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Filosofando 03: As marcas que levo comigo

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           o post de hoje será diferente. eu deveria estar estudando, mas não pude deixar de vir aqui digitar, entre um capítulo de direito administrativo e outro, a ideia que me veio à cabeça. e não, você não está lendo errado: não há nem um caps lock neste texto. letras maiúsculas são um pouco rudes diante da sutileza do que quero passar a você. dei-me a liberdade criativa de não utilizá-las.

          as marcas que levo comigo... é estranho imaginar que uma pessoa nova tenha tantas para levar. ao mesmo tempo, no entanto, é extremamente revoltante me deparar com alguns comentários sobre autobiografias de pessoas jovens: “o que ele(a) viveu que valha um livro?”... parece que a gente cresce e esquece. esquece que quando foi a nossa vez, muita coisa foi vivida e muitas lições, aprendidas. ninguém merece ter suas experiências diminuídas por conta da idade. apenas citando um exemplo: malala yousafzai, 18 anos, viveu muito mais do que você que tem quarenta e gosta de fazer comentários como o que citei acima.
          mas enfim, não desviemos o foco do texto. estou aqui para falar a vocês sobre as marcas que levo comigo... que refletem em meus livros favoritos. pois aqueles que mais amo, os que mais tocaram meu coração e deslumbraram minha alma, são os mais feios em minha estante. 


   


          páginas mais amareladas que o normal, amassados, marcas de uso. sim, meus livros favoritos têm tudo isso. parece contraditório, certo? mas há uma justificativa: eles estiveram comigo em todos os momentos possíveis. como eu falei logo acima, a vida costuma deixar marcas. no seu par de all stars favorito, na sua calça jeans mais querida... e por que não no livro que você ama? um bom exemplo disso, para mim, é as aventuras do caça-feitiço. eu estava lendo o primeiro livro, o aprendiz, à caminho da praia em uma viagem de família. sofremos um acidente que quase nos fez capotar. estava lendo e só soube o que aconteceu assim que o carro parou de girar na pista e minha cabeça explodiu de dor. antes disso, ainda sem entender muito bem, o livro foi a única coisa que consegui abraçar... até hoje, três anos depois, um dos amassados na capa persiste (pouco visível na foto porque a textura da capa o camufla).



          é engraçado como, quando crianças, a gente não se preocupa com as marcas que a vida deixa. uma mancha de sorvete, o molho do cachorro-quente que sujou aquela camisa branca novinha. os surtos deixamos com nossos pais. o que fazemos? somos arrastados ao banheiro, permitimos que esfreguem a mancha e esperamos ser liberados. se sair, tudo bem. se não, tudo bem também – e de volta às brincadeiras. experimente ir lanchar na faculdade e deixar que algo suje sua camisa branca nova hoje em dia. eu não serei hipócrita em dizer que não me importaria – céus, só penso que aquela mancha não sairá nunca! mas fico feliz em dizer que, pelo menos no que tange aos meus livros, eu mantive minha alma de criança.
          o ladrão de raios, o cavaleiro dos sete reinos, o nome do vento, harry potter e a pedra filosofal, percy jackson... todos já foram emprestados e devolvidos e estiveram comigo em todo tipo de situação, em todos os lugares. são livros usados e reusados ocasionalmente. que sentido faz você ter uma blusa favorita se nunca for vesti-la para que não suje, manche ou fique com aspecto de velha? que sentido faz eu comprar um livro, lê-lo pela primeira vez e me apaixonar, se não for para levá-lo comigo aonde eu for e ler mais um milhão de vezes e emprestá-lo outras cem por que sinto que todos deveriam conhecê-lo? se eu quiser uma blusa favorita com cara de nova, compro outra igual e deixo em exposição no guarda-roupa. se quiser um livro amado com cara de novo, é só adquirir a mesma edição e deixá-la intocada na estante. esses que são novos, no entanto, nunca terão o mesmo valor dos que me acompanham na vida.


 

          enfim... muitas pessoas são psicóticas com seus livros. embalam, limpam todos os dias, piram se veem uma mancha do que quer que seja. elas não estão erradas – mas eu também não estou. cada um tem seu modo de prezar pelo que lhe é querido. o que relatei no texto é o meu modo. o seu pode ser diferente – e eu adoraria saber se você estiver disposto a contar.
          as marcas que levo comigo... elas refletem em cada um de meus livros favoritos. e sempre será assim.








     

Me Livrando 32: Prince of Fools – A Guerra da Rainha Vermelha #1

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Título da Série: A Guerra da Rainha Vermelha #1 || Título do Livro: Prince of Fools || Autor: Mark Lawrence || Tradutor: Dalton Caldas || Editora: DarkSide Books || Capa dura || 411 páginas || ISBN: 978-85-66636-77-2 || Gêneros: ficção, aventura, fantasia, fantasia épica || Skoob || Compare os preços.

“Sou um mentiroso, um trapaceiro e um covarde, mas nunca, jamais, irei decepcionar um amigo. A menos que, para não decepcioná-lo, seja preciso demonstrar honestidade, jogo limpo ou bravura.” Assim se apresenta Jalan Kendeth, o neto da Rainha Vermelha e décimo na linha de sucessão ao trono. Um verdadeiro hedonista sem pretensões políticas, que se vê obrigado a abandonar sua boa vida após sofrer uma tentativa de assassinato. Para escapar, precisa se aliar a um perigoso guerreiro.
Mark Lawrence novamente cria um anti-herói irresistível. Por que mesmo estamos torcendo por eles? – é uma pergunta comum entre os cada vez mais numerosos leitores de suas aventuras. A resposta, certamente, está no talento com que o autor conduz seus personagens e narrativas. E desta vez, a violência e o rancor de Jorg Ancrath, da Trilogia dos Espinhos, é substituída pela astúcia e charme do Príncipe dos Tolos.
Em comum, as duas trilogias dividem o mesmo cenário, um universo pós-apocalíptico e de inspiração medieval. Se você não via a hora de voltar ao Império Destruído, esta é sua chance, com esta nova saga do universo expandido da Trilogia dos Espinhos.



Após mais de dez dias de inatividade, enfim estou de volta. O Natal chegou e foi embora, 2016 está batendo à porta e dia 08 de janeiro o blog completa seu primeiro aninho de vida. Tem novidade por aí em parceria com a DarkSide Books pra comemorar, sugiro que se mantenham atentos à página do blog – prometo que não se arrependerão! Espero que tenham tido um 25 de Dezembro tão maravilhoso quanto o meu, aliás <3
Sem mais delongas, vamos à resenha. Prince of Fools conta uma história com dois protagonistas: Snorri ver Snagasoné convencional, o típico herói das sagas de espada e magia cheio de honra e sensatez. Do outro lado você tem o anti-herói, Jalan Kendeth, aquele personagem que logo de cara começamos a odiar por ser tão egoísta e... bem, humano. Talvez por isso muita gente não tenha gostado de Jal: a nossa primeira impressão sobre ele é que não passa de um arrogantezinho cruel e vaidoso. Mas francamente, pare e olhe ao seu redor: é mais fácil encontrarmos um milhão de Jalan do que dois ou três Snorri. Ele é crível, real e cru. Vive para os próprios objetivos – geralmente algo entre deitar-se com o maior número possível de mulheres e beber até cair – e não pensa em muita coisa além de si mesmo.  Pelo menos no início da história.


Snorri, ele é um viking, um hauldr nórdico de Uuliskind, do outro lado do Gelo Mortal. Ele também afirma que é um Undoreth, a tribo dos Filhos do Martelo. Acaba na Cidade de Vermillion (onde Jalan mora num castelo com a avó, a Rainha Vermelha, e o pai, terceiro  filho desta e cardeal da cidade) após ser comprado como escravo. A Rainha Vermelha, no entanto não é adepta da escravidão: ela o convoca apenas para que ele explique a situação do Norte aos seus netos reais, tão preguiçosos e decadentes... Eles têm de se mexer, acordar para a vida. Principalmente um certo Jalan... E assim, temos a primeira menção à chave e aos temores que estão ameaçando o Império Destruído.
Por ironia do destino, Jalan e Snorri acabam unidos por um laço que não podem romper. Tão diferentes, e agora irremedievalmente juntos. E assim a jornada dos dois começa, ambos com os destinos interligados pela poderosa magia da Irmã Silenciosa– uma bruxa que, acima de tudo, quer impedir os servos do Rei Morto de encontrar a chave acima mencionada: ela é capaz de abrir os portões da própria Morte. Os dois então rumam para o Norte e embora Snorri pense ter um objetivo ao fazê-lo, enquanto para Jal tudo não passa de uma fuga de seus problemas, eles estão seguindo um destino anteriormente traçado. Pensam ter escolha, mas na verdade estão longe de tê-la, assim como não têm vontade própria.
A Vermelha e a Azul. Aí está a batalha de nosso tempo, Príncipe Jalan. A Dama Azul e a Rainha Vermelha. Sua avó quer um imperador, príncipe. Você sabia disso? Ela quer reunir o Império Destruído novamente... vedar todas as rachaduras, visíveis e invisíveis. Ela quer um imperador porque um homem assim... Bem, ele poderia girar a roda para trás. Ela quer isso, e a Dama Azul, não. ||| Skilfar, a völva






Minha opinião sobre Prince of Fools é: Eu com certeza adorei o livro. Quando terminei de lê-lo, pensei que daria quatro estrelas por não ter achado a trama muito boa. Mas relendo minhas anotações, definitivamente cinco estrelas são merecidas. A narração em primeira pessoa de Mark Lawrence me agradou demais e eu me senti mais próxima do Jal conforme descobria que ele não é um monstro babaca e egoísta como pareceu a príncipio. Aparentemente ele foi uma pessoa mimada demais e na hora de escolher entre si mesmo ou o mundo, ficou com a primeira opção. Ninguém se importava com ele: por que ele se importaria com os outros, então? Ele foi egoísta até o momento em que aprendeu o que é ter uma amizade de verdade. Aos poucos, segredos do seu passado são desvendados – e através das lembranças com seu tio Gayrus você percebe que ele nunca foi tão egoísta como pensa que é. O título de Príncipe dos Mentirosos – pelo menos assim entendo Prince of Fools – veio a calhar para esse membro da realeza que utiliza suas mentiras como a mais eficaz armadura na hora de se proteger do mundo.
Há humanidade em Jal. Você percebe isso quando ele decide não abandonar Snorri mesmo diante da morte iminente, quando utiliza seus recém-descobertos poderes em prol dos novos amigos já assumindo que ao fazê-lo não irá resistir, quando descobre a mentira que nutriu e na qual acreditou durante anos, quando mesmo sem dizer nos deixa entender que se importava com o tio – aparentemente a única pessoa que se importou de verdade com ele antes de a aventura começar. Foi isso que adorei no livro. Lawrence criou um personagem que todos odiaram, que muitos fecharam o livro desejando que morresse, mas só porque não conseguiram ler nas entrelinhas e acreditaram na mentira que o Jal mais sustentava.


Snorri é outro personagem fascinante. Eu disse lá em cima que ele é o herói típico, um arquétipo de bom moço cheio de músculos. As histórias que conta partem o seu coração, e você não acredita como alguém que tenha passado por tantas desgraças consegue continuar de pé. Essa é a natureza viking, aparentemente. E Snorri só pensa em se vingar, mesmo que para isso tenha de morrer – o que não é completamente ruim segundo suas crenças, pois o Ragnarök está chegando e ele será convocado à luta, de qualquer forma. Além disso, não há nada mais maravilhoso do que morrer em batalha, lutando por aquilo que você acredita. Odin recompensa guerreiros assim. 
Como vocês podem ver, eu amei o livro. Recomendo a todos que gostem do gênero dark fantasy, pois embora não seja uma obra-prima de tirar o fôlego, é uma leitura excitante. Descrever batalhas – quase inexistentes no livro, na verdade – certamente não é o forte de Lawrence, mas ele soube com ninguém me fazer refletir na leitura sempre que eu encontrava o lado mais sensível de Jal.  Os personagens centrais foram bem desenvolvidos: você acompanha não apenas a evolução individual dos dois, mas de sua amizade também. Outros personagens aparecem, mas não são tão explorados. Não cheguei a ler a Trilogia dos Espinhos, mas há muitas referências à série, principalmente quanto ao Jorg Ancrath. O universo do livro não foi esmiuçado, mas provavelmente porque isso já foi feito na trilogia anterior, então não culpo o autor.
Enfim. Mark Lawrence é assim: ou você ama, ou você odeia. As opiniões são tão divergentes que o conselho mais sábio que posso dar é que leia Prince of Fools sem achar que irá se encantar ou decepcionar. Leia sem compromisso, e depois venha aqui dizer de qual time você faz parte.



Sobre a edição: 409 páginas que só não li em menos tempo por conta da correria típica do fim de ano. A capa é linda e, claro, dura. Folhas amareladas, fitinha vermelha para marcar a leitura, espaçamento e tamanho da fonte confortáveis à leitura... Apenas uma coisa me confundiu: entre alguns capítulos há uma página preta com o brasão do livro no centro. Não entendi o propósito e me pareceu que essas páginas foram dispostas de modo aleatório. Mas fora isso e alguns erros de revisão, ficou tudo ok. Como leio muitas reclamações da tradução da DarkSide em grupos que participo, tenho lido os livros da editora com atenção, mas juro a vocês que não encontro nada estranho. Enfim: uma edição sem defeitos relevantes.




[assunto para outro post] Encontrei algumas semelhanças com As Crônicas de Gelo e Fogo: nada que indique plágio, e sim inspiração. O Rei Morto, os natimortos, os afogados, o Gelo Mortal, a Irmã Silenciosa que parece uma certa Sacerdotisa Vermelha... Enfim. A Guerra dos Tronos é um dos livros favoritos de Mark Lawrence, como ele disse em nossa entrevista, então nada de anormal.

avaliação final

Prince of Fools - A Guerra da Rainha Vermelha, Volume 1CAPA: 10
DIAGRAMAÇÃO: 7
REVISÃO: 7
NARRAÇÃO: 9
PERSONAGENS: 9
ENREDO: 8
WORLDBUILDING: 6


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Livros da série: Prince of Fools || The Liar's Key (publicada este ano no exterior) || The Wheel of Osheim (publicação prevista para 2016 no exterior).
           





