friedkin.


O terror começou com a morte da tia espiritualista de Robbie, que passou a tentar contatá-la usando um tabuleiro Ouija que ela mesma lhe dera. Com isso acabou abrindo a porta para o lado de , tornando o seu corpo um instrumento de possessão demoníaca. Aos primeiros sinais de que havia algo de errado com o garoto, ele foi levado a especialistas da área médica mesmo, que diagnosticavam seu caso como simples “aborrescência” – é a idade, eles diziam. Aí veio o lado sobrenatural da coisa: as manifestações demoníacas, os objetos voando pelos ares, a perturbação noturna. Os pais decidiram, então, recorrer à religião. Iniciou-se praticamente uma Cruzada contra o que estava assumindo o corpo de Robbie e atormentando toda a família. Acidentes aconteceram, alguns padres passaram pelo caso e foram embora, até que aqueles que permaneceram no caso começaram a viver uma vida dupla: de manhã eram pessoas normais, e à noite combatiam o demônio. Sem descanso.

“Phyllis Manheim estava aturdida demais para perceber que o corpo de Robbie agia como um tabuleiro Ouija. Ela questionou: Quanto tempo? Enquanto o menino gritava e fazia uma careta de dor, a mãe percebeu, para seu horror, que a pergunta o levava a sentir dor, fazendo com que outra resposta em sangue aparecesse. Agora no peito dele surgiram arranhões que ela acreditou significarem que a família ficaria lá por: três semanas e meia.”

Se você é um entusiasta do assunto, esse livro é indispensável. Se você gosta de assuntos relacionados à Igreja Católica, esse livro é indispensável. Se você, no entanto, prefere uma visão mais ampla das coisas, talvez não se sinta muito confortável com o viés limitado que temos do assunto. Como o autor fala no início da obra, a possessão demoníaca existe em várias culturas, mas o livro se dedica apenas ao lado cristão. Masss, considerando que o título da obra é Exorcismo, que é um ritual romano da Igreja, essa minha observação é facilmente descartada e de forma alguma desqualifica o trabalho brilhante do autor. Ele pesquisou, investigou, consultou todas as fontes disponíves, cavou o máximo que pôde e nos entregou um material de pesquisa e consulta maravilhoso. É o tipo de obra que Sam Winchester consultaria, se encontrasse disponível, para resolver algum caso de um adolescente possuído por um demônio – ou vários deles.

“Um dos braços de Robbie se moveu quase imperceptivelmente sob a correia. Ele deslizou a mão para fora da amarra. Ninguém percebeu quando o garoto estendeu a mão pela lateral da maca e, de alguma forma, soltou uma das molas. Hughes gritou e lutou para se levantar, o braço esquerdo pendendo flácido. Sangue manchava a sobrepeliz e a estola. O garoto tinha cortado o braço de Hughes do ombro ao pulso. Foram necessários mais de cem pontos para fechar o ferimento.”

Exorcismo não foi um livro escrito para deixá-lo aterrorizado, mas se você consegue trazer o que lê para a realidade com muita facilidade, sugiro que não o leia durante a noite. Tenha em mãos também um bloquinho de notas para anotar o tanto de coisa interessante que saltará aos seus olhos. Essa foi, para mim, uma leitura que não apenas concluí, mas também aprendi. Talvez o único pecado (rs) do autor tenha sido não ser totalmente impessoal. Suas pesquisas foram impecáveis, ele realmente mergulhou de cabeça neste trabalho... Mas deixou transparecer uma visão limitada de um assunto amplo demais. É o único porém que tenho a mencionar. Entretanto... Se você levar em conta que o nome do livro é um ritual que só existe na Igreja Católica, bem, apenas ignore essa última observação e siga sua vida. O livro é maravilhoso dentro do que propõe.
Ah, e pelo amor de Deus, NÃO USE AQUELE OUIJA. Eu não acredito muito, mas nada de arriscar, né?


“Especular sobre as intenções dos demônios é um risco lógico e teológico porque nunca se sabe quando o Príncipe das Mentiras está dizendo a verdade.”


Opinião final

Aproveite o trabalho primoroso de Thomas B. Allen nessa obra que é obrigatória para todo mundo que se sente interessado por casos de possessão demoníaca e curiosidades sobrenaturais. De quebra sua bagagem intelectual ainda sai mais pesada, porque é inevitável não aprender uma ou duas coisinhas para a vida, especialmente sobre a Igreja Católica. Se você tem medo do assunto, essa obra de não-ficção é tratada sob um ponto de vista tão imparcial e racional que o sobrenatural deixa de parecer absurdamente aterrorizante. O bônus, O Diário do Exorcista, é uma das melhores partes do livro e colocará sua imaginação para trabalhar bastante enquanto você lê as transcrições do que ocorreu naqueles dias.

“Um exorcista tem que tocar o mal, respirá-lo, se concentrar nele. Um padre se vê como um ser vivo trabalhando ao lado de Deus. Para agir contra o diabo, um exorcista penetra nas sombras profundas e tateantes do mal. Quando ele aparece, os demônios focam o mal nele. O padre exorcista, apesar de se considerar um agente do bem auxiliado pelo Deus todo-poderoso, se vê ao mesmo tempo como um mero humano sendo posto à prova contra um inimigo imponente e com longa experiência em perpetrar a maldade.”


Exorcismo (Possessed: the true story of an Exorcism) || Livro de não-ficção || Thomas B. Allen || Tradução de Eduardo Alves || DarkSide Books || Capa dura – Limited Edition || 272 páginas || Skoob e Goodreads || Compre na Amazon || Livro cedido em parceria com a editora.

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O Aprendiz de Assassino – ou a saga de um bastardo real || Você no MeL

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Oi, gente. Celly aqui – pelo menos no começo do post. Porque hoje ele é inteiro do Timóteo de Rezende Potin, um leitor que se disponibilizou a resenhar um livro que leu recentemente. Sim, mais uma postagem da coluna Você no MeL. Se você tem interesse em aparecer aqui, ou se quer fazer parte do bog escrevendo colunas/resenhas, basta enviar um e-mail para melivrando@live.com, ok? Agora vamos à resenha do Timóteo.


“― Conheci-o por toda a vida. Eu… trabalhei com ele. Muitas vezes. A mão e a luva, como diz aquele provérbio.

― E você era a mão ou a luva?

Não importava o quão rude eu fosse, Breu se recusava a ficar zangado.

― A mão ― disse ele, depois de uma breve consideração. ― A mão que se move invisível, oculta pela luva de veludo da diplomacia.

― O que você quer dizer? ― fiquei intrigado, meio a contragosto.

― Há certas coisas que podem ser feitas ― Breu limpou a garganta. ― Coisas podem acontecer, tornando a diplomacia mais fácil. Ou tornando um grupo mais disposto a negociar. Coisas podem acontecer...”

O dia é descrito como moribundo. Um homem conduz um menino ao forte da cidade. A mão do homem na mão do menino é dura, rude, porém quente e sem maldade. É implacável. Como a chuva cinzenta e gelada que torna brilhante a neve no caminho de cascalho pelo qual eles seguem. Chegando ao forte, o homem que conduz o garoto tem uma conversa rápida com um dos oficiais, argumentando que não irá mais trabalhar para cuidar desse garoto e que, se o pai quiser que ele coma, que ele mesmo lhe dê de comer. Dito isso, deixa o menino e volta para sua casa.

O PROTAGONISTA, FITZ CAVALARIA.

Essa é a primeira lembrança de nosso protagonista e dono da voz que narra em primeira pessoa a história, que por total falta de um nome melhor, acabou sendo chamado de Fitz. Este é um termo que deriva do latim filius, “filho de”, usado comumente para designar bastardos, que é justamente a posição do nosso Fitz. Mas não qualquer bastardo. Um bastardo real. Fitz é fruto da união do Príncipe Herdeiro, Cavalaria, com uma camponesa, filha do homem que leva Fitz ao forte, que ele conheceu durante uma campanha. A primeira característica que chama atenção no livro talvez já chamou a sua atenção na frase anterior, caro leitor. Sim, o nome do príncipe é “Cavalaria”. Os filhos da linhagem real são nomeados de acordo com a personalidade que deve ser moldada neles, fazendo com que os nomes sejam, em sua maioria, adjetivos. Então prepare-se para ver nomes como “Tomador”, “Veracidade”, “Sagaz”, “Paciência” no decorrer da história. Os ritos populares até dizem que os nomes seriam dados por magia e que, devido a isso, seria impossível para a pessoa trair seu próprio nome e desenvolver outra personalidade, mas infelizmente isso não é tão verdade assim.
Aqui ainda cabe uma pequena observação sobre o nome do pai do nosso Fitz. Eu disse acima que os nomes eram características, enquanto o nome do nosso Cavalaria é um substantivo. Ele é um pouco estranho mesmo. Aqui a ideia que deve ser associada é aquela da Cavalaria medieval e o código de conduta que eles deveriam seguir. Basicamente os ideais encontrados em Cavalaria podem ser resumidos em coragem, lealdade e generosidade.
Cavalaria, príncipe herdeiro dos Seis Ducados, famoso por sua diplomacia, liderança e conduta impecável. Fitz foi, talvez, o único fracasso que ele obteve na vida. E que fracasso monstruoso esse veio a se tornar. Com a chegada de Fitz e a confirmação de que ele realmente se tratava de um bastardo real, Cavalaria, para tentar preservar a honra de sua esposa, a Dama Paciência, abdica de sua posição como Herdeiro e abandona a corte, indo viver exilado no interior do reino.

“E assim cheguei a Torre do Cervo, o filho único e bastardo de um homem que nunca viria a conhecer. O Príncipe Veracidade tornou-se Príncipe Herdeiro, e o Príncipe Majestoso subiu um degrau na linha de sucessão. Se tudo o que eu tivesse feito na vida fosse ter nascido e sido descoberto, ainda assim teria deixado uma marca em toda aquela terra, para todo o sempre. Cresci sem pai, sem mãe, numa corte onde todos me conheciam como um divisor de águas. E um divisor de águas me tornei.”

Basicamente é isso o que ocorre para acender o estopim da nossa história. Nesse primeiro livro, vemos a infância e adolescência de Fitz na Torre do Cervo, a Fortaleza de onde a dinastia dos Visionários governa os Seis Ducados. A história de Fitz não é a do escolhido, do herói da profecia (ao menos não nos é apresentado nada nesse primeiro livro, e pelo tom da história, não creio que virá a ser o caso). Essa é a história de um bastardo, órfão e acima de tudo, um garoto solitário. Por ser um bastardo, ele não se encaixa na família real, e por ser da família real, ele não se encaixa com o povo. Uma vida meio sofrida, não?
O primeiro mentor de Fitz quando ele chega à Torre do Cervo é Bronco, mestre dos estábulos. Bronco é o mais perto de uma figura paterna que Fitz chega a conhecer, apesar de na maioria das vezes passar longe disso. Com Bronco Fitz aprende a cuidar dos animais e com o contato com os animais ele acaba descobrindo ser um usuário da Manha. E com essa deixa, chega a hora de falar um pouquinho sobre o Sistema de Magia do mundo criado por Robin Hobb. Ele se divide basicamente entre o que é chamado de Talento e Manha.
Talento é uma certa capacidade telepática que permite basicamente duas coisas: se comunicar a distância com outros usuários e influenciar os pensamentos dos outros. Para se comunicar, ambos os usuários precisam ser treinados no Talento, já para influenciar, não é necessário que o influenciado seja Talentoso. Qualquer pessoa pode ser treinada no Talento, porém algumas se familiarizam melhor com ele e se desenvolvem bem mais rápido. A Manha é de certa forma uma habilidade similar, porém ela cria um vínculo telepático não com pessoas, mas com animais. Não sabemos muito do total potencial da Manha nesse livro porque o único usuário dela que conhecemos é o próprio Fitz, e ele não tem ela totalmente desenvolvida (aparentemente, visto que não temos parâmetros). Além disso, a Manha é vista com maus olhos pela população e seus usuários são geralmente perseguidos e mortos.

“― A antiga Manha ― começou lentamente. Seu rosto tornou-se sombrio e ele olhou para baixo, como se se lembrasse de um velho pecado. ― É o poder do sangue animal, da mesma forma que o Talento vem da linhagem dos reis. Começa como uma bênção, dando a você a língua dos animais. Mas depois se apodera de você e te puxa para baixo, faz de você um animal como os outros.”
BREU E FITZ.

Outro mentor de Fitz na Torre do Cervo é Breu, e quando Fitz conhece Breu é que temos a sensação de que o livro realmente começou. É um personagem muito fácil de se gostar. Não vou dizer muito sobre ele porque ele acaba sendo um personagem um tanto enigmático, mas quando virem esse nome durante a leitura, se animem. E, claro, Breu é quem vai treinar Fitz na sua futura função, que como o próprio título do livro sugere, é se tornar um assassino a serviço do rei.
E falando em personagens enigmáticos, não posso deixar de fazer uma menção a Bobo. Bobo é um personagem curiosíssimo nesse livro. Para começar, a primeira característica que temos dele é que ele é albino, ou pelo menos, extremamente pálido. A segunda característica é quase uma ausência de característica. Bobo é andrógeno. É dito que ninguém sabe o sexo de Bobo e que isso é inclusive matéria de debates dentro da corte, e Bobo simplesmente se recusa a falar sobre isso. Pra completar a lista de características curiosas, Bobo aparentemente possui algum poder de prever o futuro, isso faz com que muitas de suas aparições deixem o leitor com uma pulga atrás da orelha.
E pra completar os personagens que chamam atenção nesse livro, os três membros restantes da família real. Rei Sagaz, Príncipe Veracidade e Príncipe Majestoso. Mais uma vez, os nomes entregam a personalidade de cada um. Fique de olho neles, principalmente em Veracidade, que é provavelmente o personagem mais fácil de se gostar no livro inteiro.
Talvez tenha notado a ausência de personagens femininas nessa lista acima. Infelizmente, esse livro peca um pouco nisso, na minha opinião. Até temos algumas personagens femininas de algum destaque, principalmente na segunda metade do livro, mas nenhuma que esteja entre as personagens que eu listaria como principais desse livro. Isso é uma mudança que eu espero para os próximos.
Apesar de não ser um “page turner”, esse livro me deixou extremamente satisfeito ao terminar de ler e até um pouco chateado por ter deixado ele três anos parado dentro do armário. Talvez se você exige um livro com uma pegada mais acelerada, com grandes batalhas acontecendo e o mundo sendo salvo do mal, esse livro não seja a melhor indicação. Porém, se você não se incomoda de uma história que é levada com um pouco mais de calma, tendo seu foco mais na relação entre os personagens do que na trama em si e nas reviravoltas, eu diria que esse é “O livro” que você está procurando.