     

Me Livrando 33: Mistborn e a genialidade de Brandon Sanderson

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Título da Série: Mistborn: Nascidos da Bruma #1 || Título do Livro: O Império Final || Autor: Brandon Sanderson || Tradutor: Marcia Blasques || Editora: LeYa || Brochura || 608 páginas || ISBN: 978-85-80448-64-1 || Gêneros: ficção, aventura, fantasia, fantasia épica, high fantasy, ficção científica fantástica || Skoob e Goodreads || Compare os preços.
O que acontece se o herói da profecia falhar? Descubra em Mistborn! Certa vez, um herói apareceu para salvar o mundo. Um jovem com uma herança misteriosa, que desafiou corajosamente a escuridão que sufocava a Terra. Ele falhou. Desde então, há mil anos, o mundo é um deserto de cinzas e brumas, governado por um imperador imortal conhecido como Senhor Soberano. Todas as revoltas contra ele falharam miseravelmente. Nessa sociedade onde as pessoas são divididas em nobres e skaa – classe social inferior –, Kelsier, um ladrão bastardo, se torna a única pessoa a sobreviver e escapar da prisão brutal do Senhor Soberano, onde ele descobriu ter os poderes alomânticos de um Nascido da Bruma – uma magia misteriosa e proibida. Agora, Kelsier planeja o seu ataque mais ousado: invadir o centro do palácio para descobrir o segredo do poder do Senhor Soberano e destruí-lo. Para ter sucesso, Kel vai depender também da determinação de uma heroína improvável, uma menina de rua que precisa aprender a confiar em novos amigos e dominar seus poderes.


Oi, gente. Celly aqui bem rapidinho. Hoje vocês terão no Me Livrando uma figurinha repetida no blog: o Math Vas, que já esteve com a gente em uma coluna, como colaborador de artigos e agora trouxe uma breve e interessante resenha sobre Mistborn. Preparados? Boa leitura!




Sanderson é um dos maiores nomes da fantasia atual. E isso não é por menos. Vou explicar por que.
O primeiro título da trilogia Mistborn – Nascidos da Bruma, é O Império Final. Livro que abre portas para um dos muitos mundos de Brandon Saderson em seu gigantesco universo interligado, a Cosmere. O que mais se ouve falar desse livro em particular são duas coisas: personagens e sistema de magia. Até hoje tento entender como Sanderson consegue fazer personagens tão marcantes em tão poucas páginas. Criamos empatia ou simpatia com Harry Potter por uma história que leva sete anos para se desenvolver. Apaixonamos-nos por Arya Stark e Jon Snow ao longo dos cinco gigantescos livros de As Crônicas de Gelo e Fogo. E encontramos um dos melhores personagens de todos os tempos em cerca de apenas 600 páginas (comparada as outras sagas citadas, é pouco): Kelsier. Conhecemos primeiramente esse personagem e como em seu plano para derrubar o Império Final arrasta outros muitos personagens ilustres e empáticos, como a Vin, Dockson e Sazed consigo em um turbilhão de cenas de ações, descobrimentos e mistérios emocionantes.



Kelsier reúne um grupo de seus antigos amigos ladrões, encarregados de iniciar uma revolta para derrubar o deus-imperador, o Senhor Soberano. O mundo sofreu, há mil anos, um colapso, e tudo que se conhecia foi destruído. A única coisa que todos tinham certezas é que havia os Skaa– algo parecido com escravos – e nobres, assim como as brumas sempre voltariam pela noite. Diante de uma história excepcionalmente contada, em volta de um mistério magistralmente construído ao longo desse e dos outros dois livros – O Poço da Ascenção e O Herói das Eras (tradução livre) –, repleto de personagens realmente marcantes para sua vida *como Bilbo Boseiro e Harry Potter marcaram muitas gerações), encontramos um livro extremamente original (ainda que destronar imperadores e reis seja um plot comum), mas isso só acontece porque a história é perfeitamente contada.



O livro inteiro dele é assim. Exatamente por isso que eu não contei quase nada da história. Afinal, é para isso que existem resenhas. Apenas saiba que essa história, assim como todas as outras de Brandon Sanderson, é arquitetada com enorme cuidado e vontade de um dos maiores gênios da fantasia. Se você acha que aquilo vai se desenrolar daquela forma, ele vai te surpreender. Esse é, no final das contas, o grande motivo de todos lerem esse livro: Sanderson nunca deixa de te surpreender. É como se esse fosse seu único objetivo ao lado de te fazer sorrir e chorar.



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Livros da série: O Império Final || O Poço da Ascenção || The Hero of Ages.
           





     

Me Livrando 34 || Eu Sou A Lenda — e o autor que se tornou uma

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Uma impiedosa praga assola o mundo, transformando cada homem, mulher e criança do planeta em algo digno dos pesadelos mais sombrios. Nesse cenário pós-apocalíptico, tomado por criaturas da noite sedentas de sangue, Robert Neville pode ser o último homem na Terra. Ele passa seus dias em busca de comida e suprimentos, lutando para manter-se vivo (e são). Mas os infectados espreitam pelas sombras, observando até o menor de seus movimentos, à espera de qualquer passo em falso...


Você conhece Richard Matheson? Já teve qualquer contato com uma de suas obras? À primeira pergunta a resposta até pode ser não, mas talvez você nem imagine que a segunda só pode ser respondida com um indubitável sim.
Richard Matheson teve seu primeiro conto lançado já desde 1950, mas foi em 1954 que se tornou conhecido ao publicar o romance Eu Sou A Lenda (I Am Legend no original). Ainda que não o conheça, se você já leu Stephen King, Anne Rice, Brian Lumley, Ray Bradbury e Robert Bloch, teve um contato indireto com sua obra – e você só teve o prazer de conhecer os autores citados por conta de Matheson. Ele influenciou uma geração de artistas de todos os gêneros, inclusive cineastas como George A. Romero, cuja obra A Noite dos Mortos-Vivos teve inspiração na obra que resenho agora.
Apesar de Eu Sou A Lenda ter sido nomeado como o melhor livro de vampiros do século, desbancando King e Rice, eu não diria que as criaturas são o foco da obra. É também muito diferente de sua terceira e última adaptação, estrelada por Will Smith e Alice Braga, que alivia bastante a realidade dura de Robert Neville e introduz uma ação quase inexistente no livro. O filme retirou parte da essência da obra, eu diria. Retirou aquilo que, para mim, a tornou tão interessante enquanto eu lia: a introspecção.


Eu Sou A Lendaé sobre o cotidiano do último ser humano na Terra – talvez o último ser vivo como conhecemos. Apresenta a sua rotina ao longo dos três anos em que passa sozinho, após perder a filha e a esposa para a praga que levou quase todos os humanos consigo, exceto um. A doença traz da cova aqueles que já morreram, e corrompe os que estão vivos, todos direcionados a um único instinto de sobrevivência: sangue. Então você tem os mortos-vivos e os vivos-mortos. E Robert Neville. Como a capa traseira deixa bem claro: ele não está sozinho – mas ao mesmo tempo está irremediavelmente só.
Esteja avisado: você está nas mãos de um escritor que não concede ou pede clemência. Ele vai exauri-lo... E, quando você fechar este livro, ele vai entregar-lhe um dos melhores presentes que um escritor pode dar: vai deixar você querendo mais. || Stephen King
Se eu fosse apontar um protagonista para esta obra, diria que é a solidão. É ela quem começa a comandar os atos e atitudes de Neville. Ela é a personagem principal, que se enraíza cada vez mais conforme viramos as páginas. Toma as rédeas da vida de Neville e o conduz a caminhos que ele provavelmente não tomaria se não a tivesse como companhia. Eu senti a dor de Robert, senti seu medo e desespero e, por fim, senti sua resiliência. Entendi porque ele se tornou tão desumano... Afinal, há dois tipos de humanidade: o gênero humano, e o sentimento humano. Uma vez que o primeiro não existe, qual a necessidade de o segundo persistir? Neville abandona a sua benevolência, a sua clemência, e mergulha num poço sem fundo, prolongando os dias enquanto apenas existe, tendo a plena consciência de que o fim é próximo – e inevitável.
Ao terminar a obra, e isso porque li apenas uma, entendi porque Matheson influenciou tantos grandes nomes e gêneros da Literatura e do Cinema. Não vou dizer que este romance claustrofóbico é uma leitura obrigatória, mas você provavelmente ficará grato por conhecê-lo. Assim como Robert Neville que se tornou A Lenda, afirmo com segurança que Matheson também o fez. Ele não morreu em 2013: continua vivendo através do que escreveu, através da influência que produziu e que sempre produzirá.


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Um novo terror nascido na morte, uma nova superstição entrando na fortaleza inexpugnável da eternidade. Eu sou a lenda.


Título do Livro: Eu Sou A Lenda || Autor: Richard Matheson || Tradutor: Delfim || Editora: Aleph || Capa dura || 384 páginas || ISBN: 9788576572718 || Gêneros: horror, ficção científica, ficção científica fantástica, novela, clássico, pós-apocalíptico, suspense || Skoob e Goodreads || Compare os preços.
           





     

1 ANO DE BLOG + CONCURSO CULTURAL + PROJETO LITERÁRIO

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OOOOOOI. Tudo bem? Como já deu para perceber, hoje é um dia muito importante para mim, para o blog e de certa forma para você também – afinal, você e todos os outros leitores são o blog. Hoje completamos um ano juntinhos – alguns acompanhando desde sempre, outros que começaram há um mês ou uma semana, e ambos extremamente importantes. E aqui vai o  primeiro de muitos: obrigada. Do fundo do meu coração.

   

Esse primeiro ano do blog foi mágico, fantástico. Conheci pessoas incríveis, fiz amizades que quero levar para a vida, adquiri experiência, cometi deslizes, recebi críticas ofensivas e aprendi a ser forte diante delas. Com o blog e a ajuda do nosso colunista, Rafa Moraes, organizei a Maratona Literária Me Livrando, que se tornou um dos melhores grupos literários dos quais participo. Sorteei mais de 40 livros (!), enviando a maioria, tirando do meu próprio bolso e empobrecendo um pouquinho, mas ficando feliz quando os leitores recebiam tudo direitinho. Entrevistei autores, recebi incontáveis elogios pelo trabalho com o MeL, parcerias foram ofertadas e muitas até recusadas quando vi que não daria conta. Atingi a marca de 100 mil visitas (!!!!!!!!) quando muitos blogs que eu acompanhava só conseguiam tal feito depois de 3 anos ou mais... Li mais livros do que em qualquer outro ano anterior e perdi o preconceito que tinha com a literatura nacional. Fiquei frustrada quando as visualizações do blog caíram, mas entendi que a vida é assim: altos e baixos, e a gente precisa ter alguns momentos ruins para poder valorizar os bons.
Como vocês podem ver, foi um ano intenso, de conquistas e aprendizado. Superou todas as expectativas que eu tinha ao começar o blog. Apresentou-me um universo que eu já frequentei e abandonei diversas vezes (tive vários blogs pessoais), mas sob uma nova perspectiva que irá me fazer ficar por tanto tempo quanto for possível. Comemoro hoje o primeiro ano, mas quero estar daqui a nove fazendo um post semelhante. Isso depende de mim, de vocês e do meu esforço. Obrigada. Nossa, muito obrigada! Eu adoraria me prolongar um pouquinho, mas quem me conhece sabe o quanto adoro falar. Então vamos pular logo para as novidades? 

CONCURSO CULTURAL DE ANIVERSÁRIO



A DarkSide Books, editora que acreditou no blog quando ele ainda estava bem no comecinho e nos apoiou de forma imensurável, cedeu um exemplar de seus livros para este concurso. Como será? Bem, se você ganhar, escolherá o prêmio. Isso mesmo! Qualquer livro do catálogo (respeitando a disponibilidade, claro)! Como a maioria sabe, não gosto muito de sorteios. À exceção dos que realizo na Maratona Literária (apenas entre os que participam de cada edição, ou seja, aqueles que merecem), eu evito sortear livros ao máximo. Acontece de vez em quando, mas prefiro concursos culturais. Nem todo mundo que entra em um sorteio quer de verdade o prêmio... Já no concurso, você tem de se esforçar. Pensando nisso, a proposta deste aqui é bem simples: 

PARABENIZE O ME LIVRANDO!

Pode ser com uma cartinha, um desenho, um texto, uma simples frase, um comentário... Qualquer coisa. Abaixo estão alguns links que você pode querer usar. Utilize a sua criatividade, seja espontâneo. O que mais amolecer nosso coração irá vencer. Boa sorte – e obrigada desde já por participar!
ATÉ QUANDO: 08 de fevereiro de 2016
ANÚNCIO DO RESULTADO: 11 de fevereiro de 2016
PRÊMIO: Livro à escolha do catálogo da DarkSide Books
FACEBOOK: http://www.facebook.com/MeLivrando
INSTAGRAM: http://www.instagram.com/MeLivrando
E-MAIL: melivrando@live.com



VAI, MAS SERÁ QUE VOLTA?



Ah, ok. O nome não é muito legal, mas agradeçam ao leitor Rafael Barreto. Sou democrática e foi o que ganhou na enquete do nosso grupo </3 Tudo bem, eu supero. Em outra vida uso o Itinerário Literário.
Enfim, o Vai, mas será que volta?é um projeto que se assemelha às famosas booktours blogueiras. Se você não conhece, eu explico: consiste em um autor nacional cujo livro viaja pelo Brasil, passando por diversos(as) blogueiros(as) que têm um prazo para ler, resenhar e enviar para o próximo da lista. Nosso projeto para 2016 é bem parecido. Foi ideia de outra leitora, a Jessica Oliveira, instantaneamente aderida pelos membros mais ativos do grupo. A diferença é que um de nós enviará um livro que ainda será escolhido, e quando você recebê-lo poderá fazer anotações, escrever um recadinho, colar um post-it... Deixar sua marca. É isso que tornará o livro especial, e não apenas mais um exemplar.
Quando todos lerem o livro, realizaremos uma votação aqui na sidebar do blog (para que fiquem anônimos, já que o Facebook sempre mostra quem votou em quê) sobre quem vocês acham que deverá ficar com a lembrança. Eu não participarei dessa, pois mesmo que não tenha certeza de que ganharia, há chances de que sim, e prefiro dar o presente a outra pessoa...
Se interessou pelo projeto? RESPONDA ESTE FORMULÁRIO. Mandarei um anexo com mais informações a você. 



Como já agradeci a cada um de vocês, queria enaltecer aqui um grupo singular: os leitores fantasmas. Vocês, que sempre estão lendo e acompanhando as postagens, mas sem jamais comentar ou dar as caras: são importantes também. Como todos os outros, têm o meu carinho. 
Então é isso, gente. Esse foi o primeiro ano de muitos que ainda estão por vir. Quero agradecer especialmente ao meu namorado, Helder Machado, que nunca deixou de me apoiar, e também à minha mãe. Ambos me motivam a nunca desistir. Os grupos Livros de Fantasia e Aventura - Skoob e Game of Thrones da Depressão também foram essenciais: fiz muitas amizades por lá, e descobri recentemente que conquistei muitos leitores também. Obrigada por tudo. Continuemos juntos. Ao infinito e além.

[prometi vídeo meu no canal, mas os leitores do grupo que acompanharam meu drama sabe que infelizmente não consegui gravar um decente a tempo. mas está perto, juro! promessa é dívida. hahahaha]

     

Me Livrando 33 || Horror na Colina de Darrington #celebreoqueénosso

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Você acredita em fantasmas? Ben Simons é um rapaz órfão de 17 anos que vai para a casa dos tios ajudar a cuidar de sua priminha Carla após a tia ter sofrido um derrame. Apesar da infeliz situação de tia Julia, Benjamin esperava que a Colina de Darrington fosse um lugar de certa tranquilidade. O que encontra, porém, é uma trama de terror e sangue, cujo único propósito é a conquista de um poder absoluto e inimaginável por meio de forças malignas. A casa esconde segredos terríveis e sombrios. Conheça os caminhos mais tortuosos da mente humana e descubra até que ponto alguém chega para salvar a vida de um ente querido neste intrigante amálgama de suspense e terror sobrenatural. Onde termina o inferno e começa a realidade? Junte as peças e descubra. Sem dúvidas, esta é uma história para aqueles que não têm medo do escuro e de todo o mal que nele habita.


Bennyé um rapaz órfão de 17 anos que vai passar uma temporada na casa do tio, depois que a tia tem um derrame, para ajudar a cuidar da prima pequena. O livro começa quando, logo nos primeiros dias, Benny acorda no meio da madrugada e encontra sua prima sentada no corredor, olhando para cima, rindo e fazendo caretas. Ela diz estar imitando a moça das tranças, que está pendurada na viga do teto.
Uma dica: se vocês forem medrosos como eu, não tentem ler este livro antes de dormir.
O livro é narrado em primeira pessoa, 11 anos depois do acontecido, por um Benny que já não sabe mais se é louco ou são, se aquilo foi real ou um pesadelo e onde exatamente começa um e termina o outro. A narrativa é fluída e a linguagem, atual.

Um livro incrível, com uma história instigante e cheia de horror, suspense e loucura. A pesquisa do livro foi muito bem feita, a construção do personagem principal e da trama foram bem elaboradas, mantendo o suspense e as incertezas do começo ao fim da obra.

Mesmo assim, ainda não sei se estou pronto para contar a história por completo. Veja bem, faz alguns anos e, até hoje, eu sofro as consequências. Os detalhes são embaralhados e muita coisa se perdeu. Já não sei mais o que é pesadelo e o que é realidade. Não consigo mais distinguir os dois. Mas foi terrível. Terrível.

O livro é simplesmente lindo, uma das diagramações mais bonitas que eu já vi. As bordas das páginas são escuras, dando a impressão de algo antigo, talvez queimado, o que combina perfeitamente com o clima da história. Além disso, antes de cada capítulo existe uma introdução (laudo médico, transcrição de uma ligação, matéria de jornal) que aumenta a sensação de veracidade da história e dá algumas pistas inteligentes para os leitores atentos. As páginas são amareladas, as letras grandes com uma fonte confortável. A revisão foi uma das melhores que eu já vi.
O único defeito do livro foi ter acabado tão rápido. Não que o autor tenha corrido ou algo assim, mas, como leitora, eu gosto de aproveitar cada momento, viver o livro. Se as coisas acontecessem só um pouquinho mais devagar eu poderia ter "vivido" o suspense e o medo por mais tempo e gostaria ainda mais.

Quando paramos para observar todas as provações que vivemos diariamente, raramente nos imaginamos em uma situação extrema. Geralmente, achamos que o máximo de perigo que viveremos em um dia será pegar uma tempestade sem estar de capa ou guarda-chuva, ou perder a carteira. Definitivamente, nossa imaginação nunca monta cenários em que você estará jogado no chão, no meio da floresta, sujo e com o pé praticamente quebrado. Nem que você estará com o corpo todo machucado, com medo, com frio e com uma arma carregada na mão. Isso, é claro, depois de ter matado duas pessoas e precisar fugir, mas não conseguir. Tendo, por fim, à sua frente uma missão impensável e nenhuma coragem de cumpri-la.


Título do Livro: Horror na Colina de Darrington || Autor: M. V. Barcelos || Editora: Novo Século || Brochura || 112 páginas || ISBN: 9788542806533 || Gêneros: suspense, ficção, mistério, terror || Skoob e Goodreads || Compare os preços.
           


Resenha por Alexia Bittencourt




     

Me Livrando 34 || Pequenos Deuses — e uma grande história

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Em Pequenos Deuses, Terry Pratchett faz uso de seu ácido humor para desenvolver uma crítica mordaz à religião institucionalizada. No Discworld — mundo palco de suas dezenas de histórias de sucesso —, o deus Om percebe, ao tentar se manifestar na Terra, que ficou preso no corpo de uma pequena tartaruga. Precisará, então, contar com o auxílio do noviço Brutha para descobrir como recobrar seu poder — e a crença que lhe dá vida — ao mesmo tempo em que grandes figurões planejam uma guerra santa. Pratchett, nesta sátira em seu mundo fantástico, volta a fazer o que faz de melhor: usa a fantasia e o humor para falar da realidade.

    

Lu Tze, um dos monges/curadores de Discworld.
Em Discworld nada acontece por acaso. Os curadores da história são responsáveis, apenas observando, por transformar acontecimentos simples em fatos históricos. Eles existem e são milenares, isso é indiscutível. E é nas altas montanhas de Ramtops que está localizada a imensa biblioteca da qual cuidam, com os mais de 21 mil livros da história do mundo: são volumes encadernados em couro medindo três metros de altura, com letras tão minúsculas que você só consegue ler o conteúdo utilizando uma lupa. Quando a gente fala que algo “está escrito”, nem faz ideia do quanto isso é verdade.Os eventos que acontecem em Pequenos Deuses só se tornaram importantes porque um curador da história esteve em Omnia para presenciá-los.Se Lu Tze não tivesse partido em sua jornada de anos para a cidade, levando consigo uma esteira, uma vassoura e as montanhas Ramtops, tudo teria sido em vão. Ainda bem que ele estava lá. A história desse noviço que passa a ser responsável pela existência de seu deus é interessante até pra nós, daqui desse outro multiverso, conhecermos. Quem sabe a gente aprenda algumas coisas, né?
Brutha e Om, uma tartaruga que parece e age como um jabuti...
Em Pequenos Deuses, há a Igreja Omniana, que possui um vasto império, fieis que fazem tudo o que ela – mais precisamente o detestável Diácono Vorbis, um exquisidor – ordena e um exército disposto a entrar em guerra a qualquer momento. Se de um lado você possui todo esse poder, de outro você tem Brutha. E o Grande Deus Om... Na forma de uma tartaruga caolha. Ele a princípio não sabe porque não consegue assumir qualquer outro corpo grandioso – como uma águia ou um búfalo –, mas com o passar do livro finalmente compreende. Om trata-se uma divindade com milhares de fiéis, mas ao mesmo tempo tem apenas um: o analfabeto, improvável e ignorante Brutha, um reles noviço. Não fosse por ele, Om poderia acabar no limbo dos Pequenos Deuses: o deserto onde eles são esquecidos e tornam-se mera lembrança do que foram ou poderia ser. A obra trata da jornada de Om e Brutha: tanto aquela que compartilham, quanto a pessoal, com o garoto aprendendo a não acreditar piamente em tudo que a Igreja afirma – afinal de contas, a maior parte do Livro do Septauteco não passa de mentiras das quais nem o próprio Om tinha conhecimento. O noviço aprende também a duvidar de um sistema no qual acreditava com a maior sinceridade do mundo: a Quisição, o único meio de expurgar os pecados de um pecador. No começo do livro você vê Brutha afirmando sem hesitar que é para isso que ela existe, mas conforme ele aceita uma nova percepção sobre o mundo, a afirmação fraqueja até cessar.

Há bilhões de deuses no mundo. Formam um bando mais numeroso do que ovas de arenque. Muitos deles são pequenos demais para serem vistos e nunca são adorados, pelo menos não por algo maior do que bactérias, que nunca fazem suas orações e não são muito exigentes em termos de milagres. [...] São os pequenos deuses – os espíritos dos lugares onde duas trilhas de formiga se cruzam, os deuses dos microclimas abaixo dos gramados. E a maioria deles continua assim. Porque lhes falta crença.

O livro é justamente isso: ele questiona e satiriza muitos aspectos religiosos, e até mesmo a Filosofia. É brilhante porque o faz sem promover qualquer tipo de desrespeito. É recheado de humor e nos deixa pensando: as pessoas acreditam mais em seu deus ou na instituição que o representa? E àqueles que se acham responsáveis por nos punir: até onde vai sua hipocrisia? São como a avó que Brutha, que na infância o espancava todas as manhãs por tudo aquilo que ele ainda iria fazer... E o garoto achava correto, justo e sensato. Ao menos no início.

Há outro questionamento que a obra levanta: a divindade existe por si só ou apenas porque acreditam nela?É o que acontece com Om. Entre todos os habitantes de Omnia que oram a ele todos os dias, apenas um acredita verdadeiramente em sua essência. Os outros oram para ele, temem diante de suas estátuas e representações de chifres dourados, pedem milagres e choram de emoção ao achar que receberam alguma mensagem... Mas nem por isso deixam de ser cegos e surdos à Verdade de Om. Complicado, né?

(...) não pode ser somente ele que crê em mim. Realmente em mim. Não em um par de chifres dourados. Não em um grande edifício. Não no temor do ferro quente e das facas. Não em pagar o dízimo de seu templo só porque todo mundo faz isso. Apenas no fato de que o Grande Deus Om realmente existe.

Bem, eu não poderia finalizar essa resenha sem citar alguns personagens. Temos o Sargento Simony,  ateu convicto que não acredita no Grande Deus Om nem quando este fala com ele na frente de uma multidão. Há Didátilos, o filósofo efebiano que escreveu o Chelonian Mobile (A Tartaruga Se Move!) e influenciou no surgimento da teoria que contraria a Verdade Suprema do Livro do Septauteco: o mundo não é uma esfera nem orbita ao redor do sol – nada disso. Ele na verdade é plano, assentado nas costas de elefantes, que se equilibram sobre uma tartaruga cósmica gigante.* Sim.

Bem, do meu ponto de vista, lógica é só uma forma de ser ignorante seguindo o manual. (Didátilos sendo brilhante).

*Houve quem acreditasse na teoria. E não duvido que pessoas assim ainda existam... Mas vai que elas estão certas, né? Hahaha

Temos também o Diácono Vorbis, que todos pensavam ser o profeta. Não há melhor modo de descrevê-lo de forma justa senão pela perspectiva de Om:

Mas Om lembrou-se da expressão absorta de Vorbis, um par de olhos cinzentos diante de uma mente tão impenetrável quanto uma esfera de aço. (...) Havia alguém que provavelmente viraria um deus ao contrário, só para ver o que aconteceria. Alguém que derrubaria o universo, sem pensar nas consequências, apenas em nome do conhecimento do que aconteceria se o universo fosse virado ao contrário...

Por fim, aquela que menos pude conhecer neste livro, mas que me deixou louca de curiosidade e foi decisiva na minha escolha de ler os próximos: A MORTE. EM CAIXA ALTA PORQUE ELA SÓ FALA ASSIM.





I. Isto Não É Um jogo.
II. Aqui E Agora, Você Está Vivo.

    

Uma singela homenagem ao escritor desse mundo fantástico, que nos abandonou em 2015. Como será que foi atravessar o seu deserto, Terry? Quanto tempo durou?


Título da Saga: Discworld || Título do Livro: Pequenos Deuses (volume #13, mas ler fora de ordem não atrapalhou a leitura) || Autor: Terry Pratchett || Tradutor: Alexandre Mandarino || Editora: Bertrand Brasil (Grupo Editorial Record) || Brochura || 308 páginas (sem divisão em capítulos) || Contém alguns erros de revisão || ISBN: 9788528616965 || Gêneros: fantasia, ficção, humor, religião || Skoob e Goodreads || Compare os preços.
           


Outros livros da saga Discworld (sim, são 39!): A Cor da Magia || A Luz Fantástica || Direitos Iguais, Rituais Iguais || O Aprendiz de Morte || O Oitavo Mago || Estranhas Irmãs || Pirâmides || Guardas! Guardas! || Fausto Eric || A Magia de Holy Wood || O Senhor da Foice || Quando as Bruxas Viajam || Pequenos Deuses || Lordes e Damas || Men at Arms || Soul Music || Interesting Times || Maskerade || Feet of Clay || Hogfather || Jingo || The Last Continent || Carpe Jugulum || The Fifth Elephant || The Truth || Thief of Time || The Last Hero || The Amazing Maurice and his Educated Rodents || Night Watch || The Wee Free Men || Monstrous Regiment || A Hat Full of Sky || Going Postal || Thud! || Wintersmith || Making Money || Unseen Academicals || I Shall Wear Midnight || Snuff.