FOTO RETIRADA DO BLOG HOOKEDBLAN.

O Aprendiz de Assassino (The Assassin's Apprentice) || Livro 1 de A Saga do Assassino || Robin Hobb || Editora LeYa || Brochura || 416 páginas || Skoob e Goodreads || Compre na Amazon.

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Esta resenha foi escrita por Timóteo de Rezende Potin.


Resumão #1: o que anda acontecendo?

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E aí, galera, tudo certo? Faz um tempinho que não dou as caras por aqui, né? Como avisei na página do Facebook, aproveitei que minha família faria uma viagem e tirei uns dias de descanso não apenas do blog, mas de tudo. Foi fantástico, fiquei sem acesso à internet e percebi o quanto essa ferramenta é capaz de nos prender num mundinho que deixa a gente alheio ao que nos aguarda lá fora. Eu estava precisando de uns dias totalmente offline para perceber o quanto andava viciada.


De qualquer forma, precisei voltar à minha realidade, e isso inclui o Me Livrando. Fiquei com saudades do blog e do nosso grupo, de ler e responder os comentários de vocês tanto aqui quanto lá. Pensei muito no que postaria para marcar o retorno dessas mini-férias... E é tanta coisa para postar que fiquei meio perdida. Sabe quando você tem muita coisa pra fazer e não sabe por onde começar? Comigo foi bem assim. Decidi então fazer um resumo de tudo e falar inclusive do que vem por aí. Vamos lá?


O que estou lendo?



Prince of Thorns, primeiro livro da Trilogia dos Espinhos, Mark Lawrence. Foi publicado no Brasil pela DarkSide Books e estava na minha lista de leitura há algum tempo. Eu confesso que tive receio de ler porque os comentários sobre a obra não são muito bons nos grupos que frequento, mas ainda assim solicitei através da parceria com a editora. E não é que estou amando?
Como vocês podem ver pelas fotos, as marcações que fiz não foram poucas. Frases legais, detalhes importantes sobre a história, observações que quase passam despercebidas... Apesar de o Rafa já ter resenhado, e termos entrevistado o Mark, quero resenhar também, então estou reunindo tudo para fazer uma análise bem legal e convencê-lo a conhecer Jorg Ancrath, um garoto de 13 anos cuja crueldade me fez lembrar Joffrey Baratheon. Em Prince of Thorns, no entanto, a história é narrada pelo próprio Jorg – ou seja, vemos tudo sob seu ponto de vista. Você entende o porquê de o príncipe ser como é, e eu até o compreendi tanto quanto foi possível em se tratando de um assassino e estuprador... Isso graças ao Mark Lawrence, que tem uma narração em primeira pessoa bem interessante. Eu simplesmente não consegui encontrar os defeitos de que as pessoas tanto falam. Gostei da construção dos personagens de modo geral, que nos são apresentados através de flashbacks no meio da história, e posso dizer que estou curtindo a leitura mais do que de Prince of Fools– e olha que eu também gostei bastante desse último.

Envolvemos nosso mundo violento e misterioso num pretenso conhecimento. Embrulhamos os vácuos de nossa compreensão com ciência ou religião, e passamos a acreditar que a ordem foi imposta. E, na maior parte do tempo, a ficção funciona. Roçamos a superfície, ignorando as profundezas. Somos libélulas voando sobre um lago, com quilômetros de profundidade, perseguindo caminhos erráticos atrás de causas sem sentido. Até aquele momento quando algo vindo do frio desconhecido vem à tona atrás de nós.


O que eu li?


O Trono de Diamante, de David Eddings, cuja resenha em breve será postada por aqui. Além de ter adorado Sir Sparhawk, o que realmente me fisgou nesse livro foi o worldbuilding. Uma análise detalhada é mais do que justa para uma obra desse nível. Esperar pelo momento em que terei o volume 2 em mãos será, no mínimo, sofrível...

O Império de Diamante, de J. M. Beraldo, foi uma surpresa à parte. A resenha deve sair em breve também. Foi a primeira obra dedicada à mitologia africana que li e confesso que demorei um tantinho a ser fisgada pela leitura, mas depois que aconteceu, foi só amor.



O que pretendo ler?

O box de quadrinhos deA Guerra dos Tronos com certeza está no topo da lista. Além de ser uma experiência diferente, as artes me cativaram logo de cara e estou mega ansiosa para começar a leitura. As edições são tão lindas que amanhã farei um post à parte apenas para mostrar essas preciosidades a vocês. Curiosidade: recebi de alguém que não faço ideia. Um presentinho que me deixou feliz e estará sempre guardado no meu coração, ainda que um dia os exemplares deixem de existir, só pela simbologia do ato. Fiquei embasbacada quando interfonaram avisando que havia uma encomenda na portaria. Obrigada, serumaninho maravilhoso!


Também quero ler O Povo Contra O.J. Simpson. Recebi há um tempo da DarkSide Books, mas ainda não li por questões de prioridade mesmo. Além da faculdade, né? Agora, no entanto, estou com uma louca vontade de conhecer a história do caso que chocou o mundo. Mais do que na hora.


Quero ler também Um Chapéu Cheio de Céu, recebido em parceria com a Galera Record. Os Pequenos Homens Livres, que antecede esse livro, foi uma grata leitura que amei fazer. Duvido que com Um Chapéu será muito diferente. Preciso de mais Tiffany Dolorida!

Caminho das Sombras está na lista. Recebido da Editora Arqueiro, foi muito elogiado nos grupos em que participo. Eu até comecei a leitura, mas por algum motivo abandonei – nem lembro porque abandonei, para ser sincera. Quero dar uma segunda chance.

Ah, e o livro mais inusitado dessa listinha: o amor nos tempos de #likes. Acho que a idade está me deixando um pouquinho romântica, né? Só sei que o Grupo Editorial Record enviou esse exemplar sem aviso prévio e eu fiquei curiosa, surpreendentemente me vendo com vontade de ler as histórias do livro. Acontece nas melhores famílias!


Maratona Literária Infanto-Juvenil: o que vou ler?
Ela acontecerá amanhã, após ter sido adiada por probleminhas técnicos (que me ensinaram a não mexer em time que está ganhando, aliás). Nessas 24h do sábado não estarei sendo muito ambiciosa, como sempre, porque eu sou a responsável pela Maratona, então na maioria das vezes fico sem tempo para ler :p Mas tento! E os livros que defini para amanhã foram Como Treinar Seu Dragão, uma releitura, e Um Chapéu Cheio de Céu– aí tiro logo um da listinha e já alivio para o meu lado, há.
Se conseguirei ler os dois em 24h? Talvez. É a intenção. Mas e você, o que irá ler?


Teremos postagens de novos artigos?
Com certeza. Dicas de livros para leitores de As Crônicas de Gelo e Fogo, só para começar. Um post que andei preparando sobre o nosso amado Tyrion Lannister também, e mais um da série Fantasia Pelo Mundo mostrando as capas de A Fúria dos Reis, livro 2 da saga de Martin, Brasil afora. Também estou pensando em fazer uma resenha decente de O Nome do Vento, porque não sei se posso chamar de resenha aquela declaração à obra que fiz no começo do blog :p
Ah, está no calendário também uma postagem sobre os meus livros favoritos da DarkSide Books– com sorteio no final! Esse será bem legal de fazer, imagino. Talvez em vídeo? Não dá pra prometer ainda ):
Por enquanto é só, mas aceito dicas de postagens também!


E o novo colaborador?
Como falei no post, a viagem que fiz em família me deixou sem acesso à internet. Isso atrasou um pouquinho o resultado, mas não significa que eu esqueci. E bônus para você que ainda não se inscreveu, porque agora tem um tempinho extra para fazê-lo! Só enviar um e-mail para melivrando@live.com anexando uma resenha ou artigo que você faria para o blog e dizendo porque quer ser parte da família. Estou lendo todas as submissões e não deixarei a sua passar em branco.


Resenhas de séries?

Não é o foco do blog, mas essa semana estou assistindo Stranger Things, então vocês podem esperar no mínimo um “Motivos para assistir” por aqui. Não posso ficar sem falar nada sobre a série do momento, né? Além disso, eu ainda nem existia nos anos 80, então não compreendi muitas das referências mencionadas pelas pessoas, que foi o que fez com que elas curtissem a obra... Eu serei uma leiga dando pitaco no assunto, quero só ver o resultado disso hahahah


Se você leu até aqui, meu muito obrigada. Isso porque foi resumão, né? <3 Em um mês volto com o próximo. Aproveitem esse restinho de férias, leiam bastante e saiam um pouco desta rede mundial de computadores viciante – cês vão me agradecer depois, sério. Beijão!


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Novato na Estante #2 ✱ A Guerra dos Tronos, o box em quadrinhos

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E hoje é dia de quê? De mostrar essas HQs lindas que recebi de alguém  Juro que não é minha intenção fazer inveja, mas se vocês sentirem eu vou entender, tá? Ainda não comecei a ler porque continuo lendo Prince of Thorns - admito que estou demorando, mas prefiro assim, sem pressão. Vamos às fotos?



Comprando no link acima você ajuda o blog e ainda nos incentiva cada vez mais a continuarmos nos livrando!

O box veio todo embalado com muito cuidado pela Amazon. Eu ia até tirar uma foto antes de abrir, mas a curiosidade foi maior, especialmente quando vi o box em si: tem uma textura gostosa e essa cor linda. O símbolo do meu foi da Casa Baratheon, e pelo que vi no site, isso tem um pouco a ver com sorte: você não pode escolher qual virá.

O LIVRO POR TRÁS DAS CÂMERAS NA FOTO ACIMA JÁ ERA MEU <3

Como se não bastasse, o box veio com um brinde: uma espada em miniatura com Game of Thrones gravado na lâmina. Se você gosta desse tipo de mimo, é maravilhoso, além de ser um item de decoração legalzinho - e, descobri, chama bastante atenção das crianças...


No box vieram quatro volumes de A Guerra dos Tronos, que foi a quantidade necessária para adaptar a história do livro na íntegra em forma de quadrinhos. Esse box, então, é o primeiro livro de As Crônicas de Gelo e Fogo. Como uma fã da história, encaro essa nova leitura como um desafio interessante, pois quando fizer a releitura, a minha imaginação irá substituir os atores pelas ilustrações dessas hqs. Eu particularmente prefiro assim.




Cada capa tem uma cena referente ao livro. Você acaba tendo uma noção de que parte da história aquele volume vai abordar.






E, para finalizar, temos extras no final de cada HQ! Sketches, comentários dos responsáveis pela obra, até um capítulo da Sansa no Torneio da Mão, além de um prefácio de George R. R. Martin.



Fiquem agora com algumas das cenas mais famosas da série e do livro (aliás, doeu na alma rever a morte do Ned):







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Então, gente linda, esse foi o Novato na Estante de hoje. Precisei mostrar a vocês esse box porque fiquei realmente apaixonada por ele. E aqui deixo, novamente, meus agradecimentos ao serumaninho que enviou! ❤

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Império de Diamante: quando um livro surpreende você

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Demorei um pouquinho a ler Império de Diamante, confesso. Tentei ler duas vezes, e fiquei frustrada porque não entendia o motivo de não conseguir engrenar na leitura quando tanta gente elogiava o livro. Hoje sei que, ao não conseguir ler um ano atrás, era provavelmente porque não estava em uma época legal. Prova que fiz a escolha certa em deixar a obra de lado por um tempo: talvez, me forçando a ler naquele momento, eu não gostasse tanto quanto quando li recentemente.
Império de Diamante é um livro que se estivesse entre as leituras obrigatórias de nossas crianças, certamente faria com que se apaixonasse por fantasia nacional. Nossa terra não tem apenas “palmeiras onde canta o sabiá”, tem também autores que estão escondidos aqui e acolá, apenas aguardando por uma chance de mostrar a que vieram. J. M. Beraldo é um deles.


O primeiro diferencial do livro de J. M. Beraldo é o cenário. Nada de continente europeu, norte-americano ou mesmo brasileiro: a obra se passa em Myambe, um lugar inspirado no continente africano. O enredo gira em torno do Império de Diamante em si, encabeçado pelo Imperador de Diamante, o “deus-vivo” e autoritário que iniciou sua campanha há milênios, extinguindo as demais culturas e religiões para que apenas a sua prevalecesse. Aqui eu senti um pouquinho de influência da época mais obscura da Igreja Católica: o Império consome aos poucos os quatro cantos do continente, suprimindo qualquer religião que não seja a sua, exterminando quem não aceita o Imperador como seu único deus sob a justificativa de heresia.