     

Folheando 16: As Melhores Leituras de 2015

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Oi, gente! Como vocês estão? 2016 já está aí e nada melhor do que relembrar e recomendar alguns livros que li no ano passado. Fiz uma pequena lista das cinco melhores leituras de 2015, espero que gostem!

5. KING OF THORNS


O segundo volume da Trilogia dos Espinhos se destacou não apenas pela história muito interessante, mas também pelo fato do autor ter conseguido evoluir de uma maneira fantástica. Todos os pontos fortes de Prince of Thorns voltaram com força total e quase todos os pontos negativos foram melhorados. É um tipo de fantasia que nem todo mundo gosta, mas pra quem curte Dark Fantasy essa trilogia é praticamente obrigatória. [Resenhas: Prince of Thorns || King of Thorns || Emperor of Thorns].

Memórias é tudo que nós somos. Momentos e sentimentos, capturados em âmbar, amarrados em filamentos de razão. Tire a memória de um homem e tomará tudo dele. Debaste uma lembrança de cada vez e você o destruirá tão certamente como se martelasse prego após prego em seu crânio.


4. FUNDAÇÃO


A maior obra de ficção científica de todos os tempos não poderia ficar de fora dessa lista, não é mesmo? No primeiro volume da Trilogia Fundação, acompanhamos a ascensão dessa organização. Seguimos a história desde sua idealização, por Hari Seldon, até... bom, não posso contar porque acabaria com toda a graça. Mas posso dizer que Asimov consegue criar as melhores 30 páginas finais de todos os livros que li em 2015. Tudo se amarra de maneira incrível, nada aconteceu por acaso, mesmo que seja um pequeno detalhe. [Ainda sem resenha no blog].



3. AS MENTIRAS DE LOCKE LAMORA

O que falar desse livro? Ele só é engraçado, divertido, incrível... Enfim, eu poderia ficar falando adjetivos até o ano que vem. A série dos Nobres Vigaristasé uma das melhores que li em 2015. Regada de humor, intrigas e reviravoltas (só espere pelo famoso capítulo 10), a história de Locke, Pulga e seus outros comparsas é sem dúvidas uma das melhores no quesito de criação de personagens e do cenário em si. Camorr, cidade onde o livro se passa é um show à parte. Fora os planos para os roubos, que são os mais inusitados de todos hahaha. [Resenhas: As Mentiras de Locke Lamora || Mares de Sangue].

Ora, eu sei sorrir e matar sorrindo. E saudar “Viva” ao que me aflige o coração, e molhar minhas faces com lágrimas fingidas, e adaptar meu rosto a cada situação.


2. MAUS

Uma obra pesada, triste, cruel e extremamente angustiante. Em Maus, acompanhamos a história de Vladek Spiegelman, um judeu polonês, em sua jornada para conseguir sobreviver ao Holocausto da Segunda Guerra Mundial. Por ser um quadrinho, o autor (que por sinal é filho de Vladek) consegue criar metáforas muito interessantes. Além disso, a história também mostra como as pessoas reagem ao sair de tais situações. Os problemas psicológicos posteriores (causados pela guerra) são tão ruins ou até mesmo piores que os que os judeus enfrentaram nos campos de concentração. [Ainda sem resenha no blog]

Não, querida! Morrer é fácil. Você deve lutar pela vida!



1. JURASSIC PARK

Talvez o filme que mais tenha marcado minha infância, afinal quem não é fã de dinossauros? Sem dúvidas, o livro que mais me marcou como leitor. É difícil ser imparcial quando estamos falando de algo que gostamos muito. Mas com certeza Jurassic Parké um livro que merece todos os elogios possíveis. A história é fantástica, os personagens são cativantes e os sentimentos de terror e tensão estão presentes em todo o livro. Afinal, você está preso em uma ilha cheia de dinossauros! Sendo um livro de ficção científica, as metáforas e os questionamentos não poderiam deixar de aparecer, o matemático Ian Malcolm (o melhor personagem, na minha opinião) é o responsável por mostra-los a nós, através da Teoria do Caos. [Resenha: Jurassic Park]

O ser humano pode tentar controlar a natureza, mas isso nunca ocorrerá, estamos sempre à mercê dela.

     

Me Livrando 35 || Vampiratas — Demônios do Oceano

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Connor e Grace Tormenta são gêmeos, e ficam órfãos depois da morte repentina do pai viúvo. Assustados, decidem fugir e enfrentar o oceano, mas uma terrível tempestade os separa. Dois misteriosos navios rumam para o resgate - cada um encontra um dos gêmeos antes de desaparecer nas brumas. Connor está em um navio pirata e rapidamente se junta à tripulação, mas Grace vai parar em um navio que só desperta quando escurece. Trancada em uma cabine na qual velas se acendem sozinhas e refeições se materializam do nada, ela não demora a perceber que está no navio dos Vampiratas. Determinados a se encontrar novamente, os gêmeos embarcam na maior aventura de suas vidas...

    

Grace and Connor by Irulana
Connor e Grace Tormenta por Irulana.
Connor e Grace Tormenta são gêmeos. O ano é 2505 e eles moram na Baía Quarto Crescente, que se localiza no litoral leste da Austrália. São irmãos unidos pelo sangue e pelo amor, mas que logo se veem separados por uma das tragédias que a vida de vez em quando gosta de jogar na nossa cara.
Eles são filhos de Dexter Tormenta, o bondoso faroleiro amado pela cidade. Gostam de tempestades e de se agasalhar perto do pai para ouvir histórias aterrorizantes sobre os Vampiratas. Ou pelo menos gostavam, já que não podem mais fazê-lo. Logo no primeiro capítulo Dexter Tormenta se vai, deixando um buraco nos corações dos gêmeos e uma escolha a ser feita: agora que estão sozinhos no mundo e não podem sequer ficar com o farol, para onde ir – para os braços de Loretta e Lachlan Busby, gerente do banco da cidade, ou para as garras de Polly Pagett, matrona do Orfanato Baía Quarto Crescente? Com os Busby eles teriam de tudo o que quisessem e um pouco mais, vivendo uma vida mundana e cheia de bens materiais. Com Polly... Bem, não teriam muita coisa. E mesmo que a primeira oferta se mostre tentadora, eles escolhem uma terceira que não estava planejada: caem no abraço apertado do mar, que é o mais próximo que eles possuem de um lar.

Mas nem tudo são flores. Eles se aventuram roubando o barco de seu pai, Dama da Lousiana, que havia se tornado propriedade do banco. Mas os dois ainda são jovens: têm apenas 14 anos. Apesar de conhecerem os termos da vida marinha e saberem uma ou outra coisa na prática de conduzir o barco, nada disso é páreo diante da tempestade que não tarda a arrancá-los da segurança da embarcação em direção ao fundo do mar. É aí que a história de fato começa.
Grace Tormenta é resgatada por um navio com costumes estranhos e acorda diante dos olhos de Lorcan Furey, um misterioso aspirante que não permite que saia da cabine para sua própria segurança. Claro que ela estranha a recomendação, e sendo quem é não tarda a investigar o que naquele navio lhe poderia ser tão perigoso. O que não é exatamente uma boa ideia. Apesar de demorar um pouquinho para descobrir, ela finalmente compreende que os Vampiratas são muito mais que uma lenda.

Vampirates por sonofamortician

Enquanto isso outra embarcação resgata Connor. O garoto se recompõe após o choque da separação da irmã e tudo o que ele mais quer é encontrá-la... O que não o impede de fazer amizades, trabalhar duro e descobrir sobre a Academia de Piratas, que se eu não me engano aparece bastante no segundo volume da série. Enfim, ainda que a tripulação do Diablo (navio do Capitão Molucco Wrathe) desacredite o garoto dizendo que sua irmã só pode ter sucumbido diante das águas revoltas, ele tem certeza de que ela está viva e foi resgatada por outra embarcação.

Houve um navio. Outro navio, antes da senhora me resgatar. Saiu navegando da névoa. Um velho galeão. Muito antigo... (...) O navio girou. Mudou de direção no meio do oceano. Como se tivesse parado por algum motivo. Achei que fossem me resgatar. Gritei. Mas ninguém me ouviu. Ninguém me viu. (...) A névoa começou a subir. Vi a figura de proa do navio, uma linda mulher. Era quase como se ela estivesse me olhando. E então o navio enfunou as velas. Eram velas incríveis... Mais parecidas com asas.

Gente, eu tenho uma relação muito especial com esse livro. Conheço-o desde 2010 e já o reli umas três vezes. Os anos passam, mas o encanto não diminui. Imagino que se eu o descobrisse agora, com o título que tem, definitivamente não leria por achar um tanto ridículo e infantil. Mas foi esse exemplar que aparece nas fotos que me fez apaixonar por piratas e, mais ainda, por lutas com espadas e a arte da esgrima. Se hoje leio tantos livros de fantasia medieval com cavaleiros duelando e algumas criaturas mágicas no meio da história, é por conta dessa obra. Justin Somper tem uma narração muito boa, como se o tempo todo estivesse narrando alguma lenda ao redor da fogueira numa noite fria e escura. Refletindo agora, neste exato momento, penso que o livro me lembra bastante o clima de The Rhime of the Ancient Mariner, minha música favorita do Iron Maiden.

A construção dos personagens não é tão profunda, ao menos não no primeiro livro. Como tem poucas páginas, acredito que não seria possível fazê-lo. Essa série é aquele tipo em que vemos os personagens crescendo ao longo de livros, e não em um só volume. Como a narrativa de Justin Somper me fisgou, isso é maravilhoso porque me manteve atrás das continuações. O gancho que Demônios do Oceano deixa para a sequência é tão instigante que você não irá aguentar esperar muito tempo para ler Marés de Terror.


Captain of Vampirates, por Yuushin7



    




Título da Saga: Vampiratas || Título do Livro: Demônios do Oceano (volume #1) || Autor: Justin Somper || Tradutor: Alves Calado || Editora: Galera Record (Grupo Editorial Record) || Brochura || 303 páginas (35 capítulos) || Contém alguns erros de revisão || ISBN: 9788501076373 || Gêneros: fantasia, ficção, paranormal, YA, piratas, aventura, vampiros || Skoob e Goodreads || Compare os preços.



Livros da série Vampiratas: Demônios do Oceano || Dead Deep (livro 1.5) || Maré de Terror || Capitão de Sangue || Coração Negro || Império da Noite || Guerra Imortal.






     

Me Livrando 36 || Sete Dias de Lázaro #celebreoqueénosso

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10 de julho de 2010. O anjo da guarda Leiazel aguarda a alma de seu protegido que acabou de morrer. Porém, algo inédito acontece: sua alma não chega até o Portão Celestial. Leiazel se desespera, uma alma não pode se perder no caminho entre a terra e o céu. Ele terá que quebrar as regras do céu e ir procurá-lo. Na terra também estão se desenrolando estranhos acontecimentos. O bruxoDouglas foi treinado para enfrentar um inimigo poderoso que há séculos atormenta os homens, mas precisa encontrar uma arma capaz de derrotá-lo. Um apoio inesperado surge quando Lucas, um rapaz misterioso, portador de uma magia nunca vista entre os bruxos se junta ao grupo nesta empreitada. Seres das dimensões paralelas são convocados para auxiliar os homens nessa guerra, mas precisam se apressar, pois eles têm apenas uma semana até que Lótus esteja com seus poderes completos e então, nem mesmo os anjos poderão derrotá-lo. Douglas vai desenterrar segredos do seu passado e descobrir que nem todos os seus inimigos são seus adversários, enquanto Lucas tenta descobrir a origem de seus poderes. Um espírito maligno foragido das prisões celestiais. Um bruxo treinado para enfrentá-lo. Um jovem misterioso com magia poderosa e inexplicável. Um anjo da guarda em busca da alma perdida de seu protegido. Unidos pelo destino em uma emocionante e surpreendente aventura.

Há 20 anos um espírito maligno fugido do Tártaro tentou entrar na Terra e foi repelido pelo Barão Stefano e seus bruxos, mas não de forma permanente. Hoje, muito mais forte e com muito mais seguidores, Lótus tenta entrar novamente na atmosfera terrestre. Ficou com o Barão Raffaelo a missão e a última chance de mandá-lo novamente para o Tártaro. O barão tem um plano e manda Douglas, seu mangu, Lucas, um garoto com poderes desconhecidos e incríveis e outros companheiros atrás das quatro raízes, objetos de incrível poder mágico que poderão ajudar a derrotar Lótus.
No começo do livro eu fiquei completamente perdida. A autora quis dar um toque de mistério à história e acabou exagerando. Até mais ou menos a metade do livro quase tudo eram retalhos de informação, mentiras e enganações; isso serviu apenas para me deixar confusa e possibilitar alguns pequenos "furos" na história. Mas na segunda metade, quando a trama começa a se desenrolar e as coisas começam a ser esclarecidas, a leitura fica bastante agradável. E o final é surpreendente.
A narração é em terceira pessoa, os capítulos são curtos e a linguagem simples. O livro possui um pouco mais de erros ortográficos do que eu considero aceitável, mas não chega a ponto de atrapalhar a leitura (eu que sou bem chata com isso mesmo). Os personagens, embora pudessem ter sido melhor trabalhados, são cativantes e a história é conduzida de uma forma original.



Muitos autores erram ao colocar Deus e outros componentes religiosos em seus livros, a maioria das vezes eu tenho a impressão de ficar forçado e estranho, mas a Luana não, ela foi tão delicada ao introduzir os anjos na história que eu não fiquei com essa sensação. Na verdade, ela fez bem mais que isso, ela criou um mundo em que anjos, deuses gregos, elfos, anões, centauros e bruxos conseguem se encaixar e coexistir em harmonia.
Do ponto de vista técnico, é um livro que fica longe de ser perfeito, mas também é um livro que conseguiu me marcar, que conseguiu me fazer pensar na história durante dias, após o término da leitura.
Sobre o livro, as páginas são amareladas, a fonte é confortável, as letras tem um bom tamanho e espaçamento e a margem é pequena (o que eu acho uma ótima coisa, odeio pegar um livro grosso e descobrir que cada página tem meia dúzia de palavras porque a margem tem 3cm). Achei que o tamanho da história e a diagramação combinam perfeitamente.


Título do Livro: Sete Dias de Lázaro || Autora: Luana Mineia || Editora: Novo Século || Brochura || 496 páginas (68 capítulos) || Contém erros de revisão || ISBN: 9788542805611 || Gêneros: fantasia, ficção, paranormal, anjos, demônios, aventura, ação || Skoob e Goodreads || Compare os preços.


Resenha por Alexia Bittencourt




     

Me Livrando 37 || Ciclo das Trevas II - A Lança do Deserto, a empolgante continuação de O Protegido

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O sol está se pondo sobre a humanidade. A noite agora pertence aos demônios vorazes, que se alimentam de uma população cada vez menor, obrigada a se esconder atrás de símbolos esquecidos de poder. As lendas falam de um Salvador: um general que certa vez reuniu toda a humanidade e derrotou os demônios. Mas seria o retorno do Salvador apenas mais um mito? Ahmann Jadir é o líder das tribos reunidas do deserto. Sua lança e sua coroa ancestrais são os argumentos de que precisa para proclamar a si mesmo Shar’Dama Ka, o Salvador. Os habitantes do norte discordam. Para eles, o Salvador não é outro senão o Arlen Bales, Protegido. Houve um tempo em que Shar’Dama Ka e o Protegido eram amigos. Agora são adversários violentos e cruéis. Mesmo que antigas lealdades sejam colocadas à prova e novas alianças sejam criadas, a humanidade ainda não tem consciência do aparecimento de uma nova espécie de demônio, mais inteligente e mortal que todos os que existiam até então. Ainda existe luz na escuridão. Use-a para enfrentar os demônios do Ciclo das Trevas.

 

A Lança do Deserto foi a leitura mais prazerosa que já tive em termos de fantasia épica. Até mesmo mais do que O Nome do Vento e O Temor do Sábio, que apesar de ainda serem meus livros favoritos, não me deixaram tão ansiosa por cada página e acontecimento por vir como fiquei com esse livro.
Rojer Faltadedo.
Se em O Protegido o ritmo foi frenético e Leesha Papiro, Arlen Bales e Rojer Faltadedo mal tiveram tempo para pensar em qualquer outra coisa exceto na ameaça que pairava – e ainda paira – sobre todos, em A Lança do Deserto foi diferente. Aqui você acompanha muito além do desenvolvimento desses personagens: também entra na cabeça de cada um e os conhece como pessoas, e não como humanos desesperados tentando não morrer. Há espaço para conflitos amorosos, questionamentos existenciais e demonstrações de foderosidade em níveis ainda não vistos. Arlen se sente cada vez mais demônio, inclusive se incomodando com a luz do sol e se sentido atraído pelos caminhos subterrâneos das Profundas; Rojer está mais habilidoso e audacioso do que nunca – e mais inseguro também, o que parece contraditório, mas não é; Leesha passou de simples curandeira da Clareira do Salvador a uma personagem dura como aço valiriano com poderes incríveis que rivalizam inclusive com os da mais poderosa Damaji (algo como uma feiticeira) de Krasia.


Arlen Bales e Ahmann Jardir. Quem é o Salvador?

Mas agora voltemos ao começo do livro. Lembram-se de Ahmann Jardir? O maldito que traiu Arlen, roubando-lhe a lança protegida, e o deixou para morrer no deserto? Você deve tê-lo odiado como eu odiei, como o próprio Arlen odiou... E isso muda um pouco no segundo livro. Não que Jardir seja um ser humano exemplar – mas você finalmente irá compreender que para os padrões de Krasia, ele é justo, leal e um ótimo líder. Erra algumas vezes, de fato, mas a culpa disso está nas mãos da Damaji, sua Jiwah Ka (primeira esposa) Inevera, que em minha opinião deixa muitos terraítas no chinelo... E ok, eu posso não gostar dela, mas confesso que o núcleo de Krasia mostrou-me que ao menos respeito ela merece. Se não fosse pela mulher, Jardir nunca teria chegado onde chegou. É estranho e bizarro ver que Inevera dá cada passo pensando no reflexo que ele terá em cinco, dez anos. Ela é calculista, inteligente e ardilosa. Quer alcançar o poder e não hesita em esmagar qualquer centelha de ameaça que surja. Tudo o que existe de ruim em Jardir só existe porque assim Inevera deseja. Cada atitude que ele toma, a princípio, culmina em algo que ela queria desde o início. Mas enfim chega o momento em que ele toma as rédeas da própria vida, enquanto move os krasianos para longe do Forte Krasia em direção às terras verdes, procurando guerreiros para lutar sua Guerra Diurna.



Renna Tanner.
Outra personagem que se destaca é Renna Tanner, desenterrada do passado quando Arlen resolve visitá-lo. Ele está viajando por Thesa sem revelar quem de fato é para entregar armas protegidas aos thesanos. Duas pessoas o reconhecem, a despeito das tatuagens de proteções em todo seu corpo: Elissa, com quem morou em Forte Miln (lembram do Ragen, o mensageiro?) e Renna, que o reconhece quando ele visita o Riacho Tibbet. Mas nós a vemos antes diso, acompanhando o que aconteceu com ela após Arlen fugir até o momento em que ela passa a viver sozinha com o pai. Uma das partes mais revoltantes e nojentas do livro tem essa personagem fascinante no centro. O que ela se torna depois que encontra Arlen irá surpreender você.





O demônio da mente e seu imitador.
Tenho apenas uma pergunta a fazer: que livro foi esse? Eu acabei e não queria que tivesse acabado. Melhor do que O Protegido? Com certeza! A escrita de Peter V. Brett evoluiu e novos terraítas foram introduzidos na história – dois deles têm ponto de vista, inclusive: são demônios da mente, Princípes das Profundas, manipuladores de humanos e sempre montados em seus imitadores (fica claro o quanto eles serão importante mais adiante). Além disso, vemos em A Lança do Deserto um pouco de trama política, o que tornou o livro melhor ainda. As decepções e complicações amorosas existem e humanizam cada personagem, embora estejam quase sempre relacionadas a algo mais interessante – ou seja, as cenas que deveriam ser românticas acabam sendo cenas de muita ação com um pouquinho de romance no meio, que está longe de ser o foco. Adorei conhecer um pouco mais da cultura krasiana e aprendi a admirar a trajetória de Ahmann Jardir, o Shar’Dama Ka ou Salvador renascido, segundo os krasianos. O sistema de magia se mostrou um pouco mais complexo, além de conhecermos uma nova vertente dessa magia – a de Inevera. O worldbuilding também foi mais explorado até porque um novo universo nos foi introduzido.



A Lança do Deserto é um livro extenso, então recomendo a você lê-lo quando tiver tempo, pois os capítulos terminam de modo tão estratégico que para mim era um sacrifício ter de parar de ler na hora de dormir. Encontrei alguns erros de revisão e me confundi um pouco na primeira parte, quando os títulos krasianos eram usados, mas logo você acostuma e isso deixa de incomodar. A ansiedade para o próximo volume? É, está grande sim. Talvez eu leia em inglês mesmo porque levei um mega spoiler e quero ver como acontece. Posso afirmar uma coisa: The Daylight War irá nos fazer sofrer muito.


Título da Série: Ciclo das Trevas (Demon Cycle) || Título do Livro: A Lança do Deserto (The Desert Spear) || Autor: Peter V. Brett || Tradutor: Dalton Caldas || Editora: DarkSide Books || Capa dura || 736 páginas (33 capítulos, 4 partes) || Contém erros de revisão || ISBN: 9788566636758 || Gêneros: fantasia, ficção, fantasia épica, high fantasy, demônios, dark fantasy || Skoob e Goodreads || Compare os preços.

CLASSIFICAÇÃO:
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Livros de Ciclo das Trevas: O Protegido (livro 1) || Brayan's Gold (livro 1.5) || The Great Bazaar and Other Stories (livro 1.6) || A Lança do Deserto (livro 2) || The Daylight War (livro 3) || The Messenger's Legacy (livro 3.5) || The Skull Throne (livro 4) || The Core (livro 5)





     

Que Livro É Esse? #1

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Que Livro É Esse?” é a nova coluna do blog. Tive a ideia há algum tempo, em uma edição totalmente dedicada à fantasia épica da Maratona Literária Me Livrando. Para postar os desafios que são comuns no evento, usei algumas imagens de artistas conhecidos – como Marc Simonetti e Magali Villeneuve. O resultado final foi: as artes chamaram muita atenção dos leitores, que a todo momento perguntavam de onde elas eram. Minha curiosidade acabou sendo atiçada também e foi assim que nasceu a coluna. Tenho milhares de imagens de artes do gênero salvas no computador que não tenho ideia de onde sejam: já passa da hora de descobrir.


Enfim... Como admiro muito os dois artistas que citei, é provável que vocês acabem vendo muitas de suas artes. O que não impede, no entanto, de aparecerem aqui alguns desconhecidos e até mesmo brasileiros. Desde que seja uma imagem incrível e instigante, feita para alguma obra de fantasia, está valendo. Vocês podem enviar sugestões de artes para melivrando@live.com com o assunto “Que livro é esse?”. Se não souberem o artista, eu procuro. Hahahaha





A arte do post de hoje que você verá em detalhes abaixo é de autoria de Marc Simonetti. Foi feita para o livro The Gilded Rune da autora Lisa Smedman. Pelo que pude entender faz parte da série Forgotten Realms, baseada no cénario do RPG Dungeons and Dragons, mais precisamente numa terra antiga chamada Faerûn. The Gilded Rune não faz parte da série em si, sendo mais como um spinoff. Foi publicado em 2012 pela editora Wizards of the Coast e não tem tradução aqui no Brasil. Como quase sempre.
Se você acessar a página dedicada ao livro na rede social Goodreads, verá que a nota média dele está em 3.69. Quem conhece o site sabe que é uma média razoável e boa se levarmos em conta o público exigente que costuma avaliar. Smedman, a autora, tem uma nota média de 3.94 no site, e publicou cerca de 30 livros, incluindo outros da série Forgotten Realms. De modo geral, a obra me parece promissora.
The Gilded Rune seria traduzido aqui no Brasil mais ou menos como A Runa Dourada. Traduzi a sinopse abaixo também, mas observe que de modo totalmente amador.
Uma praga devastou a população de anões dourados de Great Rift. Inicia-se lentamente, mas a progressão é devastadora. Um anão tem olhos que se tornam duros e vítreos como mármore; um segundo anão tem a pele que descama em placas afiadas e endurecidas; o esqueleto de um terceiro é petrificado e fundido no lugar; um quarto definha com o sangue que se tornou escuro e barrento.
Magia clerical não ajuda. Nem remédios à base de plantas, nem os feitiços destinados a quebrar maldições. E em todos os casos, a morte é sempre a mesma - o coração escurece, endurece, e, eventualmente, para de bater, matando cada vítima com um ataque cardíaco e transformar os corpos em pedra.
Chama-se Stoneplague. É assustadora. E está se espalhando.

Como eu disse, promissor. Não bastasse a arte para me deixar curiosa, a sinopse também deixou. Certamente não encontraremos à venda nas livrarias brasileiras e nem vale a pena esperar uma tradução, mas você o encontra na Amazon aqui. No site o livro está com uma média de 4.3/5. Tem 384 páginas e o e-book custa R$ 29,63 (eita, dólar!), enquanto a versão física sai por R$ 31,19.
Procurei por outras artes dessa obra específica, mas não encontrei. Acredito que esta seja suficiente para nos deixar curiosos, entretanto. Eu preciso entender o motivo de o dragão estar ali e qual a utilidade dele. E onde esses aparentemente rei e rainha estão. Enfim, eu preciso ler essa obra.


Arte retirada daqui.

"A única coisa que me impede de ter avaliado em 5 estrelas é o ritmo desequilibrado do livro: os primeiros dois terços do romance arrastam-se com Torrin investigando a causa da peste, mas a busca final para pará-la parece muito apressada. Fora essa pequena falha, este foi facilmente um dos meus romances favoritos de Dungeon and Dragons em muito, muito tempo, com uma conclusão muito forte." Avaliação do usuário Mphecker no Goodreads. 4/5.

"Um personagem curioso, um ser humano que acredita que tem uma alma de anão, e uma história envolvente que poderia mudar os anões de Faerûn para sempre. Leitura divertida do início ao fim." Avaliação do usuário Jeffery Mace no Goodreads. 4/5.





     

Me Livrando 38 || Onde Cantam Os Pássaros: a instigante ficção contemporânea de Evie Wyld

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No premiado romance de Evie Wyld, a fazendeira Jake Whyte leva uma vida simples numa ilha inglesa. Suas únicas companhias são rochedos, a chuva incessante, suas ovelhas e um cachorro, que atende pelo nome de Cão. Tendo escolhido a solidão por vontade própria, Jake precisa lidar com acontecimentos recentes que põem em dúvida o quanto ela realmente está sozinha – e o quanto estará segura. De tempos em tempos, uma de suas ovelhas aparece morta, o que pode ser muito bem obra das raposas que habitam a floresta próxima à sua fazenda. Ou de algo pior. Um menino perdido, um homem estranho, rumores sobre uma fera e fantasmas do seu próprio passado atormentam a vida de uma mulher que sonha com a redenção.