“Os estudiosos de todos os demais continentes confirmavam que a maioria das civilizações humanas que floresceram em outras terras eram provenientes de Myambe. Reinos exilados durante as Inquisições do Império de Diamante ao longo dos séculos. Mas, na cultura local, não passavam de covardes que preferiam a fuga à luta. Uma lenda local dizia que os homens dos outros continentes eram brancos porque fugiram de medo.” (p. 29)

O primeiro personagem que vislumbramos na obra é Rais Kasim, um mercenário que está retornando ao seu lugar de origem após um exílio, com seus companheiros mercenários: Inessa, Anton e Vinko. No primeiro capítulo presenciamos uma batalha e vemos que Kasim feriu mortalmente o Imperador de Diamante. A partir daí a terra começa a morrer, uma seca assola Myambe, o Império entra em colapso e a ameaça de extinção dessa força milenar torna-se uma nuvem que paira sob o continente inteiro. Tudo culpa do mercenário, de certo modo. Nas palavras do próprio livro (p. 299): “(...) com um golpe de desespero, Kasim havia condenado milhares de pessoas”.

“A vida é feita de ciclos que sempre voltam ao mesmo ponto. Assim como é perfeito um diamante, também é a eternidade. Um ciclo começou com você. Agora deve terminar com você.”

Além de Kasim, temos aquele que para mim é o melhor personagem: Adisa, apenas quinze anos, sacerdote que consegue compreender qualquer língua, seja escrita ou falada, ainda que nunca a tenha lido/ouvido antes. Esse dom é mais importante do que você imagina, e achei fenomenal que um garoto tão novo carregasse nas costas o peso dessa responsabilidade.
Outros personagens importantes são Mukhtar Marid, um guerreiro seguidor da religião Estrela da Manhã que lidera um grupo de rebeldes contra o Império, e Zaim Adoud, governante de uma província afastada do centro de controle do Império de Diamante, sendo negligenciada pelo Imperador e seus sacerdotes.

DA ESQUERDA PARA A DIREITA: MUKHTAR MARID, ADISA, RAIS KASIM E ZAIM ADOUD.

A geografia do lugar em que se passa o livro foi muito bem explorada. Eu, que sou alguém não muito fã de descrições extensas, gostaria que Beraldo tivesse prolongado as suas. Veja bem: estou acostumada a obras que se passam em cenários europeus, numa época feudal, com todos os seus personagens sempre tendo a mesma descrição – talvez com uma cicatriz a mais ali, faltando um olho aqui. Império de Diamante, entretanto, apresenta um cenário e vários personagens que para mim são novidades. Cada descrição foi muito bem vinda, aguçou minha imaginação e pôs minha mente para trabalhar com satisfação.
Além disso, também gostei da diversidade no aspecto fantasia: as habilidades sobrenaturais dos guerreiros primogênitos do Imperador são as que você nota logo de cara, mas também há espaço para oráculos – e céus, como eu gosto do conceito geral dessas pessoas. Beraldo se atentou a outros detalhes: esse é um livro cujos personagens têm, majoritariamente, “diferentes tonalidades de peles escura”. Inessa, uma personagem com características europeias, não passa despercebida, tampouco é venerada como o símbolo da beleza. Afinal, eis aí um conceito relativo, não? Inessa não é bela em Myambe: ela é bizarra. O autor dedicou atenção a esse ponto.

“Alguém como Inessa, de pele alva, cabelos loiros, quase brancos, e olhos verdes era não só uma raridade, mas tão exótico quanto alguns dos animais raros trazidos de outras terras. Apesar de não falar, Kasim preocupava-se que alguém tentasse sequestra-la para vender a algum nobre em busca de algo diferente para destacar-se dos demais.”


Eu poderia dizer, de modo sucinto, que esse é um livro recomendado a todos os fãs de fantasia. Mas vou também fazer uma observação: se você gosta de As Crônicas de Gelo e Fogo, A Saga do Assassino, A Roda do Tempo, A Crônica do Matador do Rei e O Senhor dos Anéis, você deve ler Império de Diamante. Por quê? Bem, não citei as sagas acima por se assemelharem à obra de J. M. Beraldo. O fato é: se você aprecia qualquer uma delas, com certeza é fã de uma boa fantasia e se interessa muito pelo tema. Império de Diamante é uma fantasia ótima, nacional e ainda irá expandir seus horizontes por fugir daquilo que mais encontramos nas livrarias e em nossas próprias estantes. Será uma experiência maravilhosa.
A edição da Editora Draco deixou escapar alguns erros de revisão, e a diagramação foi novidade para mim, mas nada que atrapalhasse a leitura e tirasse o brilho da trama excelente. Leia o quanto antes!


Império de Diamante || Livro 1 de Reinos Eternos || J. M. Beraldo || Editora Draco || Brochura || 312 páginas || Skoob e Goodreads || Compre na Amazon ou com o próprio autor || Livro cedido em parceria com o autor.

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Harry Potter: três novos livros vêm aí!

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Acredite ou não, muitos potterheads já devem ter finalizado a leitura de The Cursed Child - e isso antes mesmo de ser lançado aqui no Brasil. Eu estou aguardando a Editora Rocco publicar, mas imagino o quanto quem já leu deve estar se sentido órfão (de novo) do mundo criado pela fantástica J. K. Rowling... Fique feliz: você tem outra coisa para fazer que não seja chorar em posição fetal. Três livros novos dela vêm aí no formato e-book.

Podemos esperar por três novos e-books. Eles estarão disponíveis para compra na Amazon, Barnes & Noble e na iBooks Store da Apple por apenas $2.68, com os lançamentos previstos entre 06 a 08 de setembro. Os livros farão parte da série Pottermore Presents. Dois dos livros terão conteúdo inédito, enquanto grande parte dos textos é uma coletânea do que já foi publicado no Pottermore. A iniciativa foi tomada após a companhia perceber que nem todos os fãs de Harry Potter acessam o site - eu, por exemplo. Segundo a sinopse, os livros prometem "levar você além das histórias de Harry Potter enquanto J. K. Rowling releva suas inspirações, detalhes intrincados sobre as vidas dos personagens e surpresas do mundo bruxo". Se eu quero? Pode mandar uma cópia de cada aí!
Conheça os livros e sobre o que fala cada um:
 
 
Short Stories From Hogwarts of Power, Politicis and Pesky Poltergeists
stories-from-hogwarts-ebook-3 
“Um vislumbre do lado mais obscuro do mundo bruxo, revelando as raízes cruéis da Professora Umbridge, tudo sobre os Ministros da Magia e a história de Azkaban, a prisão de bruxos. Você também irá se aprofundar nos primeiros anos de Horace Slughorn como Mestre de Poções em Hogwarts - e sua intimidade com Tom Marvolo Riddle.”
 
 
Short Stories From Hogwarts of Heroism, Hardship and Dangerous Hobbies
stories-from-hogwarts-ebook-2 
“Histórias de heroísmo, dificuldade e perigosos focando em dois dos personagens mais corajosos e emblemáticos das histórias de Harry Potter: Minerva McGonagall e Remus Lupin. J. K. Rowling também nos levará para dar uma olhada por trás das cortinas fechadas da vida de Sibila Trelawney, e você encontrará o imprudente e amante de feras Silvanus Kettleburn ao longo do caminho.”


Hogwarts: An Incomplete & Unreliable Guide
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“Levará você a uma viagem pela Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Você se aventurará em seus terrenos, conhecerá melhor os moradores mais permanentes, aprenderá lições e descobrirá segredos do castelo... Tudo numa virada de página..”

Eu espero que a Rocco se interesse por traduzir e publicar, ainda que em formato digital. Não seria má ideia publicar edições físicas também. São livros fantásticos, fonte de conhecimento e amor para todo leitor e fã da saga bruxa mais famosa de todos os tempos. Assim Rowling só me dá mais esperanças de que, um dia, publicará Hogwarts: Uma História. Espero que o título "corrigido" do último e-book seja um indicativo de que mais obras voltada à escola virão por aí.
E você, ficou ansioso pelo lançamento? Irá comprar também?


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História de Aventura: leia na íntegra conto inédito de Neil Gaiman

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Adventure Story, ou História de Aventura, é um conto da coletânea Trigger Warning: Short Fictions and Disturbances (Alerta de Risco: Contos e Perturbações no Brasil). Foi escrito para um programa de rádio, segundo Neil Gaiman (55), mas acabou sendo recusado depois de ter sido publicado em outra revista.

Trigger Warning explora as máscaras que todos vestimos e as pessoas que estão abaixo delas, para revelar nossas vulnerabilidades e os nossos "eus" verdadeiros. O livro é prolífico de histórias de terror, fantasmas, ficção científica, contos de fadas, fábulas e poesias, que exploram o domínio da experiência e amoção. Em "Adventure Story" - uma tema presente em "O Oceno no Fim do Caminho" -, Gaiman pondera sobre a morte e a forma como as pessoas tomam suas histórias sobre ela. Sua experiência social com o projeto "A Calendar of Tale", no qual histórias foram criadas a partir de tweets dos seus seguidores estão no livro. Gaiman oferece a sua engenhosa narrativa para o premiado conto de mistério "The Case of Death and Honey", inspirado em Sherlock Holmes. Em "Click-Clack the Rattlebag", o autor explica os rangidos e barulhos que ouvimos quando estamos sozinhos na escuridão.

A Editora Intrínseca, desde de 2015, adquiriu os direitos de publicação da obra - e a Amazon prevê o lançamento para 27 de agosto. Se você é impaciente, pode adquirir a versão em inglês, com capa dura e 352 páginas na Amazon, ou o audiobook. Em Trigger Warning você encontrará diversos contos, sendo um deles ambientado em American Gods, e esse cuja tradução foi divulgada pela Folha de S. Paulo


Confira agora Adventure Story.


Na minha família, "aventura" tende a ser usada para se referir a "qualquer pequeno desastre ao qual tenhamos sobrevivido" ou mesmo "qualquer quebra de rotina". Exceto por minha mãe, que ainda emprega a expressão com o sentido de "o que ela fez hoje de manhã". Entrar na parte errada do estacionamento de um supermercado e, enquanto procura o carro, iniciar uma conversa com alguém cuja irmã ela conheceu na década de 1970 seria, para minha mãe, uma aventura e tanto. 
Ela está ficando velha. Não sai mais de casa com tanta frequência. Desde que papai morreu. 
Na minha visita mais recente, fizemos uma limpa de alguns dos pertences dele. Mamãe me deu uma caixa de couro preto com abotoaduras desgastadas e me convidou para escolher como recordação qualquer um dos velhos suéteres e cardigãs de papai. Eu amava meu pai, mas não consigo me imaginar usando um de seus suéteres. Ele sempre foi muito maior que eu, a vida toda. Nada dele serviria em mim. 
– O que é aquilo? – perguntei à minha mãe. 
– Ah. É algo da época do exército, de quando seu pai voltou da Alemanha. 
A figura tinha sido esculpida numa pedra vermelha do tamanho do meu polegar, cheia de pintas. Era uma pessoa, um herói ou talvez um deus, com uma expressão de dor no rosto entalhado grosseiramente. 
– Não parece muito alemão – falei. 
– Não é, querido. Acho que veio de"¦ Bem, hoje em dia é o Cazaquistão. Não sei ao certo qual era o nome naquela época. 
– O que papai estava fazendo pelo exército no Cazaquistão? 
Teria sido mais ou menos na década de 1950. Meu pai chefiava o clube dos oficiais na Alemanha durante o período em que serviu e, em nenhuma das histórias que ele contava no jantar sobre os tempos de exército no pós-guerra, jamais relatou nenhum feito digno de nota, nada além de pegar um caminhão emprestado sem permissão ou aceitar uma garrafa de uísque que talvez não tenha sido endereçada a ele. 
– Oh! – exclamou, com a expressão de quem falou demais. – Nada, querido. Ele não gostava de tocar no assunto. 
Coloquei a estatueta junto às abotoaduras e à pequena pilha de fotos em preto e branco, curvadas pelo tempo, que decidira levar para casa e digitalizar. 
Dormi no quarto de hóspedes no final do corredor, na cama estreita. 
Na manhã seguinte, fui até o cômodo que tinha sido o escritório do meu pai, para dar uma última olhada. Então, caminhei pelo corredor até a sala, onde mamãe já tinha posto o café da manhã. 
– O que houve com aquela estatuazinha de pedra? 
– Guardei, querido. 
Os lábios dela estavam retesados. 
– Por quê? 
– Bem, seu pai sempre dizia que não deveria ter trazido aquilo. 
– Por que não? 
Ela despejou o chá com a mesma chaleira de porcelana que a vi usar por toda a minha vida. 
– Havia gente à procura da pedra. No fim, a aeronave deles explodiu. No vale. Por causa daquelas coisas voadoras batendo contra as hélices. 
– Coisas voadoras? 
Ela pensou por um momento. 
– Pterodátilos, querido. Foi o que seu pai contou. É claro, ele disse que as pessoas na aeronave mereceram tudo o que aconteceu a elas, depois do que fizeram aos astecas em 1942.
– Mãe, os astecas morreram séculos atrás. Muito antes de 1942. 
– Ah, sim, querido. Os da América. Não os daquele vale. Esses outros, os que estavam na aeronave, bem, seu pai disse que não eram pessoas de verdade. Mas se pareciam com pessoas, embora viessem de um lugar com um nome bem engraçado. Como era mesmo? – Ela pensou um pouco. – É melhor beber seu chá, querido. 
– Sim. Não. Espere aí. Como eram essas pessoas? E os pterodátilos estão extintos há cinquenta milhões de anos. 
– Se você diz, querido. Seu pai nunca falava nisso. – Ela fez uma pausa. – Havia uma garota. Isso foi no mínimo cinco anos antes do seu pai e eu começarmos a namorar. Ele era muito bonito na época. Bem, sempre o achei bonitão. Ele a conheceu na Alemanha. Ela estava se escondendo de pessoas que procuravam a estatueta. Era a rainha ou princesa deles, ou xamã, ou coisa assim. Eles a sequestraram, e, como ele estava junto, o levaram também. Não eram alienígenas, na verdade. Pareciam mais aquela gente que vira lobo na televisão"¦ 
– Lobisomens? 
– Imagino que sim, querido. – Ela parecia em dúvida. – A estátua era um oráculo, e quem a possuísse, mesmo que momentaneamente, era considerado o governante dessa gente. – Ela mexeu o chá. – O que seu pai disse mesmo? A entrada do vale era por uma pequena trilha a pé e, depois da garota alemã, bem, ela não era alemã, é claro, mas eles explodiram a trilha usando uma"¦ máquina de raios, para interromper o caminho para o outro mundo. Desse modo, seu pai teve que encontrar o caminho de casa sozinho. Teria se metido em muita encrenca, mas o homem que escapou com ele, Barry Anscome, era do setor de espionagem do exército e"¦ 
– Espere aí. Barry Anscome? Aquele que vinha passar o fim de semana aqui quando eu era criança? Sempre me dava uma moedinha de cinquenta pence. Fazia péssimos truques com moedas. Roncava. Tinha um bigode bobo. 
– Sim, querido. Barry. Foi para a América do Sul quando se aposentou. Equador, acho. Foi assim que eles se conheceram. Quando seu pai estava no exército. 
Meu pai dissera certa vez que mamãe nunca tinha gostado de Barry Anscome, que era muito chegado ao meu pai. 
– E? – insisti para que continuasse. 
Ela serviu outra xícara de chá. 
– Faz tanto tempo, querido. Seu pai me falou sobre isso só uma vez. Mas não me contou a história assim que a gente se conheceu. Só quando já estávamos casados. Disse que eu precisava saber. Estávamos na lua de mel. Fomos a um pequeno vilarejo de pescadores espanhóis. Hoje em dia é uma grande cidade turística, mas, na época, ninguém conhecia o lugar. Como era o nome? Ah, sim. Torremolinos. 
– Posso ver de novo? A estátua? 
– Não, querido. 
– Já a guardou? 
– Joguei fora – disse minha mãe, fria. Então, como se quisesse me impedir de revirar o lixo, acrescentou: – Os lixeiros passaram de manhã.
Não falamos mais nada. 
Ela bebericou seu chá. 
– Você nunca vai adivinhar quem eu encontrei na semana passada. Sua antiga professora, a sra. Brooks, lembra? Esbarrei com ela no supermercado. Saímos para tomar café na livraria porque eu queria conversar a respeito da possibilidade de entrar para a comissão organizadora da feira da cidade. Mas a livraria estava fechada. Em vez disso, fomos na casa de chá. Foi uma aventura e tanto.

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Os clássicos e a importância que carregam

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Por enquanto, Celly aqui. Esse post, porém, é o primeiro de um dos novos colaboradores do blog. Aqui vocês terão a primeira incursão ao mundo de devaneios de Lucas Bitencourt, que eu conheci através do grupo da Maratona Literária Me Livrando de um modo bem inusitado - e hoje, quem diria, ele faz parte da família! Aproveitem a viagem, leitores. Câmbio, desligo.
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Ah, os clássicos da literatura... As duras críticas, a pura diversão e a cultura em si. A combinação perfeita, eu diria. Sou suspeito, sim, já que nada me entretém mais que um Tolkien ou Conan Doyle, mas vamos pontuar aqui alguns motivos pelos quais a leitura de clássicos é importante.

Entender o passado
“Quem lê, viaja”, não é? Os clássicos nos levam muito além de um outro lugar. Eles nos transformam em viajantes do tempo. Quer dizer, clássicos dificilmente são livros novos. O mais recente de que consigo me lembrar é Harry Potter, e nem sei bem se este é, de fato, um clássico da literatura (não me massacrem, fãs). De qualquer forma, os clássicos são, em sua maioria, velhos. Logo, acabamos por conhecer muito do que se passava no momento em que foram escritos. Os Miseráveis, por exemplo, se passa entre a batalha de Waterloo e as barricadas de Paris. Não foi escrito nesse período (as barricadas vieram em 1830, e o livro foi publicado em 1862), mas toda a história se desenrola ali, com incríveis detalhes que nos transportam para a Europa do século XIX. Outra obra digna de citação é O Apanhador no Campo de Centeio, que mostra o mundo depois da Segunda Guerra Mundial e toda a agitação da Guerra Fria sob um olhar um tanto crítico.


Melhorar o vocabulário
O vocabulário de um clássico é, geralmente, bem rebuscado. Certas partes são complicadas de entender justamente pelas palavras que as descrevem. Odisseia e Ilíada são exemplos conhecidos, e ler tais obras é difícil. BEM difícil, não vou mentir. No entanto, quando nos esforçamos para aprender as palavras novas, o nosso “catálogo de expressões” se amplia e podemos, então, entender perfeitamente o que o autor quis passar ao leitor. A sensação é inexplicável. Se você já leu um trecho de certo livro clássico e entendeu todas as palavras, sem exceção, sabe do que estou falando.


Pensar e questionar
Muitas das tramas de hoje em dia são “sem sal”. Aqueles clichezinhos adolescentes que fazem um sucesso danado, sabe? Não vamos generalizar, por favor, mas não podemos negar que clássicos são bem mais profundos. Como dito anteriormente, o clássico foi escrito em uma época bem diferente. Lá, os autores se dedicavam a fazer com que seus leitores refletissem certos detalhes. Tanto que muitas obras trazem críticas severas à sociedade. Clássicos são uma excelente fonte de inspiração no que se refere a questionar o que ocorre ao seu redor.


E por falar em inspiração...
... muito do que se lê hoje foi inspirado por algo escrito anteriormente. Não só no mercado literário, mas também no cinematográfico. Os clássicos não fazem com que apenas nós, meros leitores, nos inspiremos, mas atingem também os mais renomados escritores da atualidade.


Clássicos são atemporais
Pegue O Ateneu como exemplo aqui. O livro foi publicado em 1888, mas é muito atual. A obra mostra a adolescência e a fase de “se conhecer” de Sérgio. Embora a história se desenrole em um tempo muito distante do nosso, muitos elementos se assemelham à sociedade contemporânea. A farra dos jovens e sua rebeldia em relação aos pais, um lugar onde os fracos não têm vez. Clássicos não têm data de validade.

O que você acha? Clássicos são, de fato, leitura obrigatória? Há algum motivo para ler clássicos que não foi incluído aqui? Deixe sua opinião nos comentários!

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Por Lucas Bitencourt.



Fragments of Horror: conheça a nova aposta em mangá da DarkSide Books

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"A cada página de um livro, a cada fase de um jogo, a cada calafrio, estaremos apostando sempre no escuro, no mágico, no inusitado e no novo." DarkSide Books no site oficial da editora.
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A editora mais dark do Brasil resolveu investir também em mangás. Isso mesmo! Não basta tocar o terror nos livros e em suas edições caprichadas, agora também teremos a DarkSide Books sob um ponto de vista mais oriental. E a estréia nesse novo nicho não podia ser diferente: será com Fragments of Horror, do mestre terror japonês Junji Ito. Segundo a sinopse do Goodreads, trata-se de “uma nova coletânea deliciosamente macabra” com contos totalmente independentes “que vão desde o terror à comédia, do erotismo ao repugnante, essas histórias mostrarão o tão esperado retorno de Junji Ito ao mundo do horror.”

Alguns dos oito contos presentes na obra serão Kuroi Tori(Blackbird), Mimi Kosuru Ona (Whispering Woman) e Kaibou-chan (Dissection-Chan). Em Blackbird há a retratação de uma provável lenda japonesa, em que um espírito em forma de pássaro alimenta um homem moribundo na floresta – o final é inesperado. Whispering Woman é sobre uma mulher que consegue um emprego que queria muito após vê-lo nos anúncios – e que se trata literalmente de dizer a uma garota o que ela deve fazer doze horas ao dia. Por fim, Dissection-chan é sobre uma garota que, na infância, sempre foi fascinada por dissecar ratos e sapos, e conforme crescia, bem... Você entendeu. E vem muito mais além disso tudo.

A nota média da obra no Goodreads foi de 3.9/5, o que é uma média muito boa se formos levar em consideração o quanto os leitores da rede social são exigentes. Segundo leitores de Junji Ito, esse é um de seus melhores trabalhos e tem um quê Lovecraftiano. Uma pessoa da DarkSide Books já confirmou que o lançamento da obra está previsto para 2017, mas não pôde dar mais informações. Não tem problema: a gente espera.

Enquanto isso confira algumas imagens do mangá e veja o que nos aguarda ano que vem:

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Junji Ito, Lovecraftian Horror, Stories, New Book, Fragments Of Horror



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E aí, já deu para ter uma noção do que nos aguarda? Você irá adquirir a obra? Já teve contato com a obra de Ito? Eu nunca fui leitora assídua de mangás, mas nunca é tarde demais para me tornar uma. Mal posso esperar pelo lançamento (e pelos pesadelos também).


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#TokyoTerror: A Caveira e o Mangá

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Ainda essa semana compartilhei com vocês a notícia maravilhosa de que em 2017 a DarkSide publicará o primeiro mangá da editora, tradução de uma obra do mestre do horror japonês Junji Ito. Agora trago as palavras da própria editora sobre a novidade, que irá inaugurar o selo Tokyo Terror. #TokyoTerror 

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A Caveira e o Mangá
 Nascidos das Sombras

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Algo milenar se ergueu nas sombras do teatro japonês, caminhou por entre feudos e plantações de arroz e ganhou espaço no rolos de tecidos e papéis. Histórias sequenciadas ganharam voz e, como em um balé perfeito entre imagens e palavras, algo grandioso começou a ganhar vida.

Os primeiros filhotes dessa união ganharam o mundo na década de 20 e reconhecimento próximo à década de 40, mas o silêncio se instaurou – a Guerra Fria estancou seu crescimento. Deste momento em diante, a criança seguiu seu destino. Naquele sombrio e estranho momento de guerra, entre ruínas e poeira, os desenhos continuaram a florescer, ganharam olhos grandes e expressivos para se comunicarem com o mundo de uma forma única. O traço marcante de Osamu Tezuka ajudou a dar um estilo nunca antes visto.

Crescemos entre godzillastokusatsus e animes, entre guerras atômicas e avanços tecnológico diários – e o mangá cresceu, amadureceu e ganhou o coração dos jovens que erguem e transformam o novo mundo. Entre personagens mágicos e assustadores, nos tornamos adultos repletos de sonhos.

Nasce aqui o novo selo da primeira editora do Brasil inteiramente dedicada ao terror e à fantasia. TOKYO TERROR® é a linha editorial da DarkSide® Books que promete tocar o terror no mundo do mangá e trazer o que há de mais tenebroso na literatura do sol nascente. E este é só o começo - afinal de contas, dentro de nós é sempre meia-noite.

NOTA
Mangá muito Dark
Novo selo da editora DarkSide® Books - TOKYO TERROR® é uma linha editorial diferenciada e moderna que promete tocar o terror no mundo do mangá e trazer o que há de mais tenebroso na literatura do sol nascente.

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Think outside the box - Conheça Crânio, a nova linha editorial da DarkSide Books

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Bem, aqui no blog sempre me dediquei a livros de ficção, especialmente aos de aventura. Talvez o meu único lado diferente desse que cês conhecem seja a Celly apaixonada por livros sobre serial killers Mas fiquem tranquilos que logo conhecerão outro... Assim que o primeiro lançamento do selo Crânio, da DarkSide Books, for lido e absorvido por essa pessoinha que vos escreve. Confiram abaixo o release do selo e de Onde Nascem os Gênios, do autor Eric Weiner.
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“Inteligência é a capacidade de se adaptar à mudança.”
Stephen Hawking



Crânio— a nova linha editorial de não-ficção da DarkSide® Books — estimula o leitor a entender e questionar o mundo que estamos construindo. Após desenterrar clássicos inesquecíveis e revelar novos fenômenos da literatura dark, a 1ª editora brasileira inteiramente dedicada ao terror e à fantasia amplia seus horizontes. O objetivo é trilhar novos caminhos, mostrando que ciência, inovação, história e filosofia podem ser tão surpreendentes quanto a mais criativa obra de ficção.

Aqui tudo é real. E ainda assim, fantástico e muitas vezes assustador. Assuntos delicados e surpreendentes são tratados com o respeito que merecem, com uma linguagem que aproxima o leitor. Devorar um título da série Crânio é aceitar um convite à reflexão do agora. O compromisso da linha editorial Crânio é publicar material minuciosamente selecionado. Livros assinados por especialistas, acadêmicos e pensadores em diversas áreas, dispostos a dividir experiências e pontos de vista transformadores que nos ajudem a entender melhor esse estranho e admirável mundo novo.

Entre os primeiros títulos da nova linha editorial da DarkSide®, vamos investigar as possibilidades e os riscos reais de a inteligência artificial alcançar e até mesmo superar a inteligência humana, em Superinteligência, do filósofo Nick Bostrom. A obra conta com prefácio exclusivo para a edição brasileira feita pelo físico, astrônomo, professor e escritor Marcelo Gleiser.