 

Sou louca por fantasia épica e estou acostumada a ler livros que fogem totalmente à nossa realidade. Imagino que você, leitor, seja como eu. Por isso não há surpresa alguma em admitir que, a princípio, Onde Cantam os Pássaros não me chamou muita atenção e ficou alguns meses abandonado na estante... Até que eu resolvi ler. Uau.
A premissa logo de cara não me soou muito interessante, mas a partir dessa experiência que tive com a obra de Evie Wyld aprendi a não julgar totalmente um livro pela sua sinopse. Contudo, em minha defesa, a história de uma fazendeira solitária cujas ovelhas começam a ser assassinadas misteriosamente não parece ser muito animada... Mas calma, jovem padawan. Não se precipite como eu. Vou já mudar a sua percepção sobre isso também.




Jake Whyteé uma mulher que se refugiou numa fazenda de ovelhas na costa inglesa após fugir da Austrália, seu país de origem e o lugar de suas piores recordações e traumas. Se houvesse um título de desgraçada/azarada da vida, ela com certeza ganharia. Desde a tragédia que provocou – e a marcou, inclusive fisicamente, para sempre – na Austrália até o momento em que o livro termina, sua vida é pontuada por uma série de acontecimentos desafortunados. De criança querendo impressionar o cara cool da escola até a fazendeira cujas ovelhas estão sendo destroçadas por uma criatura misteriosa, passando inclusive por prostituição e um regime de escravidão sexual com um velho nojento e sádico, eu ainda assim não consegui sentir pena de Jake porque se há uma coisa que o livro deixa bem claro pra gente, é o quanto ela é mais forte do que tudo isso.
Além da protagonista, você conhece também Don, o dono da fazenda em que ela está morando, um personagem bem simpático que provavelmente é uma figura que Jake vê como avô. Há também Otto, que eu desejei várias vezes que morresse junto com sua cadela (acho que foi a primeira vez que torci para que um animal de estimação se desse mal). O homem misterioso que aparece na fazenda de Jake, Lloyd, é aparentemente um cara legal, mas não sabemos muito sobre ele, então continua sendo misterioso. Por fim e não menos importante, temos o fiel companheiro de Jake, o cão Cão! Sim, esse é o nome dele e eu já o amo. 
O final do livro me deixou um pouco em dúvida, especialmente o último capítulo. Definitivamente foi deixado um gancho que possibilita uma continuação, mas ao mesmo tempo é perfeitamente possível que tiremos nossas próprias conclusões e a história se encerre aí... MAS EU PRECISO DE UM SEGUNDO LIVRO. Sério. Há mistérios sobre o passado de Jake ainda não resolvidos, e uma grande dúvida pairando sobre a insanidade de Otto – e até onde ela capaz de chegar. Além disso, como eu disse, Lloyd continua sendo misterioso. E quem está matando as ovelhas? Ou melhor: o quê as está matando?



      

Onde Cantam os Pássaros é uma ficção contemporânea premiada de Evie Wyld, e não sem motivo. Tem um quê de terror psicológico, especialmente nas cenas que envolvem o desprezível Otto e quando Jake se sente enclausurada dentro de seus problemas. Ela se isolou do mundo para tentar se proteger, mas assim como as feridas cicatrizadas em suas costas, o seu passado não desaparecerá e estará ali para lembrar-lhe todos os seus traumas.
A escrita de Evie Wyld é interessante, embora eu não destaque sua técnica como um ponto positivo para mim. Propositalmente ela alterna a narração entre o tempo verbal presente, quando está narrando o passado, e o tempo verbal passado, quando está narrando o presente. Pareceu confuso? Achei o mesmo. Além disso, seus flashbacks não seguem uma ordem linear e eu também levei um tempinho para me acostumar a isso. Ainda assim, sua escrita é singela e enervante ao mesmo tempo. Apesar de eu sentir dificuldade diante da narração de Evie, sei que essa leitura abriu portas para uma variedade de ficções contemporâneas semelhantes que ainda lerei. Acho que quando algo nos chama atenção, mesmo que não seja de modo positivo, e nos deixa um pouco surpresos, nada mais justo do que explorar um pouquinho mais – porque no fim das contas você pode acabar amando. E é assim que a gente expande nosso gosto literário.

Não tenho nem o que dizer sobre a personagem Jake Whyte. Ela foi brilhantemente construída com uma personalidade atual que é produto de tudo o que lhe aconteceu no passado. O mesmo digo sobre Lloyd: tudo bem que não sabemos tanto dele, mas foi um personagem bem estruturado dentro de sua aura misteriosa. Até Samson, o filho de Don que mal aparece no livro, chama atenção nesse sentido.
Peço a você que não deixe se levar pela sinopse do livro e lhe dê uma chance. Se você está acostumado a um gênero específico, que talvez não seja esse, será um desafio interessante. Tente ler. É uma experiência válida para ver se gosta de livros assim, e de quebra você ainda leva para casa uma narração brilhante, personagens bem estruturados e uma trama que é muito mais interessante do que parece. Bingo à minha decisão de ler essa maravilha!
Sobre a edição da DarkSide: as folhas são assim, negras na lateral. O espaçamento do parágrafo é bom e a leitura foi bem confortável, especialmente por conta da letra e do tamanho. Cada capítulo se inicia com a "logo" do livro e uma numeração. Os muitos animais, onipresentes no decorrer da história, são mencionados em seus nomes originais da Austrália/Inglaterra, por isso recebem notas de rodapé explicando o que são. A capa é tão curiosa e instigante quanto a obra em si, e decifrá-la é uma aventura à parte. 


Título do Livro: Onde Cantam Os Pássaros (All The Birds, Singing) || Autor: Evie Wyld || Tradutor: Leandro Durazzo || Editora: DarkSide Books || Capa dura || 240 páginas (32 capítulos) || Contém alguns poucos erros de revisão || ISBN: 9788566636529 || Gêneros: ficção contemporânea, horror psicológico || Skoob e Goodreads || Compare os preços.









     

Me Livrando 39 || As Crônicas de Herannon - O Aprendiz do Arquimago

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“Você foi honrado com a oportunidade de ser meu discípulo, uma honra que qualquer um dos acadêmicos de Everard desejaria, pois embora tenham bons mestres, eu estou muito acima de todos eles. O treinamento será muito mais árduo, não duvide disso, mas terá suas recompensas. Se sobreviver, digo, se resistir até o final, sob a minha orientação você virá a tornar-se um mago de altíssimo valor, admirado e invejado por muitos.” Entretanto, o menino elfo descobre amargamente que tamanha honra não é concedida sem que um alto preço tenha de ser pago, e que simplesmente estar sujeito ao desagradável temperamento de seu excêntrico e arrogante tutor deve ser a pior prova que alguém pode ter de suportar. Não obstante, ele se vê obrigado a enfrentar não apenas um treinamento extremamente rígido e insano, mas também a saudade de sua mãe e um sentimento de urgência crescente. Conseguirá o garoto conquistar sua tão desejada graduação, superando todos os desafios impostos e, pior, a crueldade e intolerância de seu próprio mestre?

Aglarioné um elfo que gostaria ser guerreiro, mas por influência de sua mãe decide se tornar um mago. Foi também sua mãe que conseguiu que o maior arquimago do vasto mundo, Kyehntw'arthal, aceitasse se tornar tutor do menino.
Os personagens foram bem desenvolvidos e têm uma personalidade diferente do que estamos acostumados: Aglarion é determinado, talentoso, resmungão e tem um motivo secreto para se tornar um mago o mais rápido possível, mas isso será muito mais difícil do que ele imaginou, principalmente porque seu mestre tem uma personalidade difícil, é inteligente, arrogante, estúpido, maldoso e ficaria muito feliz em se livrar da responsabilidade de um aluno. Já Vedriny, filha de criação do arquimago, é uma garota doce, inteligente e travessa, é ela que muitas vezes torna a permanência de Aglarion no treinamento mais suportável.
Herannon, é um mundo repleto de magia, raças e monstros. Um mundo com espaço para histórias épicas que eu gostaria de ter conhecido melhor. O autor, infelizmente, focou muito no treinamento de Aglarion e foi muito superficial no restante, as características dos povos, as tramas políticas e a organização de bruxos malignos, que são os vilões do livro. O final também foi um pouco corrido e com uma explicação, no mínimo, fraca, não foi uma situação que foi construída aos poucos, desde o início do livro, parece que só aconteceu pro livro não terminar sem uma batalha.
O livro é narrado em terceira pessoa, os capítulos não são muito compridos. A narrativa é fluída, mas às vezes você acaba perdendo o ritmo de leitura por conta de três detalhes: as unidades de medida, que são explicadas somente no apêndice final, muitas vezes fazendo você interromper a leitura e ir até o final do livro para entender algo. Também existem muitas explicações de quem disse o quê, o que estava sentindo e fazendo quando disse aquilo, um diálogo mais direto tornaria a leitura mais leve. E a constante repetição da expressão “o mesmo/do mesmo/a mesma/da mesma” como pronome pessoal (o que, por sinal, é um erro de português).
Embora minha resenha tenha focado mais nos pontos ruins do livro, não achem que é um livro ruim, na verdade, ele é legal, eu só comecei a leitura com uma expectativa muito grande e vi na história um potencial gigantesco que poderia ter sido melhor aproveitado. Uma leitura que poderia ter sido incrível e acabou sendo "ok". Mas eu pretendo (e vou) ler o próximo, porque o mundo que o Michael A. Iora criou é incrível e a história tem o espaço necessário para a complexidade que pode tornar uma saga épica, daquelas com um lugar entre os meus favoritos.

Sobre a edição da Chiado: a capa é linda, está entre as mais bonitas da minha estante. A diagramação também é legal, não possui nada de muito diferente, mas a fonte é confortável e as letras grandes. O mais importante é que o livro possui índice (vocês não têm idéia de como ele me faz falta). A única coisa que poderia melhorar é o tamanho do livro, ele é muito pequeno e muito grosso, acaba ficando meio “desajeitado”.

Título da Série: As Crônicas de Herannon - 3ª Era || Título do Livro: O Aprendiz do Arquimago || Autor: Michael A. Iora || Editora: Chiado || Brochura || 630 páginas || || ISBN: 9789895149360 || Gêneros: fantasia, fantasia épica, elfos, high fantasy, nacional || Skoob e Goodreads || Compre aqui. os preços.



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Por Alexia Bittencourt.




     

A nova versão do Me Livrando

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Oi, gente! Quanto tempo, hein? Ficamos fora por alguns dias, mas para mim pareceu uma eternidade. Foi necessário, claro, mas descobri que o Me Livrando já é extremamente importante pra mim e que dói na alma não poder produzir conteúdo para ele por tanto tempo.


Antes de tudo, eu queria agradecer ao maravilhoso retorno de vocês com a coluna Que Livro É Esse?. Não só nos comentários do post em si, mas também por mensagens de Facebook e comentários na página, vocês deixaram evidente o quanto gostaram da ideia. O que só me deixa feliz e me incentiva a continuar não apenas a coluna, mas buscando por novas ideias também.
Agora vamos às novidades? 
Fiz o layout novo com o intuito de deixar a leitura mais confortável, as páginas internas do blog mais acessíveis e tudo menos pesado de carregar para aqueles que acessam pelo 3G. Além disso, vocês verão ali em cima nas colunas que temos novas opções, como Posts da Alexia, que passou a ser integrante oficial do nosso time, e a coluna Taverna, que foi onde postei meu conto logo no comecinho do blog - conto este que foi publicado depois! A Taverna agora ficará disponível a todos aqueles, autores publicados ou não, que queiram ter um espacinho no Me Livrando. Basta enviar um e-mail para melivrando@live.com.

Leia o conto clicando na imagem.
Além disso, vamos padronizar nossas resenhas - quem nos acompanha desde o início sabe que vez ou outra alteramos o formato da disposição de dados sobre os livros, notas e coisas assim, o que pode confundir os leitores - e seguir um só modelo daqui em diante. Também abordaremos mais séries e animes, além de abrirmos um espaço para falar sobre as novidades de livros de fantasia e aventura que as editoras brasileiras trarão para a gente esse ano. Sem esquecer, é claro, de dar uma pincelada no que está acontecendo lá fora - na coluna Fantasia pelo Mundo - e quem sabe até investir mais na resenha de livros estrangeiros. Por fim, teremos mais posts de dicas e listas de melhores personagens/livros/motivos para ler/algo literário, porque percebi que vocês gostam muito de postagens assim.
Estou com um projeto, como alguns leitores bem sabem, de sortear mensalmente entre aqueles que comentarem nas postagens do blog um brinde especial e incrível (pelo menos eu achei quando recebi!) para quem ama objetos com essa pegada de fantasia medieval. Torçam para dar certo, hein? Tudo depende de o Padrim, que foi uma ideia primeiramente do leitor Carlos e incentivada pelos outros leitores em seguida, dar certo. Ainda estou trabalhando nisso.

E, como não posso perder o posto de louca dos sorteios, aqui vai mais um em comemoração ao retorno do blog! Para comemorar você só precisa morar no Brasil, ASSINAR O FEED OU PARTICIPAR DO SITE (está logo ao lado em "Livre-se", basta você clicar em participar deste site), curtir nossa página no Facebook e comentar aqui se você assinou ou participou e com qual e-mail/nome. Prontinho! Estará concorrendo automaticamente. O resultado sairá no dia 17 DE ABRIL. O box é novinho em folha, está fora do plástico. Eu o adquiri e logo em seguida ganhei outro, então esse ficou reservado para vocês.
Vamos resumir os passos?

More no Brasil hahahaha;
Assine o feed ou participe do blog;
Curta nossa página no Facebook;
Comente neste post se você assinou ou participou, e com qual e-mail/nome.
Você estará concorrendo! 