Onde Nascem os Gênios
Eric Weiner


Vamos embarcar em um viagem única e sem bilhete de volta para conhecer a origem e as raízes que alimentaram a mente e o espírito dos grande gênios da humanidade, conduzidos pelo aclamado autor Eric Weiner, um inveterado andarilho, amante da estrada e apaixonado pelo mundo em que vivemos. Um livro diferente: ora um diário de viagem, ora um romance repleto de informações históricas e costurado com muito humor e um olhar único de quem conhece o mundo como a palma de sua mão.

De Atenas, na Grécia antiga, ao Vale do Silício dos dias de hoje, Weiner tenta compreender a conexão entre o ambiente e o surgimento dos grandes gênios que transformaram o mundo e abriram novos caminhos e possibilidades. Um verdadeiro passeio por onde as lâmpadas mais brilhantes da humanidade acenderam e iluminaram a nossa trajetória até hoje. Não são poucos os gênios espalhados por esse vasto planeta mas nem todos conseguiram colocar seu nome na história. Nas palavras de um dos grande gênios ainda vivos, Stephen Hawking, “a inteligência é a capacidade de se adaptar à mudança”. E essa pode ser a grande faísca para um simples lampejo de genialidade capaz de mudar a rota da nossa história, das nossas vidas e de toda as nossas convicções.

Weiner explora a história de lugares — como a Viena da virada do século XIX para o XX, a Florença renascentista, a antiga Atenas, a dinastia Song Hangzhou, que governou a China de 960 a 1279, até a Califórnia contemporânea — para mostrar como certas configurações urbanas são apropriadas para a concentração e ebulição das melhores mentes da época. Faremos os mesmos caminhos que inspirou figuras como Sócrates, Michelangelo e Leonardo da Vinci para tentar descobrir, com a ajuda de Weiner, o que ainda paira de especial sobre cada um desses locais. Esta ligação pode ser rastreada através da história: a teoria da evolução de Darwin, concebida enquanto andava em uma carruagem. Os grandes pensamentos de Freud que tomaram forma durante suas visitas a uma singela cafeteria local. Beethoven e suas longas caminhadas no meio da mata, cercado pelo poderoso e gutural som da floresta.


Com uma narrativa afiada e provocativa, Onde Nascem os Gênios redefine o argumento sobre como uma mente brilhante floresce e se torna o fruto da cultura e do ambiente que somos condicionados e inaugura a nova linha editorial da DarkSide® Books em grande estilo.
ERIC WEINER é jornalista e autor de obras de não ficção, como The Geography of Bliss e Man Seeks God. Trabalhou como correspondente da National Public Radio (NPR) e seu trabalho tem sido publicado no New York Times, Slate, Quartz, Los Angeles Times, Foreign Policy e na BBC. Por alguma razão, vive em Washington, dc. Saiba mais em ericweinerbooks.com.

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Caminho das Sombras, a fantástica estreia de Brent Weeks

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Se você deseja ler uma resenha mais elaborada e detalhada, com comentários sobre o worldbuilding e sistema de magia, clique aqui.
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Caminho das Sombrasé o primeiro livro da trilogia Anjo da Noite. O livro se passa a oeste de Midcyru (acesse o mapa clicando aqui), num reino chamado Cenária, onde nosso protagonista nasceu e cresceu. Azothera apenas um garoto das Tocas, um lugar medíocre e imundo afastado da parte civilizada de Cenária. Quando o vemos pela primeira vez, ele tem onze anos e está catando moedas debaixo de uma taverna, pois precisa ter o suficiente para pagar uma espécie de pedágio ao Punho (basicamente o valentão e carrasco) da Guilda da qual faz parte. As Guildas não passam de gangues ambulantes que assaltam, furtam e matam Tocas adentro, disputando entre si o controle de determinadas porções dessa parte da cidade de Cenária.

Azoth pertence à Guilda do Dragão Negro, que está sujeita à crueldade de Rato, o Punho. Consigo ele tem apenas Jarl e a Menina-Boneca, crianças de rua que sobrevivem com ele à miséria que impera nas ruas. Como a Menina-Boneca tem apenas oito anos de idade, Jarl e Azoth se sentem responsáveis por poupá-la dos infortúnios da vida. Isso não significa que Azoth seja valente – ele até é corajoso, mas não passa de uma criança. Teme as ruas, teme os valentões, teme a patrulha da cidade, teme Rato e seus asseclas.

“Azoth tentou falar, mas sua garganta estava tão contraída que ele só conseguiu ganir. Rato riu de novo e todos o acompanharam, alguns apreciando a humilhação, outros apenas com a intenção de deixa-lo de bom humor. Ódio percorria o corpo de Azoth. Odiava Rato, odiava a guilda, odiava a si mesmo.”



É por isso que quando tem um vislumbre de Durzo Blint, naquela mesma ocasião em que catava moedas sob a taverna, se sente são esperançoso. É por isso que certo dia, quando Durzo acaba se deparando com uma amardilha da Dragão Negro e ri na cara de Rato, Azoth tem a certeza de que quer ser aquele homem: tão forte e corajoso a ponto de debochar daquilo que faz ele, o próprio Azoth, tremer de pavor. O garoto ainda leva um tempo para enfim começar a trilhar o seu destino com Mestre Blint, e precisa de um empurrão de Rato para tanto – algo envolvendo atrocidades inomináveis que o Punho comete com os únicos amigos que Azoth tem. E, ainda que pequeno, após insistências e testes, o garoto consegue se tornar aprendiz do melhor derramador de todos os tempos.

“(...) Essa não é a vida que você deseja ter. (...) Se vir comigo, terá que abrir mão de todo o resto. Quando começar a fazer o que faço, nunca mais será o mesmo. Vai ficar só. Vai ser diferente. Sempre. E isso não é o pior. Não quero amedrontá-lo. Bem, talvez queira. Mas não estou exagerando. O pior, garoto, é o seguinte: os relacionamentos são uma corda. O amor é uma forca. Se você vier comigo, terá que desistir do amor. Sabe o que isso significa?”

Azoth leva uma vida dupla e ao mesmo tempo torna-se Kylar Stern, um suposto baronete falido e acolhido na casa de Conde Drake. Se por um lado ele cresce sendo educado como um nobre, à noite une-se às trevas em seu treinamento para se tornar um derramador. Durante as tardes, aprende a ler com Mama K, a mais famosa ex-cortesã (e Senhora dos Prazeres) que tem sob seu poder todos os prostíbulos de Cenária. Após dez anos sob o treino árduo de Durzo Blint, Kylar Stern é Azoth, e Azoth é Kylar Stern. Ainda um nobre assassino, pois aparentemente sem Talento, Kylar não pode se considerar derramador. Seus conhecimentos sobre venenos, armas brancas e luta corporal extrapolam as expectativas de Durzo Blint, mas ainda assim Kylar se mostra uma decepção. Sua única salvação é vincular-se a um ka’karie despertar o Talento que tem e si. Só tem um porém: o ka’kari também está nos planos do Deus-Rei que governa a nação de Khalidor e Garoth Ursuul, o Deus-Rei no momento em que se passa o livro, fará de tudo para obtê-lo.

“Dois significados diferentes. O seu nome é assim: significa ao mesmo tempo aquele que mata e aquele que é morto.”

Kylar Stern by Sykugen
KYLAR STERN [Créditos]. 



Esse foi o primeiro livro do Brent Weeks e que estreia, gente! Adorei a narrativa e o quanto me senti imersa na história. Lembrou-me bastante a sensação que tive com O Nome do Vento: sofri com Kvothe tanto quanto sofri com Azoth. O sofrimento de ambos não é derivado algo que aconteceu consigo, mas de ver a crueldade e a dor acometer aqueles a quem amam. Isso é devastador e Weeks conseguiu passar o sentimento com sua escrita, incluindo a agonia de Azoth/Kylar quando se viu diante da difícil decisão de escolher entre as duas pessoas que mais lhe são importantes.
Os personagens conseguem nos cativar com facilidade. A trama é interessante e o autor soube muito bem terminar os capítulos em momentos de clímax. Largar o livro para dormir ou voltar ao mundo real eram momentos sofríveis para mim, pois eu queria saber o que havia acontecido, eu queria saber o final da história...
A editora deixou passar alguns erros de revisão, mas nada que atrapalhe a leitura. Foram tão poucos que mal recordo deles. A diagramação está confortável, talvez a única coisa que não me agradou na obra tenha sido a capa – a achei um pouco sem sal e não compraria se a visse. Mas que bom que escolhi receber da parceria da editora, porque definitivamente foi uma obra que entrou para as minhas favoritas.

“Kylar não diminuiu a velocidade. Parecia um tufão. Ele era a primeira face dos Anjos da Noite. Ele era a vingança. Matar já não era uma atividade, era uma condição do ser. Se cada gota de sangue culpado derramada por ele compensassem uma gota de sangue inocente, naquela noite ele talvez conseguisse ficar limpo.”

Caminho das Sombras (The Way of Shadows) || Livro 1 da Trilogia Anjo da Noite || Brent Weeks || Editora Arqueiro || Brochura || 432 páginas || Skoob e Goodreads || Compre na Amazon ou com o próprio autor || Livro cedido em parceria com a editora.

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Lançamento: Rubra, a Guerreira Carmesim

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Rubra, a Guerreira Carmesim é um lançamento que estou aguardando há tempos. Não, ele não havia sido anunciado há meses por alguma editora: é a obra de uma amiga que conheci no Facebook, escritora e ilustradora talentosíssima, Gaby Firmo de Freitas. Sério, essa postagem é provavelmente uma das mais felizes que faço!
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Lançamento


Agora vamos aos detalhes. A Gaby ganhou um concurso cultural promovido pela Editora Pandorga, levando como prêmio a tão sonhada publicação de sua obra - sem pagar nem um centavo, o que é importante frisar em se tratando do mercado editorial de hoje em dia. O lançamento oficial foi na Bienal e, meus amigos, que sucesso! Nos dias 03 e 04 de setembro, o livro simplesmente voou das prateleiras. Os volumes se esgotaram! Tem coisa mais maravilhosa para um autor estreante? Eu nem consigo ter uma noção mínima da alegria que ficou no coração da Gaby... Mas conferindo essa foto abaixo do dia do lançamento, dá uma emoçãozinha 

EU NÃO POSSO COM A FOFURA DA GABY!

Sinopse

“Em Akkikana, um mundo permeado por lendas de deuses e dragões, onde a magia parece jazer adormecida em meio às histórias e o passar dos séculos, Duine, uma poderosa cidade, se ergue alastrando seu domínio por todo o continente e enriquece através de seu mercado escravista.
Os selvagens, raça humanoide de orelhas pontudas e olhos animalescos que consegue se transformar em temíveis bestas, são mantidos como escravos. Contudo, a capital encontra como única resistência o povoado de Karesh, governado pelos "meia-orelha", uma mistura de humanos com selvagens.
Nesse cenário de guerra iminente, uma jovem selvagem de olhos e cabelos cor-de-fogo, desperta de seu sono perene, dentro de uma misteriosa gema incandescente. Sem memórias de seu passado, Rubra passa a ser criada por Nappises, mago pessoal do soberano da capital que devasta o continente. O velho a esconde do mundo, não só por sua cor de cabelos e olhos incomum, mas para protegê-la da cruel condenação dos que pertencem à raça mais odiada de todo o reino.”


Diagramação e ilustrações

A título de curiosidade, dê uma olhada no gif que mostra como a Gaby fez a capa de Rubra. Sim, ela mesma ilustrou, por isso está tão linda assim!


E essa é a diagramação do livro. Não dá mais vontade ainda de ler? Todas as ilustrações são da Gaby também.


Agora, claro, fiquei louca para conhecer os personagens acima. Todos. Pelo menos sobre o último, Ciano, a gente já pode ter uma leve noção segundo o texto que a Gaby disponibilizou na página oficial do livro:
“Apresentado como um andarilho manco em uma pequena vila mercante, Ciano esconde sua identidade por trás de uma capa e capuz de cor azul marinho. Vagarosamente, a personagem se revela como um selvagem de cabelos escuros e olhos de um azul intenso, vagando entre os humanos em busca de um objeto que foi roubado de sua proteção. Com a morte do comerciante que o ajudava a atravessar o Deserto Cinzento, Ciano faz uso de sua espada contra seus inimigos, demonstrando sua capacidade não somente como selvagem, mas também seus poderes de produzir chamas azuis. Apesar de toda a violência expressa em seus ataques precisos, Ciano detém uma personalidade pacífica na maior parte das vezes, somente demonstrando garras e dentes de sua raça quando necessário.”

Por fim, porque booktrailers são uma maneira maravilhosa de conhecer melhor um livro, clique aqui para ver o de Rubra.


E aí, o que achou? No momento exato em que finalizava esse post, eu e a Gaby descobrimos que a Pandorga acabou de liberar o livro para venda no site da editora. Então você pode correr lá e fazer nós duas muito felizes! 


Além disso, Rubra também tem uma página no Facebook e no Skoob. Um biscoito pra cada um que seguir, hein? Mal posso esperar para adquirir meu exemplar e vir compartilhar com vocês minha opinião. Estou empolgada e sinto que não irei me decepcionar. E você, vai adquirir também?


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A música perfeita seria...

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Você já parou para pensar que tudo na vida envolve música, cada momento tem sua trilha sonora e que mesmo que você não pense sobre na hora, eventualmente irá pensar? Os nossos tão amados filmes e séries exploram isso ao máximo e aí vem à mente o questionamento: “por que não fazemos o mesmo com os livros que lemos?” 