E agora, como últimas novidades, gostaria de anunciar que agora somos parceiros também da Galera Record e das Editoras Biruta e Gaivota e que estamos no aguardo por uma boa notícia da maravilhosa DarkSide Books quanto à continuação da parceria para este ano. Torçam por nós!
Por fim, queria deixar aqui meus agradecimentos à cada um dos incríveis participantes do grupo do Facebook e WhatsApp Maratona Literária - Me Livrando, especialmente os que me acompanham de pertinho e viram a barra que tive de enfrentar ultimamente, ficando ao meu lado e me apoiando. Sem esquecer, é claro, meu namorado/dengo, que está sempre me ajudando com ideias para postagens; a linda da Alexia Bittencourt, nossa nova colaboradora e uma amiga especial; à minha mãe, que é a pessoa mais incrível da face da Terra; e, finalmente, à você! Obrigada de coração.



disney dancing star wars happy dance the muppet show


Ainda estamos ajustando alguns detalhes finais, mas se você encontrou algum erro no novo layout, não deixe de avisar a gente! 

   

Celly é treinada na técnica krasiana do combate corporal contra terraítas, assim como em esgrima (incluindo com sabres de luz), siglística e é detentora do título de especialista em Defesa Contra as Artes das Trevas. Um dia será Defensora Pública nas horas vagas, se a vida dupla com os Nobres Vigaristas assim permitir. Doze.

Seleção: Livro de contos do Me Livrando

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O MeL tem um grupo no facebook (quem quiser participar está convidado, só clicar aqui). Esse grupo tem pessoas tão incríveis que em 4 minutos uma simples pergunta virou um projeto, um livro de contos...


Simples assim. Várias pessoas se oferecendo para escrever, organizar, editar, revisar, fazer capa, etc. Depois de um pouco de organização, nós tomamos as principais decisões a respeito do livro. Uma delas foi a respeito dos participantes, decidimos que, além dos autores membros do grupo, daremos a chance para qualquer outra pessoa participar, através de uma chamada aberta.

Como funciona?


Se depois de ler todos os detalhes sobre o projeto você se interessar em participar, é só mandar um conto que siga todos os padrões estipulados para o e-mail: livrodecontosmel@gmail.com, os melhores serão escolhidos para fazer parte do livro. Antes de qualquer coisa, gostaria de esclarecer que todas as decisões foram tomadas em conjunto pelos organizadores e autores convidados.
Participantes: 18 autores convidados + 2 vagas da chamada aberta (podendo este número ser aumentado).
Tema: Livros Fantásticos e Misteriosos (Exemplos: alguém busca um livro importante para fazer alguma coisa; alguém encontrou um livro que guarda um grande segredo; alguém está viajando pelo mundo e escrevendo tudo em um livro; alguém coleciona livros raros; alguém trabalha numa biblioteca peculiar).
Formato: E-book inicialmente, exemplar impresso se tiver público interessado.
Tamanho do conto: 4.000 a 5.000 palavras.
Prazo máximo para envio do conto: 21 de junho às 23h59min
Distribuição: gratuita em promoções do blog e para ajudar na divulgação + publicação na Amazon no preço mínimo (R$1,99).
Lucro: Inicialmente utilizado apenas para divulgação no Facebook (impulsionar publicações).

Este projeto não visa o lucro, apenas a divulgação dos autores participantes. Só existirá lucro caso o projeto tenha um sucesso muito maior do que o esperado e, neste caso, a divisão será discutida futuramente.

Os contos enviados serão lidos e avaliados por 4 pessoas, que escolherão alguns finalistas. A decisão final será tomada com base nos votos de todos os envolvidos no projeto. O Blog Me Livrando anunciará os contos selecionados no dia 25 DE JULHO, data que poderá sofrer alteração dependendo do número de contos participantes. Cada participante poderá concorrer com quantos contos desejar. Serão aceitos apenas contos inéditos. Contos enviados fora do prazo, tema e tamanho propostos serão automaticamente desclassificados. 
Acho que é isso pessoal, desejo a todos muita inspiração e boa sorte!

Ainda estamos ajustando alguns detalhes finais, mas se você encontrou algum erro no novo layout, não deixe de avisar a gente! 

 

Alexia é uma arcanista plena que conhece muitos nomes, é capaz de chamar o raio e o trovão. Normalmente usa suas habilidades para combater crituras das trevas como orcs e trolls, mas no momento está muito ocupada com seus três dragões em fase de crescimento - eles dão realmente muito trabalho. Nas horas vagas ela gosta de cozinhar, dançar e às vezes consegue arrumar um tempo para o namorado.

A Música do Silêncio: entediante ou encantador?

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Esta resenha foi postada originalmente como a primeira resenha do blog no antigo link. Sofreu alterações com a recente releitura que fiz.

Debaixo da Universidade, bem lá no fundo, há um lugar escuro. Poucas pessoas sabem de sua existência, uma rede descontínua de antigas passagens e cômodos abandonados. Ali, bem no meio desse local esquecido, situado no coração dos Subterrâneos, vive uma jovem. Seu nome é Auri, e ela é cheia de mistérios. A música do silêncio é um recorte breve e agridoce de sua vida, uma pequena aventura só dela. Ao mesmo tempo alegre e inquietante, esta história nos oferece a oportunidade de enxergar o mundo pelos olhos de Auri. E nos dá a chance de conhecer algumas coisas que só ela sabe... Neste livro, Patrick Rothfuss nos leva ao mundo de uma das personagens mais enigmáticas da série A Crônica do Matador do Rei. Repleto de segredos e mistérios, A música do Silêncio é uma narrativa sobre uma jovem ferida em um mundo devastado.

A Música do Silêncio (The Slow Regard of Silent Things) || Spin-off de A Crônica do Matador do Rei || Patrick Rothfuss || Editora Arqueiro || E-book || 138 páginas || Traduzido por Vera Ribeiro|| Compare os preços.



Todo leitor assíduo de Patrick Rothfuss está ansioso pela conclusão d’A Crônica do Matador do Rei. Se isso é segredo? Óbvio que não. Fomos apresentados à história de vida de Kvothe e não podemos voltar para trás. Estamos sedentos, estamos com saudades. Queremos ler de novo sobre a rotina acelerada e cheia de emoção do Sem-Sangue na sua juventude. Exímio musicista, calculista arcano. Sempre em movimento, mesmo quando está parado. Há apenas um pequeno contraponto nesta agitação toda: Auri. Enquanto no dia-a-dia vemos um Kvothe impetuoso, cheio de energia e determinado, descobrimos sua outra faceta quando ele se revela àquela habitante dos Subterrâneos que todos aprendemos a amar.

Lendo A Música do Silêncio descobri que adoro esse tipo de ação lenta, bem como o título original sugere. Uma ação bem diferente da qual estamos acostumados vindo de Rothfuss, pois se Kvothe vive aventuras energizantes desde a Universidade até Vintas, passando por Feluriana, Auri também tem as suas próprias, mas estas se passam dentro do seu singular e reduzido mundo – os Subterrâneos. Ok, talvez seja um mundo reduzido para mim e para você. Estamos falando de Auri, não? Sua mente admirável conseguiu ampliar e tornar complexo aquele universo ali embaixo da Universidade. Cada passo é uma aventura, cada descoberta é excitante.
Rothfuss encontra-se muito mais descritivo e minucioso em seus detalhes, mas porque Auri é desse jeito. Nem mesmo um objeto que passaria despercebido à nossos olhos foge da análise e consideração da garota, como uma fivela de cinto. Ela é curiosa, cautelosa e radiante. Tem personalidae, assim como todas as coisas: as chaves, por exemplo, são muito conhecidas por sua complacência. Eu descobri que absolutamente amo a Auri – e podemos ver o quanto ela ama Kvothe. Não de uma forma romântica, mas descobrimos nesta obra o quanto ele lhe é importante.

Você conseguiu, Auri, um lugarzinho no meu coração. Kvothe está aqui também, mas a maior parte é sua. Eu a conheci de verdade, conheci seu mundo e absorvi a delicadeza de ser quem você é. Não um animal arredio que temos de tratar com cuidado para não fugir, digno de pena, como me pareceu logo na primeira vez que a vi surgir para Kvothe, mas uma criatura maravilhosa que reserva muitos segredos digna de ser admirada. Você é tão surpreendente quanto o seu modo de olhar ao redor. Nunca imaginei que veria ação na ausência desta, mas você consegue produzi-la. Uma ação lenta, mas tão doce quanto você. Obrigada por isso.
Há mais, pessoal. Uma surpresinha no final, mas não vou estragá-la. Só posso dizer que minha ansiedade para a conclusão da saga de Kvothe/Kote está dez vezes maior, no mínimo.

Rothfuss me fez lembrar de Ursula K. Le Guin, George R. R. Martin e J. R. R. Tolkien, mas nunca tive a impressão de que ele estivesse imitando alguém. Assim como os autores que ele claramente admira, Pat também é um contador de histórias à moda antiga, que usa elementos tradicionais, mas com voz própria. The London Times

 

Celly é treinada na técnica krasiana do combate corporal contra terraítas, assim como em esgrima (incluindo com sabres de luz), siglística e é detentora do título de especialista em Defesa Contra as Artes das Trevas. Um dia será Defensora Pública nas horas vagas, se a vida dupla com os Nobres Vigaristas assim permitir. Doze.

A Profecia do Paladino - ou porque clichês não são ruins

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Will West faz de tudo para não chamar a atenção. A pedido dos pais, ele se esforça para tirar notas medíocres e não se destacar. Mas quando sua escola o obriga a fazer uma prova de desempenho geral, ele acaba se esquecendo de errar algumas respostas. Seu resultado espetacular atrai o interesse de uma das escolas particulares mais exclusivas do país, que o procura para oferecer uma bolsa de estudos. No entanto, assim que recebe essa oferta, começa a ser seguido por homens misteriosos e sedãs pretos. Ao tentar escapar de perseguidores, seus pais desaparecem e Will acaba se matriculando às pressas no misterioso colégio. Chegando à sua nova escola, ele percebe possuir talentos físicos e mentais que beiram o impossível e descobre que suas habilidades estão conectadas a uma batalha milenar entre forças épicas.

A Profecia do Paladino (The Paladin Prophecy) || Livro 1/3 da série A Profecia do Paladino || Mark Frost || Galera Record || Brochura || 420 páginas || No site oficial em inglês você encontra muitas informações legais sobre a série || Compare os preços || Livro cedido em parceria com a editora.



Experimente sentar em uma roda de amigos leitores e apresentar um livro desconhecido. Este livro deve seguir a Jornada do Herói (ou Monomito). É o aspecto mais clichê observado nas obras fantásticas hoje em dia, especialmente dentro do gêner infanto-juvenil. São histórias que apresentam na maioria das vezes nessa ordem: o cotidiano do protagonista, uma situação extraordinária que tira sua vida dos eixos, a recusa em aceitar essa situação, a travessia do primeiro limiar (que pode ser uma prova como ter de deixar alguém que ama para trás), então aparecem os testes, aliados e inimigos, sendo que os testes culminam numa tensão impossível de se aguentar que por fim se direciona à provação suprema, aquela situação que deixa seu coração acelerado mesmo que você saiba que o protagonista ficará bem. Tudo resolvido? Agora vamos à recompensa e ao retorno do herói totalmente transformado (ou às vezes transtornado). Essa é uma síntese do Monomito e você pode ler melhor sobre ele no livro O Herói de Mil Faces de Joseph Campbell
É mais ou menos isso tudo que rola em A Profecia do Paladino. Mas também é um formato um tanto genérico que pode se encaixar em Harry Potter, Percy Jackson, A Tapeçaria, Vampiratas, O Hobbit e um sem-número de livros de fantasia infanto-juvenis. Então, como eu disse logo acima, experimente sentar em uma roda de amigos, mostrar A Profecia do Paladino e puxar uma conversa sobre o Monomito. Eu, pelo menos, já vi muitas críticas no sentido de que segui-lo demonstra falta de criatividade. A minha opinião é: usá-lo demanda muita maestria por parte do autor. Criar é tão difícil quanto reinventar. Eles utilizam o Monomito, adaptam de sua maneira e se destacam. Por que utilizar essa técnica de desenvolvimento de texto deveria significar que eles são menos do que quem não a usa? Foi um ponto que a leitura me fez refletir.

A história acompanha Will West, um garoto que tem a vida regida pelas Lista de Regras do Papai de Como Viver, um conjunto de 98 normas que seu pai, Jordan, criou. Desde sempre Will foi orientado a segui-las sem hesitar também pela mãe. Uma das principais regras diz respeito a não confiar em ninguém, e como eles viviam se mudando de cidade, o garoto cresceu sem saber o que é ter uma amizade, sendo doutrinado a seguir normas que sequer entendia o motivo de existirem. Só sabia que estavam ali no caderninho e que devia obedecê-las. Outra delas estabelecia que Will não devia chamar atenção pra si, ocultando suas habilidades extraordinárias que ele mesmo pouco conhecia... Até que um dia, muito sem querer, realiza um feito inédito e gabarita uma prova importante em sua escola. É aí que a aventura começa, e por aventura leia-se perseguição, porque ao fechar a prova, todas as atenções (desse mundo e do outro) focaram no garoto. Will começa a ter em seu encalço criaturas estranhas e homens a quem chama de Boinas Pretas, além de perder o seu alicerce por um tempo (os pais). Com a ajuda de um cara estranho que parece desconhecer as leis da física e um taxista hispânico, ele consegue chegar vivo no Centro de Aprendizagem Interdisciplinar, uma escola “secreta” e conceituada que se interessou no garoto, dando-lhe uma bolsa integral, quando soube da nota que tirou na prova. Fugindo de uma perseguição e ainda sem certeza de que quer estar no Centro, Will acaba descobrindo que ir até aquele lugar talvez tenha sido um erro, porque é lá que reside o perigo maior.