A resposta para mim parece ser simples: a gente meio que acaba uma história e não pensa muito nela, é raro encontrar aquele livro em que você entra e se sente como o próprio personagem (o que de certo modo é triste). Mas calma lá! Para tudo tem um jeito na vida sim, e mesmo que você não consiga ler e se concentrar em uma trilha sonora ao mesmo tempo, que tal pensar nela e ouvir relembrando o livro depois de terminá-lo?
A proposta aqui é muito simples: eu, você e todos os outros leitores do MeL vamos pegar um livro que a gente ama ou um personagem dele que a gente acha o melhor, e em seguida escolher uma música pra ele, não importando o estilo musical. Se você achar que a música casa com o livro ou com seu personagem escolhido, então essa com certeza é a musica certa.
Não esqueça de comentar aí embaixo seu livro ou personagem e qual a música dele, e se for personagem indiquem o livro ao qual ele pertence! Vai ser muito divertido trocarmos essa experiência e cada um conhecer um pedacinho do mundo da leitura do outro. Porque ler e compartilhar as experiências é a melhor forma de todo mundo conhecer e até ter vontade de ler coisas que outras pessoas já leram, enchendo nosso mundinho de leitores e deixando todos com gostinho de quero mais.
Galera, para esse post interativo funcionar, vocês são o ponto principal. Então vamos lá! Façam suas escolha e nos mande, seja por comentário na página do Facebook do blog ou Instagram, usando a hashtag #melivrandoblog antes de postar seu livro e música, assim a gente poder ver todos. Esse post, assim como tudo no MeL, é feito com carinho pra vocês. Saber o que pensam é muito importante, então vamos brincar!
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Este post foi escrito por Priscila Silverio.

Confira artes exclusivas da versão ilustrada de A Guerra dos Tronos

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Você sabia que dia 18 de outubro, a saga As Crônicas de Gelo e Fogo completa 20 anos de existência?  Pensando nisso, a Penguim Random House, editora responsável pelos livros lá fora, decidiu homenagear as obras de George R. R. Martin. No mesmo dia 18 de outubro será lançada uma versão lindona de A Guerra dos Tronos cheia de ilustrações. Aqui nesse post você confere as 10 artes que o Vanity Fair exibiu com exclusividade em seu site.

Antes de passar às imagens, vamos aos detalhes: serão 896 páginas, capa dura e dourada, 73 ilustrações em preto e branco dividindo cada capítulo, além de mais oito coloridas (como essa do Ned acima). Está custando 50 dólares e você já pode adquirir na pré-venda através do site da editora (clique aqui) ou no site da Amazon, em que está custando 114 reais (clique aqui).

A Game of Thrones: The Illustrated Edition by George R. R. Martin

Segundo Anne Groell, que é a agente de George Martin, o autor foi muito meticuloso com cada ilustração. Algumas são inéditas, outras antigas, mas uma coisa é certa: todas foram avaliadas e aprovadas por Martin segundo a sua própria concepção do mundo que criou. Groell, inclusive, ainda em entrevista à Vanity Fair, esclareceu que a intenção principal da obra é mostrar aos leitores um universo mais próximo dos livros em si, não da adaptação da HBO.
Por fim, para alegrar os fãs mais minuciosos da famosa saga, uma notícia boa: terá muita arquitetura no livro. Martin preocupou-se especialmente em dar uma aparência definitiva a castelos e fortalezas de Westeros, além de outras construções icônicas, trabalhando arduamente com o artista Ted Nasmith para alcançar esse objetivo. Então agora não teremos mais releituras e versões, por exemplo, da Fortaleza Vermelha - mas sim uma versão exatamente igual à que Martin sempre teve em mente.
Agora vamos às artes?

AMONG THE CROWS POR MARC SIMONETTI/PENGUIM RANDOM HOUSE

BEYOND THE WALL POR MAGALI VILLENEUVE/PENGUIM RANDOM HOUSE



DAENERYS TARGARYEN'S WEDDING GIFTS POR LEVI PINFOLD/PENGUIM RANDOM HOUSE


DROGO GIVES VISERYS HIS CROWN POR LEVI PINFOLD/PENGUIM RANDOM HOUSE


NED & ARYA POR GARY GIANNI/PENGUIM RANDOM HOUSE


NED & JORY CASSEL POR LEVI PINFOLD/PENGUIM RANDOM HOUSE


NED STARK'S EXECUTION POR MAGALI VILLENEUVE/PENGUIM RANDOM HOUSE


THE HOUND & SANSA POR ARANTZA SESTAYO/PENGUIM RANDOM HOUSE


THE IRON THRONE POR MARC SIMONETTI/PENGUIM RANDOM HOUSE


THE RED KEEP AT KING'S LANDING POR TED NASMITH/PENGUIM RANDOM HOUSE


E para fechar o post com uma notícia triste: sem previsão de tradução. Infelizmente. Nem para o lançamento do sétimo livro, aliás. A Penguim Random House colocou uma pedra no assunto com o seguinte pronunciamento: "Assim que tivermos uma data de lançamento para The Winds of Winter, o mundo saberá". Só nos resta aguardar.

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Ensaio sobre fantasia - por que esse gênero nos cativa?

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Lembro exatamente dos dias que se seguiram à minha primeira leitura marcante. Eu tinha apenas doze anos de idade, ainda vivendo naquele limiar entre o utópico mundo das possibilidades insanas e a sórdida e complexa realidade. Foram três dias de leitura intensa, devorando páginas e páginas no meio da aula, na hora das refeições e até antes de tomar banho, adiando o momento de ligar o chuveiro enquanto não finalizasse um capítulo. Quando terminei, não engatei imediatamente no volume seguinte – isso era exigir demais de uma criança que nem tinha a leitura como hábito ainda. Mas a todo momento pensava no enredo, e acredito que tenha passado duas semanas me perguntando se meu colega de sala que andava bamboleando por ter problemas musculares nas pernas poderia ser um sátiro.

Como você deve ter imaginado, o primeiro livro que me cativou de verdade foi Percy Jackson e os Olimpianos. Hoje em dia reconheço que a literatura de Rick Riordan não propõe muita reflexão e nem possui grande ambição, assim como seus livros de modo geral retratados nesse universo. Mas foi uma saga que me enlouqueceu porque me fez imaginar – e sonhar – com um mundo em que a realidade de Percy era tangível. Quero dizer, de repente parecia muito possível que o meu mundo fosse povoado por criaturas fantásticas e mitológicas, as mesmas criaturas da mitologia greco-romana que sempre me fascinaram durante a minha infância. Um dia eu tive de crescer, mas durante aquela minha tenra idade o mundo foi muito mais fácil de encarar do que é hoje em dia.
É por isso que a fantasia é, ao mesmo tempo, tão maravilhosa e tão cruel. Você não pode permitir que uma criança cresça sem ter contato com elementos fantásticos, você não pode arrancar delas essa oportunidade. Seja através de filmes da Disney, histórias em quadrinhos, episódios de Dragon Ball Z, jogos como Pokémon ou as adaptações de Harry Potter, esse contato é importante. As noções que você tem hoje de amizade e lealdade podem muito bem ter sido influenciadas por J. K. Rowling ou Akira Toryiama. Você pode ter escolhido sua profissão atual porque alguma dessas coisas fantásticas que você vivenciou acabaram por marcá-lo. Somos hoje em dia o que vivemos (e lemos) no nosso passado, e se você ainda não é o que vivenciou, com certeza deseja ser.


QUANTAS VEZES VOCÊ NÃO QUIS PARTICIPAR DESSAS AMIZADES OU DESEJOU TER AMIGOS ASSIM?

Certo, mas até agora só falei da fantasia e seu lado maravilhoso. Por que ela seria cruel? A resposta é simples: a realidade a torna cruel. É doloroso descobrir que o Papai Noel nunca existiu, que a Fada dos Dentes não é real e que sátiros só podem servir xícaras de bebida quentinha nas histórias de ficção fantástica – pelo menos foi para mim. Sei que isso faz parte do crescimento de todos nós como pessoas, mas duvido que você saiu gritando de alegria por aí quando finalmente percebeu que jamais receberia uma cartinha de Hogwarts ou que o Acampamento Meio-Sangue não fica escondido entre os campos de morango ao norte de Long Island (ou talvez fique, nunca conheci um semideus para perguntar).

Os primórdios da fantasia
Em muitos textos que já li, sempre há a relação do gênero fantástico com os conos de fadas... Mas a fantasia começa muito antes: na verdade, para entendê-la como um todo devemos retornar lá para os séculos VII e VIII a.C., quando a Odisseia e Ilíada firmaram sua existência através de textos escritos, cuja criação é atribuída a Homero – embora se saiba que a Odisseia existia muito antes do filósofo nascer, na forma de narrativas orais transmitidas de geração em geração. À época, viver na Grécia e ter contato com aquela mitologia era como se hoje em dia lêssemos Poe e Lovecraft e encarássemos seus monstros como reais. Devia ser no mínimo assustador (e também um pouco excitante) acreditar que cada uma das narrativas era perfeitamente possível e tangível mesmo no mundo real.
Mitos, afinal, sempre foram necessários para explicar a origem do mundo quando não éramos avançados o suficiente para compreendê-lo – não que sejamos hoje em dia, né? Tudo precisava de uma explicação, e se não tínhamos nenhuma racional, apelar para o irracional sempre pareceu a melhor saída. É assim até hoje, se você parar para pensar. Não são poucas as vezes em que vemos notícias trágicas por aí, de gente fazendo o que nos parece tão impossível e cruel, e comentários atribuindo a atitude ao misterioso, sobrenatural e fantástico. O mito é tão importante e tão presente que constantemente esbarra em nossas vidas – e influenciou grandes nomes do terror fantástico, como Mary Shelley e seu fascínio pela história do titã Prometeu, por exemplo, que a inspirou a escrever Frankenstein.


Titã, a cujos olhos imortais 
As dores dos mortais 
Mostram-se em sua crua realidade, 
Como algo que os próprios deuses vêem, 

Que prêmio mereceu tua piedade? 

Um profundo e silente sofrimento, 

O abutre, a corrente, a rocha, 
E o orgulho de sofrer sem um lamento.
MARY SHELLEY

Depois, claro, tivemos os contos de fada. Embora hoje sejam todos muito bonitinhos e fofos, não foi com essa intenção que surgiram. Aliás, você sabia que a palavra fada vem do latim fatum, que significa fatalidade? Pois é. Se você vivesse na Europa do Século V, dificilmente contaria essas histórias para seus filhos antes de dormir: elas continham doses desmesuradas de incesto, violência, canibalismo, mortes tenebrosas e até estupro. O propósito era entreter, provocando medo, náuseas e horror em seus ouvintes, utilizando o nosso fascínio natural pelo mórbido e pelo doentio como combustível para incrementar fantasias que já eram desumanas. Não estavam ali para encantá-lo ou ensinar lições de moral, nem nunca estiveram.
Os contos de fadas, que não eram conhecidos assim durante a Idade Média, atravessaram o Renascimento, encontrando espaço inclusive em obras famosas de Shakespeare – Sonhos de Uma Noite de Verão, por exemplo, tem duendes e fadas. Já nessa época haviam perdido um pouco de sua essência original, até que na França do século XVII abandonaram-na de vez ao encontrar Charles Perrault. Os irmãos Jacob e Willhelm Grimm, cem anos depois, reuniram os contos originais e republicaram – o que faz muita gente pensar que eles são os criadores dessas versões macabras, aliás. No final, a conclusão que tiramos é que não importa a sua idade, você pode ser criança ou ter as próprias crianças: os contos de fadas continuarão a fascinar todo mundo, sejam os originais ou suas releituras mais amenas. Por quê? Porque a fantasia sempre irá nos cativar.

EM UMA VERSÃO ANTERIOR À PERRAULT, A CHAPEUZINHO VERMELHO DANÇA STRIP TEASE PARA O LOBO ANTES DE CONSEGUIR FUGIR. EM OUTRA, DESAVISADA, COME A PRÓPRIA AVÓ NUMA SOPA.

Não menos importante que a mitologia grega, temos as lendas e o folclore de modo geral. Um grande nome da alta fantasia adorado até os dias atuais, J. R. R. Tolkien se inspirou neles para escrever sua famosa trilogia O Senhor dos Anéis – especialmente nas mitologias nórdica, irlandesa e germânica. Enquanto a supracitada obra tem um aspecto mais adulto, por ser complexa e minuciosa, do outro lado temos O Hobbit e Mestre Gil de Ham (essas últimas, literatura para todas as idades, cativando desde crianças até seus avôs). Claro que Tolkien escreveu outros livros além dos mencionados, mas estes são os mais conhecidos e provam o ponto em que quero chegar: o gênero fantástico está sempre se reinventando, crescendo conosco conforme envelhecemos, mas isso não significa que os livros “antigos” serão esquecidos – na verdade eles só abrem espaço para que outros se apertem logo ao lado. Se tem uma coisa que eu descobri depois que comecei a ler, é que meu coração é grande o suficiente para abarcar todas as obras que deixaram e que deixarão uma marca em minha vida.



O amadurecimento da fantasia

Como mencionei anteriormente, conforme você cresce, a sua necessidade de consumir uma fantasia mais madura aumenta. A sua estante pode até acumular livros que leu na infância, mas sem dúvidas ganha novos títulos mais complexos esporadicamente. Nada anormal porque, afinal, você cresceu. Explicar as coisas apenas com magia talvez não funcione tanto como antigamente. Quando a gente começa a ser mais racional, a ter uma compreensão mais ampla do que está ao nosso redor, exigimos também respostas mais concretas e sólidas. Não nos contentamos com aquele irritante “porque sim”. Até mesmo o aspecto fantástico tem que ter um sentido dentro do mundo em que foi criado.
Alienígenas invadindo Westeros. Apenas imagine. Improvável? Sim, mas não impossível. Escrever fantasia abre um leque de possibilidades impossíveis (percebe o paradoxo?). Usar um raciocínio mínimo é escolha do criador desse universo. Nessas horas é legal pensar que você pode criar o que quiser, viajar na maionese e deixar sua mente alçar níveis insanos de imaginação – só mantenha a coerência. Por favor. Não exagere no deus ex machina (exceto se você for um escritor incrível, e ainda assim correrá o risco de soar forçado).

SE INVADISSEM, APOSTO QUE TYRION CONSEGUIRIA ENGANÁ-LOS, DE QUALQUER FORMA.

Fazendo outro paralelo, se imagine conhecendo Hogwarts aos nove anos de idade. Agora pense que Rowling, de uma maneira não muito justificada, colocou na trama a existência de divindades gregas regendo o universo dos bruxos. Bizarro, não? Mas você não questionaria nada disso aos nove anos de idade. Se hoje em dia você afirma que questionaria sim, então é isso que quero dizer com amadurecimento da fantasia – é basicamente o seu amadurecimento. É você crescer com os personagens até certo ponto, e daí em diante sentir a necessidade de ir mais longe. Claro, sem esquecer, com uma pitada de nostalgia, aqueles que foram importantes para você.
Hoje em dia ainda olho para os livros do meu passado com carinho, mas não posso ignorar o fato de que eles não são o suficiente para saciar minha sede literária. Leio MartinRothfussWeeksBrettLawrenceTolkien e pretendo ir mais além, acrescentando à lista um sem-número de autores renomados com os quais sou bombardeada por amigos, leitores e editores também. Não sei se daqui a vinte anos estarei ainda acompanhando esses autores de perto, embora imagine que sim, mas tenho certeza absoluta que não irei esquecê-los.

Mas e você, o que o tem cativado ultimamente? E qual a obra que nunca vai sair do seu coração?



Crônicas Saxônicas - Bernard Cornwell

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Em 1998, Steven Spielberg, com o filme O Resgate do Soldado Ryan, criou um marco para os filmes de guerra, quebrou com a visão romântica e heróica do soldado e trouxe para as telas algo mais real. Spielberg pegou o telespectador e o colocou dentro da guerra, tínhamos a sensação agonizante de fazer parte do batalhão. Medo, desespero e instinto de sobrevivência afloravam em nossos sentidos. Se criar tal imersão nas telas não é fácil, imagina construir essas sensações em um livro? Muito mais difícil e Bernard Cornwell conseguiu com Crônicas Saxônicas.

Não vou fazer uma resenha de um livro específico, vou avaliar a saga como um todo, e para evitar spoilers não entrarei em detalhes da trama. No Brasil foram lançados nove livros, Cornwell não sabe dizer quantos livros terão suas crônicas. A boa notícia é que ele escreve muito mais rápido do que Martin.
O ponto de vista é o da primeira pessoa. A vantagem desta escolha é que o leitor consegue criar uma conexão rápida e profunda com o protagonista. A desvantagem é que os outros personagens ficam em segundo plano e corre o risco da trama não ser desenvolvida com toda sua potencialidade. No caso das Crônicas Saxônicas o protagonista que narra a história é Uhtred de Bebbanburg, o primeiro livro começa quando ele ainda era uma criança, no oitavo vemos o personagem em torno dos seus quarenta anos. A história começa com uma invasão viking ao norte da Inglaterra, Uhtred (pai do Uhtred protagonista) sai para defender suas terras dos invasores e deixa seu irmão (tio do Uhtred protagonista) responsável pela fortaleza de Bebbanburg. Uhtred desobedece seu pai e vai olhar a luta de perto, os vikings massacram os ingleses e o líder deles, Ragnar, resolve adotar Uhtred, que é criado dentro dos costumes vikings. A trama gira em torno de alguns pontos chave como a guerra entre vikings e ingleses, unificação inglesa e embate entre o cristianismo e religião nórdica. Uhtred é um inglês de nascimento e nórdico de criação, qual parte dele prevalecerá? Só lendo para saber.

O destino é inexorável.

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ALEXANDER DREYMON COMO UHTRED NA SÉRIE THE LAST KINGDOM (adaptação pelo canal History)

A vantagem do livro em primeira pessoa se faz presente nesta obra. Uhtred é um personagem incrível, com um humor ácido, uma inteligência para as melhores estratégias e uma leve inclinação para fazer merda: ele nos conquista rapidamente. Aos poucos vemos o mundo com os olhos dele e passamos a pensar que o destino é inexorável. As batalhas são uma maravilha a parte, Cornwell nos transporta para dentro de uma parede de escudos, sentimos medo, agonia e adrenalina com as palavras do escritor. Estar em uma guerra não é romântico e nem belo, mas pode ser emocionante pelo fato de ter sobrevivido.
Sabe aquela desvantagem que citei nos livro em primeira pessoa? Ela não existe nas Crônicas Saxônicas. Temos protagonistas sensacionais, com as mais diferentes personalidades que despertam paixão e ódio no leitor, alguns os dois sentimentos ao mesmo tempo. A trama é simples, mas muito bem costurada, o suspense fica nas estratégias e intenções que os adversários do Uhtred tomarão, alguns pontos de virada vemos chegando de longe e outros acontecem sem esperarmos, de uma forma geral a narrativa não segue um padrão único e não fica enjoativa. Eu comprei um box com os sete primeiro livros, minha ideia inicial era intercalar um exemplar das crônicas saxônicas com algum outro livro. Não consegui e li os sete livros sem parar.
Crônicas Saxônicas, trata-se de uma ficção histórica, o que significa que ela é baseada em passagens históricas reais, neste caso, na unificação da Inglaterra e na invasão nórdica à ilha. Como ficção nem todos os personagens e acontecimentos são reais, mas Bernard Cornwell se aproxima bastante do que os historiadores relatam sobre o período e no final de cada livro faz notas históricas contando sobre as partes reais e fictícias do livro.
Se você gosta de narrativas épicas, com ação, com personagens marcantes e longas, Crônicas Saxônicas é o livro certo para você.


Texto escrito por Alex da Silva.

Prince of Thorns - Mark Lawrence

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Prince of Thornsé o primeiro livro da Trilogia dos Espinhos, que já foi resenhada no Me Livrando pelo Rafa Moraes (aqui, aqui e aqui). A obra do escritor Mark Lawrence se dedica a mostrar a trajetória do protagonista, príncipe Honório Jorg de Ancrath, rumo ao maior de seus objetivos: tornar-se rei (e, mais tarde, imperador).

Se tem uma coisa que me chamou atenção em torno da obra de Lawrence foi exatamente o burburinho dos leitores. Se você parar para conversar com pessoas que já leram a trilogia (ou apenas parte dela), não há qualquer unanimidade a respeito de gostarem ou não do egoísta e sociopata príncipe Jorg. Eu particularmente gostei, para ser sincera, porque ele é humano. Algumas de suas atitudes foram no mínimo reprováveis, pois a pior parte do nosso ser, que está presente em todos nós, é aquela que o domina. Ainda assim, acredito que Jorg seja um dos únicos personagens que li recentemente e que mais se aproxima da nossa realidade. É, em resumo, o personagem de fantasia menos fantástico – isso em todos os sentidos que você puder imaginar.
Enfim, seja para o bem ou para o mal, em meio a tantos livros de fantasia medieval que ganharam espaço nos últimos tempos, a Trilogia dos Espinhos teve grande destaque. Isso é inegável.

Quando chegasse aos quinze, já seria rei.

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O livro é narrado em primeira pessoa, o que significa que você obrigatoriamente estabelece uma conexão com o personagem. Com algumas pessoas não funcionou, já que Jorg tem uma personalidade pouco afável e comete atrocidades em nome do poder, da vingança, do orgulho e do simples prazer. Até que tem motivo: sua infância foi difícil após presenciar sua mãe e irmão, que foram os únicos que amou em algum momento da vida, serem assassinados de forma impiedosa e cruel. Ele foi obrigado a assisti-los morrer, escondido e impossibilitado de se mexer no abraço de uma moita de roseira brava. Os espinhos entraram em sua pele, perfurando-o, mas a dor nem de longe se equiparava àquela que consumiu seu coração por completo, deixando para trás apenas trevas e sede de vingança. Como se não fosse o suficiente, ainda teve de assistir o pai reagir a tudo isso de forma pacífica, em favor da diplomacia com o Conde Renar, o responsável pelos assassinatos. Não é algo muito fácil para um adulto compreender, imagine uma criança.
“Por muitíssimo tempo, não estudei nada além da vingança. Construí minha primeira câmara de torturas nos recantos escuros da imaginação. Deitado sobre lençóis de sangue na Sala de Cura, descobri portas dentro de minha cabeça que eu não havia encontrado antes, portas que até mesmo uma criança de nove anos sabe que não devem ser abertas. Portas que nunca se fecharam novamente. (...) Eu escancarei essas portas.” p. 35

Quando conhecemos Jorg, ele está aterrorizando as cidades do Império Destruído com um grupo dos bandidos da pior espécie, que fazem os criminosos da Patrulha da Noite parecerem criancinhas inocentes. Apesar de ser herdeiro legítimo do Reino de Ancrath, Jorg abandonou a “boa vida”, libertou os prisioneiros do calabouço do pai aos dez anos de idade, e desde então pegou a estrada. Aos quatorze, roubo, estupro, tortura e assassinato fazem parte de sua rotina. Ele encara (e comete) cada uma das atrocidades de modo tão automático que elas nem lhe dão mais prazer. Podemos dizer que ele, aos poucos, está deixando de ver sentido na vida.
Então, anos após ter deixado seu castelo para trás, Jorg é atraído de volta aos arredores de seu antigo lar. Acaba descobrindo que desde o momento em que fugiu foi manipulado e desviado propositalmente de seu verdadeiro objetivo: tirar a vida de Conde Renar. Magia antiga e muitas trevas estão envoltas nisso – entretanto, agora há escuridão no coração de Jorg também. É um embate para saber qual abismo engolirá ao outro primeiro.

“(...) Ele havia semeado algumas dúvidas em mim. Eu havia me convencido de que só deixara o Conde Renar de lado como um ato de força, um sacrifício em favor da vontade ferrenha que preciso ter para ganhar o jogo dos tronos. Mas às vezes – agora, por exemplo – eu não acreditava nisso.” p. 195

Os personagens secundários que aparecem na trama não são muito desenvolvidos, uma vez que só somos apresentados à visão que Jorg tem deles (e ele não pensa muito em outras coisas além de si e sua vingança). O que sabemos é que o príncipe conquistou o respeito de cada um e os considera como uma família, sendo o patriarca desta. Não hesita em puni-los com a morte e sabe que não pode confiar neles – uma característica, aliás, que admira. Você não quer ter entre uma irmandade homicida alguém confiável, bonzinho e de bom coração, né?
“Como líder, você tem certas responsabilidades. Como a responsabilidade de não matar muitos dos seus homens. Caso contrário, em quem você vai mandar?” p. 19

Sobre o universo em si, os irmãos não param no meio de um massacre ou uma série de violações para conversar sobre como ele funciona. Jorg está mais preocupado com vingança e poder para divagar o modo como o Império Destruído surgiu. Entretanto, se você ler atentamente acabará por pescar algumas pistas: parece um cenário pós-apocalíptico em que a humanidade, em algum momento, regrediu à uma época semelhante à Idade das Trevas, entretanto com presença de alguns elementos mais “tecnológicos” (que são referidos o tempo todo como sendo herança dos Construtores). Tenho esperança de que descubra mais nos próximos volumes.

A narração de Mark Lawrence, assumindo a voz de Jorg, é simples e direta. O garoto não é muito de fazer rodeios. A partir do momento em que sua mente clareia e ele foca em seu principal objetivo, é isso e ponto final. Então a Guerra Centenária que está ocorrendo? Isso é só mais um jogo. Um jogo que ele irá vencer. E se tornará rei antes dos quinze anos. Sem enrolações.
“Os espinhos me ensinaram o jogo. Fizeram-me entender o que todos esses homens sérios e carrancudos que lutaram na Guerra Centenária ainda precisam aprender. Você só pode vencer o jogo quando entende que se tratade um jogo. Deixe um homem jogar xadrez e diga a ele que todos os peões são seus amigos. Diga que ambos os bispos são santos. Faça-o lembrar de dias felizes à sombra das torres. Deixe-o amar sua rainha. Veja-o perder tudo.” p. 33

A personalidade de Jorg, aliás, é fascinante. Lawrence trabalhou muito nela, disso não há dúvidas. Se por um lado a narrativa em primeira pessoa nos impediu de aprofundar em personagens que não sejam o príncipe, por outro o autor soube muito bem compensar isso ao construir Jorg com muita profundidade. A sociopatia, a dissimulação, o senso de justiça, a sede de poder... Tudo é crível demais. Ele é charmoso, tem uma oratória magnífica e um poder de convencimento que fariam você concordar com ele em três tempos – tudo isso bem comum em sociopatas, aliás. Jorg não se importa com o mundo, não se importa com você (exceto se estiver em seu caminho). Podem existir alguns personagens rasos no livro, mas Jorg com certeza não é um deles. 
Aí está um livro que divide opiniões, mas a minha, em resumo, é: fantástico. Tem seus defeitos, mas também tem os acertos. Leia e descubra de qual time você faz parte: os que apreciaram a obra, ou os que não a suportaram por não conseguirem "engolir" Honório Jorg de Ancrath.



O livro foi cedido em parceria com a editora DarkSide Books (Facebook || Instagram || Twitter). Além de Prince of Thorns (compre aqui), temos King of Thorns (compre aqui) e Emperor of Thorns (compre aqui), livros já publicados no Brasil pela DarkSide Books. Atualmente, a editora está publicando a trilogia A Guerra da Rainha Vermelha– por enquanto saiu apenas o primeiro volume, Prince of Fools, que se passa no mesmo universo (já saiu resenha aqui).

“Este Jorg, o Príncipe Jorg, ele tem um quê de insano. Um inimigo da razão, quem sabe um pouco apaixonado pela morte?” p. 247


Os rótulos literários e quão banais eles são

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Há uns dias, vi no Facebook o post de uma moça interessada em ler a trilogia Jogos Vorazes. Ela pedia opiniões e queria saber se a leitura valia a pena. Recomendei a saga e aproveitei para ler outros comentários. O que vi em meio a raros “leia os livros” e “A leitura é excelente” foi uma enxurrada de pseudo-intelectuais exclamando com todas as forças que Jogos Vorazes virou “modinha”. Oi? 

Os livros considerados “modinhas” são aqueles best-sellers de que muita gente tem conhecimento. Quem aqui nunca ouviu falar de A Culpa É das Estrelas? Esse deve ser o livro mais chamado de “modinha” por aí. Outros exemplos dignos de menção são A Menina que Roubava Livros, Crepúsculo, Como Eu Era Antes de Você, entre outras obras similares.
Modinhas ou não, os livros citados estão nas prateleiras de milhões de pessoas ao redor do mundo. Percebe o ponto positivo? Mesmo que a história já esteja saturada, estes livros ainda são vendidos e lidos. Há benefícios para editoras e livrarias, que se mantêm no mercado em grande parte por causa desses livros, e para os leitores, porque estão adquirindo algum conhecimento. Sim, a história é bem conhecida: um planeta Terra pós-apocalíptico, um adolescente com uma doença terminal, um casal de vampiros... Mas e daí? Não é melhor que gastemos nosso tempo com clichês literários do que com bobagem online?
O grande – e extremamente estúpido – problema com isso é que, ainda hoje, em 2016, não se pode dar um passo sem que alguém perceba. No mundo da leitura não é diferente. Se você lê Machado de Assis, será considerado culto, um leitor de bom gosto. Mas basta mencionar Cinquenta Tons de Cinza que pedras voam de todo canto em sua direção.

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Este é um assunto perigoso, inclusive, e pode gerar situações desagradáveis. Há um tempo, enquanto lia O Melhor de Mim, ouvi de um tio que "macho de verdade não lê Nicholas Sparks". Lembro-me da expressão em seu rosto quando me disse isso. Tio, se você estiver lendo este texto, tenho um recado para você: depois de O Melhor de Mim, ainda li três ou quatro outras obras do Nicholas e (quem diria!) me mantive heterossexual. Satisfeito?
Meu livro favorito é, de longe, a Bíblia. Sou cristão desde sempre, então a leio desde sempre. Vários de meus amigos são ateus ou agnósticos, e a maioria deles não consegue entender por que cargas d'água leio todas as manhãs uma obra que eles gostam de chamar de "Coleção de contos de fadas." Detalhe: ler a Bíblia não me impede de ler Carl Sagan ou Stephen Hawking. Já o fiz, e não me arrependo.

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É um tanto incômodo pensar que até mesmo na literatura, que é um recurso utilizado para fugir um pouco da realidade da vida, encontramos imposições e preconceito. Você e eu, simples leitores, encontramos nos livros um porto seguro. Com eles, a mente se abre e passamos de meros ignorantes a seres pensantes, questionadores. Como podemos, então, ao mesmo tempo que subimos a um novo patamar de cultura, nos rebaixar a bobas e precipitadas conclusões sobre o companheiro que lê Percy Jackson em vez de Os Miseráveis?

Este post foi escrito por Lucas Bitencourt.

O Menino Que Desenhava Monstros - Keith Donohue

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Meninos e meninas, homens e mulheres, apressem-se para observar o fantástico mundo de Jack Peter e seus monstros.

Frio, desbotado, sem cor, sem vida. É assim que podemos descrever as cores dos cenários do livro O Menino que Desenhava Monstros. Cercado por memórias vibrantes, coloridas, porém obscuras, o livro conta a história de um menino que tem problemas para lidar com o mundo ao seu redor. Com Síndrome de Asperger e fobia a lugares abertos, o pequeno Jack Peter nunca sai de casa e, se você for fazê-lo uma visita, o encontrará sempre com um lápis e papéis na mão. Isso porque JP adora desenhar. E o seu mais novo fascínio são monstros.




Escrito por Keith Donohue e publicado pela editora Darkside Books, o livro conta com 252 páginas de mistérios, suspense e enigmas que deixarão você confuso. Com uma edição impecável, o livro tem, em seu título na capa, auto relevo que o leva a sensação de que foi escrito a lápis ou a giz de cera. As ilustrações logo no começo do livro são de grande destaque, porque mostram a frieza que o livro quis passar do começo ao fim. Logo no final, existe um espaço para você interagir com o livro, um espaço onde, em cada parte específica, você pode desenhar seus monstros, medos, sonhos, lembranças, criaturas, pesadelos, angústias. Achei bastante interessante, mas não tenho certeza de que quero estragar esse livro maravilhoso com meus desenhos horrorosos. As artes nos capítulos são simples e delicadas e o fazem ficar à vontade lendo.
Tudo começa com um soco dado por Jack Peter a sua mãe, depois dela o ter chamado para levantar e o menino ter acordado sobressaltado e nervoso. É inverno, e a casa estala e geme, e tudo parece ganhar vida conforme você avança na leitura do livro. Com momentos assustadores sutis e delicados, a autora o faz prender a respiração em certas partes do livro, em uma leitura sufocante, para logo depois o acalmar com acontecimentos rotineiros, como se aquilo fosse tão banal como qualquer outra coisa. Os fatos se desenrolam de modo devagar e o que pude sentir foi um final rápido, com vários acontecimentos se desenrolando um acima do outro, como se a autora se apressasse para terminar o livro. Senti que 252 páginas não foram o suficiente, já que algumas perguntas não foram respondidas.
A autora trabalhou muito na personalidade de cada personagem, principalmente dos pais de JP. Holly, mãe de Jack Peter, a quem vale maior destaque nesta parte, foi a que mais me comoveu e, acredito eu, a que mais sofreu nesta história. Ter um filho recluso, que não gosta de brincar com outras crianças, odeia sair de casa e vive fechado para si a maior parte do tempo, não é uma tarefa das mais fáceis. Holly sentia a necessidade de ter seu filho em seus braços novamente, a necessidade de ser a mãe que acolhe, que protege, que afaga. Jip se mantém sempre distante dela e, com o golpe que recebeu em seu rosto, foi demais para ela. Inúmeras vezes na história você lerá o quanto ela aspira por seu filho de volta, o antigo e mais novo JP, o doce Jip. Holly sabe que seu filho está piorando e ficando cada vez mais desesperado e não descansa nem um segundo para tentar salvá-lo. Seu instinto materno o diz que há algo de errado e, meus caros leitores, eu lhes digo: ela sempre esteve certa.



Tim Keenan, o pai de Jack Peter, acredita sempre na melhora de seu filho. Não, para ele Holly está exagerando, Tim tem a total certeza de que Jip melhorara desde a primeira vez em que eles haviam notado que algo de estranho estava acontecendo. Tim sempre tenta manter sua esposa calma e a assegura de que está tudo bem, mas ela sempre fica inquieta em relação ao menino. Acredito que Tim não seja de muita importância na história; claro que ele é o pai de Jack Peter e que mantém — não um segredo, por assim dizer — um fato bastante delicado em seu passado, antes de Jip existir, mas acredito que a história estaria indo da mesma maneira com ou sem ele. Não acredito que foi um participante ativo e que algumas de suas ações contribuíram para mudanças no livro.
Também há o pequeno Nick Weller, único amigo de Jack Peter. Um pouco inocente e tímido, é sempre o que tem contato direto com as bizarrices de Jip. Sempre achando seu amigo muito estranho e assustador, Nick por diversas vezes sente medo de JP e das coisas que ele faz. Os dois amigos compartilham um episódio sinistro, dado pela raiva de Nick a um comentário ácido, porém inocente, de Jack Peter. Enquanto JP é o filho que nenhuma família quer ter, Nick é o preferido (ainda que ninguém diga isso), o garoto normal, o menino tão almejado por Tim e Holly. Em uma cena com a qual eu fiquei com o coração apertado, já que dois dos meus personagens preferidos estavam nele, há um momento de conexão entre Nick e Holly. Não darei muitos detalhes, mas faz com que a pobre mãe sinta novamente o que é ter uma criança em seus braços necessitando de sua proteção. E o desfecho dessa cena é tão brutal e delicado ao mesmo tempo, que senti meu coração pesar.
“Se eu pudesse fugir, pensou, eu fugiria. Se pudesse, atravessaria o oceano a nado, sem parar até chegar à outra margem. (...) E ainda que meus pais fossem sentir minha falta e que meus amigos ficassem sabendo que eu estava longe, eles acabariam se esquecendo de mim, e eu encontraria outras pessoas. E eu cortaria os laços. Eu me livraria dele para sempre.”

Jack Peter é um mistério. O menino é calado e são raros os momentos em que o narrador usa o seu ponto de vista. JP tem alguns acessos de fúria e descontrole e que são um pouco agoniantes ler. Confesso que, para mim, Jack Peter também estava cansado daquilo. Cansado de se esconder, de desenhar, de se manter calado. Cansado de dizer coisas que os adultos não acreditam e até mesmo cansado de Nick. Ele, mais do que ninguém, queria que aquela coisa que os espreitava fosse embora e que tudo estivesse por fim terminado. E, quando isso ocorre, você não tem ideia do que acontece no final.
Os pais de Nick, Nell e Fred, também são amigos dos pais de Jack Peter e por isso a aproximação dos garotos é sua maior interação. Eles confiam o seu filho para passar alguns dias na casa dos Keenan e é aí que a história começa de verdade. Nick tem um medo natural daquela casa, já que coisas estranhas vivem rondando o local: um monstro branco, um animal terrível, barulhos inexplicáveis e alucinações em cada canto (não sei muito bem se poderia chamar mesmo disso). Em todo o caso, os pais de Nick são alcoólatras, e o pequeno passa a maior parte do seu tempo sozinho. Talvez os pais de Nick fossem como Jack Peter para o senhor e a senhora Keenan. Ou talvez não.


Não posso deixar de mencionar o padre e sua governanta, a senhorita Tiramaku, dois personagens interessantes na trama. Eles foram as pessoas que tentaram ajudar Holly a descobrir o que estava acontecendo com a casa dela e com os acontecimentos esquisitos, tentando interliga-los ao naufrágio do Porthleven, um desastre que se deu há muito tempo. Algumas perguntas em relação aos dois não foram respondidas ou talvez não totalmente esclarecidas. Esperava ler uma explicação mais esmiuçada da relação entre a srta. Tiramaku e Jip, mas se apareceu no livro eu sinceramente não notei.
“Não tenha tanta certeza sobre as coisas que não pode ver. A mente conjura o mistério, mas é o espírito que fornece a chave.”

Apesar da trama ser bem curiosa e cheia de armadilhas para confundir o leitor e o fazer se perder em suas teorias, a história chega em um momento que se arrasta. Tantas vezes eu me peguei suspirando na leitura, não de alegria, mas de cansaço. A maneira como o autor teclou sempre na mesma tecla, falando sobre os mesmos sentimentos, as mesmas coisas, me deixou cansada. Sempre era Holly triste com seu filho e Tim com seus devaneios. As únicas partes que me deixavam curiosa eram as de Jack Peter (que, às vezes, também se mostravam sem graça) e as de Nick que, para mim, sempre eram as interessantes. Há partes que também foram desnecessárias, parágrafos que, se retirados do livro, não fariam diferença alguma. O livro também se prende muito ao passado, constantemente voltando lembranças, algumas sendo chaves para partes importantes no livro. O que realmente me decepcionou, foi a maneira rápida e rasa que o autor terminou o livro, colocando apenas aquele final como abertura para um novo começo. 
Comentando um pouco sobre os monstros que Jack Peter desenhava, não fugi muito da minha teoria sobre o que eles realmente significavam. Parece que JP desenhava não seus monstros, não monstros como demônios ou algo do tipo. Mas os monstros de outras pessoas, seus medos, suas inseguranças, seus erros mais sombrios. Ele traz à tona seus monstros interiores, aquilo que os deixava ou já deixou loucos algum dia. Isso foi muito interessante para mim, porque não era qualquer monstro, era como se Jip soubesse exatamente como assustar alguém, mexendo com seu psicológico através dos próprios demônios de outras pessoas. Posso ter em algum momento interpretado de maneira errada, porém essa foi a única conclusão que cheguei.
Algumas coisas ficaram em névoa para mim, mesmo depois de ter terminado a leitura do livro. Alguns porquês continuaram e, só depois de pensar um pouquinho foi que consegui chegar a alguma conclusão plausível. Mas nada que eu vá contar a vocês, fiquem tranquilos, leitores.


O Menino que Desenhava Monstros não é um livro assustador do tipo que te aterroriza com cenas de agonia e susto. Esse livro é um terror para refletir e pensar, é algo delicado e, se lendo apenas por superfície, estranho e sem sentido, afinal, a resposta para algumas perguntas se encontram em lugares pequeninos. Se você está procurando um livro para tomar sustos e tremer de medo, então O Menino que Desenhava Monstros não é para você. Esse livro precisa ser lido de maneira calma, porque a própria história se passa de maneira arrastada. Ele te prende, não de maneira avassaladora, mas de modo sutil, e gradativamente. Não digo que foi um dos melhores, mas um livro curioso, que vale a pena ser meditado.


Esta resenha participa da Dark Season. Para saber mais detalhes e concorrer à um livro da editora Darkside clique aqui.


Este post foi escrito por Rebeca Pereira.

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