A narração de Mark Frost é cativante. Não sei dizer exatamente o que há de especial nela, mas me senti acolhida virando aquelas páginas. Os capítulos terminam em pontos estratégicos que forçam você a continuar, não é aquele fim brusco para respeitar o limite padrão de páginas por capítulo. Os personagens têm a profundidade que é comum ao gênero, nada de especial. Há espaço para a menina bonita e gentil que arrebata corações, a menina bonita e extremamente sedutora, o fortão piadista que proporciona alívio cômico, o nerd que alterna entre o otimismo e o pessimismo, o herói que vive enfrentando dilemas morais e o grupinho de “vilões” adolescentes cujo destaque aparece só em dois deles enquanto o resto figura como meros coadjuvantes. A trama é interessante e bem cadenciada, mas como eu disse mais acima, não há nada de especial nesse livro – exceto, talvez, a narrativa do autor. Porque veja bem: se você avalia uma obra sendo racional e chega à conclusão de que ela não traz nem uma inovação, mas mesmo assim ainda a acha fascinante, a “culpa” disso só pode ser da narrativa do autor. Correto?
Uma coisa interessante nesse livro é você comparar o momento em que Will chega no Centro e o momento em que “retorna” do conflito final. Ele se encaminha, nas duas ocasiões, para o mesmo lugar dentro do campus. Então você compara as reações dele nessas situações diferentes e percebe que esse foi o modo que Frost encontrou de dizer: “o Will já não é o mesmo, percebe? Ele amadureceu, essa aqui é a minha pista para que você entenda”. Eu achei isso sensacional. Quando você terminar a leitura, saberá do que estou falando. Corre aqui para dizer se não concorda comigo.

Em resumo: A Profecia do Paladino é uma obra fantástica infanto-juvenil que segue os moldes do gênero e não traz muitas inovações, mas tem uma narrativa cativante e capítulos se encerrando em momentos estratégicos que deixam você ansiando pela próxima página. O worldbuilding sem dúvidas foi bem trabalhado, ficando encarregado ao Dave, um improvável aliado do protagonista, as melhores apresentações nesse aspecto. Há referência direta a fatos históricos e uma reavaliação do mundo em que vivemos encaixando as criaturas do Nunca-Foi, que habitaram a Terra muito antes de nós mas entraram em conflito com a Hierarquia (uma ordem de anjos, pelo que entendi) e foram banidos desta realidade. A ação permeia o livro da primeira à última página. Will West, o protagonista, está envolvido até o último fio de cabelo numa profecia da qual mal tem conhecimento – mas que seus pais sempre souberam, por isso regiam a vida do filho através de inúmeras regras e mudanças de cidade esporádicas. Os personagens são bem construídos de modo geral e a gente percebe que o grupo principal amadurece conforme as provações que enfrenta: o passado os atormenta, mas a perspectiva do futuro atual ainda é o pior pesadelo.
Mergulhe de cabeça. Ou, melhor ainda, corra– sem esquecer de passar pelo buraco no antigo carvalho branco na floresta que circunda o campus. Há muitas leituras das quais a gente se arrepende na vida, mas essa com certeza não será uma delas.

Quem disse que clichês não podem ser bons?


Não era o que acontecia a todos, mais cedo ou mais tarde, uma vez que tivessem sido obrigados a encarar a verdade, qualquer que fosse a forma sob a qual ela se disfarçasse? Nós nascemos. Nós morremos. Nesse meio-tempo fazemos o melhor que podemos com o que nos é dado e amamos as pessoas que nos são mais caras.




Celly é treinada na técnica krasiana do combate corporal contra terraítas, assim como em esgrima (incluindo com sabres de luz), siglística e é detentora do título de especialista em Defesa Contra as Artes das Trevas. Um dia será Defensora Pública nas horas vagas, se a vida dupla com os Nobres Vigaristas assim permitir. Doze.

Artigo || Dicas para autores novatos

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Esta postagem é especialmente dedicada aos escritores nacionais, principalmente aqueles que estão começando a escrever ou que acabaram de lançar sua primeira obra. Não tem nada de muito novo, apenas algumas detalhes e dicas que percebi observando outros escritores e o comportamento geral dos leitores. 

ATENÇÃO AOS DETALHES

a maior parte do trabalho já está feito, mas capa, diagramação ou revisão ruins podem prejudicar a apreciação de sua obra
Sempre nos ensinaram a “não julgar um livro pela capa”, mas eu faço isso, e os outros leitores também. Já perdi a conta de quantas vezes comprei um livro por ter me apaixonado pela capa e, mais ainda, quantas vezes não dei uma segunda olhada em um livro por não ter gostado da capa.
Uma boa diagramação também é essencial. Escolher uma fonte confortável, letras e espaçamento com o tamanho necessário pode melhorar a experiência do leitor com o livro, fora isso, detalhes e enfeites na diagramação podem ser um grande diferencial. 
A revisão talvez seja até mais importante que a capa e diagramação, porque além de prejudicar a apreciação da sua obra e, consequentemente, suas vendas, ela pode prejudicar sua imagem. Leitores, em geral, sabem e gostam do português correto. Uma revisão ruim, além de indicativa de um trabalho mal feito, pode atrapalhar a leitura - eu tenho a péssima mania de corrigir mentalmente os erros que encontro, quando o livro tem muitos erros acabo não conseguindo dar a devida atenção à história. E não se engane achando que a editora vai fazer esse trabalho, pois nem todas elas são tão cuidadosas como deveriam. Conheço alguns autores que confiaram cegamente na editora e depois da publicação encontraram um livro cheio de erros. Então cobre, confira, confira de novo, cobre de novo, seja chato se necessário, mas não deixe alguns erros de revisão estragarem o seu trabalho.


PARTICIPE DE GRUPOS SOBRE LIVROS

de preferência grupos do mesmo gênero do seu livro: veja, seja visto e faça amigos.
Esse é seu público alvo. Além de uma ótima fonte de informações e opiniões, nesses grupos é possível fazer amizades e achar pessoas que admirem e respeitem sua opinião. Alguém que te conheça tem muito mais chance de se interessar pelo seu trabalho. Mesmo que você nunca tenha conversado com ela, essa pessoa pode já ter visto você em alguns tópicos e concordar com suas opiniões. Fora isso, leitores geralmente conhecem outros leitores e, se o seu livro realmente for bom, com certeza será indicado para os amigos.
Outra possibilidade nesses grupos é de você conseguir alguns leitores beta, que diferentemente dos seus pais, tios, primos, amigos – pelo menos na maioria dos casos –, estão acostumados com este gênero literário e vão saber identificar mais facilmente pontos em desacordo ou estranhos na história. 
Algumas sugestões de grupos que eu, particularmente, gosto: Me Livrando || Livros de Fantasia e Aventura - Skoob || Clube de Autores de Fantasia || Livros, Minha Paixão <3 || Bah que Livro Tri.



SEJA SIMPÁTICO COM SEUS LEITORES

Todo mundo gosta de atenção e de ser bem tratado. O livro pode até ser bom, mas quando o autor trata mal os leitores (e às vezes até outros autores), as pessoas acabam se interessando menos ou pegando implicância com o livro e com o autor. Seja simpático, não custa nada. Responda aos leitores quando eles lhe perguntarem alguma coisa. Quando alguém fizer uma boa resenha ou um elogio ao seu livro, agradeça. Você tem que divulgar o seu livro, mas não seja insistente; se a pessoa não quer, ela não quer; se ela não pode comprar no momento, você ficar insistindo não fará com que ela compre mais rápido. Evite falar mal de outros autores e fazer críticas sem uma base sólida, além de um comportamento antiético, esses autores têm fãs que podem não gostar da sua crítica e transferir esse desgosto para você e seu trabalho.



CADASTRE SEU LIVRO EM TODAS AS REDES SOCIAIS POSSÍVEIS

Exemplos: Facebook, Goodreads, Skoob...
Mantenha essas páginas sempre atualizadas e, se possível, com os primeiros capítulos à disposição do leitor. Assim, ele pode ver se gosta da história e não se sentir “arriscando” na compra de um livro de um autor desconhecido. São medidas simples e gratuitas, que podem te render um alcance maior de publicidade e alguns novos leitores.
Mas, se vai utilizar redes sociais, tenha bom senso. Não saia por aí criando spam. Existem horas e lugares para a divulgação. Antes de postar sua publicidade em um grupo, olhe as regras, verifique se não é proibido ou se não existe um lugar específico para essa divulgação ser feita. Não invada a privacidade alheia; não mande mensagem privada com divulgação para desconhecidos, todo mundo odeia isso. Se quiser falar do seu livro, puxe assunto, converse com a pessoa, se for do interesse dela e surgir um espaço você comenta sobre ele.


DISPONIBILIZE MATERIAL PARA FUTUROS LEITORES

Citações e contos, por exemplo, assim todos se familiarizam com sua escrita
Muitos autores disponibilizam contos ou alguns livros gratuitamente na Amazon, Wattpad e outros sites, continuamente ou por alguns dias. Você pode pensar “o que eles ganham com isso?”. Às vezes alguém pode ler seu livro/conto, gostar e indicar para um amigo, que irá comprar o material, esse alguém pode gostar e procurar outras obras suas ou, futuramente, quando se deparar com um trabalho seu, achar seu nome familiar e se interessar pela leitura.


FECHE PARCERIA COM BLOGUEIROS E VLOGUEIROS

Uma das primeiras resenhas do Me Livrando foi de uma parceria fechada com o autor nacional Jim Carbonera.
É muito importante seu livro ter resenhas, pois elas ajudam o leitor a decidir se a leitura vale a pena. A sinopse fala sobre o assunto do livro, mas as resenhas, além do assunto, abordam o desenvolvimento, linguagem, personagens, revisão e muitos outros aspectos. Além disso, uma resenha também é uma forma de publicidade; blogueiros/vloggers têm “seguidores”, pessoas que acompanham seus blogs/vlogs e confiam em sua opinião. Uma boa resenha pode influenciar alguns desses “seguidores” a comprarem seu livro.
Mas não basta escolher um blogueiro/vlogger qualquer. Blogueiros/vloggers, como qualquer outro leitor, têm suas preferências literárias e gêneros que entendem mais (por exemplo, não adianta pedir para alguém que nunca leu um livro de terror resenhar um, pois não existe uma base para comparação). Além disso, os “seguidores” costumam gostar dos mesmos gêneros literários que são normalmente resenhados naquele blog/vlog. Portanto, você conseguirá um resultado muito melhor tentando atingir seu público alvo, e não pessoas ao acaso.
Também não é aconselhável que escolha um blogueiro/vlogger que não seja sincero, alguém que classifica todos os livros como “excelente” apenas porque ganhou um exemplar ou para agradar aos autores. Blogueiros/vloggers assim acabam perdendo a credibilidade, muitas vezes fazendo seu livro perder a credibilidade junto. Fora isso, uma resenha sincera pode te ajudar em mais coisas do que vender alguns exemplares; pode apontar onde você está errando, para que você possa melhorar. Por isso, antes de fechar uma parceria, leia algumas das resenhas feitas pelo blogueiro, analise se ele é sincero, se o blog tem um bom público, se o português dele é bom, a qualidade das resenhas, os critérios que ele utiliza, se é “cruel” quando não gosta de um livro, etc. Se possível, converse com autores que tiveram o livro resenhado por aquele blogueiro, pergunte como eles foram tratados.



PARTICIPE DE EVENTOS LITERÁRIOS

Seja visto. Além de serem oportunidades para você passar mais informações e divulgar seu livro, quanto mais as pessoas te verem, mais vai aumentar a sensação de proximidade e familiaridade delas com você e com seu livro. A capa, título, ou mesmo o tema que possam não ter interessado de primeira, podem despertar interesse depois de explanado algumas vezes, os leitores podem pesquisar mais a respeito e decidir por ler seu livro.


FAÇA PROMOÇÕES

Quem não gosta de uma promoção? Às vezes a pessoa até se interessa pelo seu livro, e pretende comprar e ler um dia. Mas são tantos livros, a lista é tão grande e aumenta cada vez mais, que ninguém pode culpá-la por ir adiando, adiando, adiando... Às vezes, o incentivo que ela precisa é uma promoção, aquele pensamento de “está tão barato que eu tenho que comprar” ou “está com um desconto tão bom, não posso perder, se eu não comprar hoje vou querer comprar mais pra frente e vai estar mais caro”. 
Promoções com baixa no preço são as mais difíceis de resistir – pra mim, pelo menos –, mas não existe só esse tipo de promoção: você pode dar “mimos” para quem compra o livro, como marcadores, calendários, pôsteres, chaveiros. Se o problema for o custo de tudo isso, você pode ser criativo. Por exemplo, sortear entre os compradores a criação de um personagem do próximo livro inspirado no ganhador, entre outras dezenas de coisas que vão depender apenas da sua criatividade. 


SORTEIE ALGUNS EXEMPLARES

Eu sei, livros são caros e você está tendo pouco (ou nenhum) lucro, mas os sorteios são um ótimo método de divulgação. Algumas pessoas que não prestariam atenção no seu livro de outra maneira, vão pesquisar um pouco sobre ele antes de se inscrever, além de ser uma ótima oportunidade para elas divulgarem a promoção, e assim o livro alcançar pessoas que não alcançaria de outra maneira. 
Não estou falando para você sair distribuindo livros por aí, apenas para escolher bons lugares e disponibilizar uns poucos exemplares para sorteio. Alguns dos blogs/vlogs que fizeram as resenhas são boas escolhas. Aqueles grupos de leitores de que eu falei no outro tópico também. Mas nesse caso, certifique-se de escolher um de que você participe e seja pelo menos um pouco conhecido, e certifique-se de já ter algumas resenhas publicadas na data do lançamento do sorteio, para quando as pessoas forem pesquisar terem o que achar; também seria interessante se alguns membros mais conhecidos do grupo já tiverem lido o livro e puderem dar opinião a respeito, isso com certeza terá influência sobre outros membros. 

E AS DICAS MAIS IMPORTANTES:



A principal regra da escrita é que, se escrever com segurança e confiança suficientes, você pode fazer o que quiser (essa pode ser uma regra para a vida, assim como para a escrita). Então, escreva a sua história como ela precisa ser escrita. Escreva-a com honestidade e conte-a da melhor forma que você puder. Eu não sei com certeza se existem outras regras. Pelo menos, não as que importem... - Neil Gaiman




Alexia é uma arcanista plena que conhece muitos nomes, é capaz de chamar o raio e o trovão. Normalmente usa suas habilidades para combater crituras das trevas como orcs e trolls, mas no momento está muito ocupada com seus três dragões em fase de crescimento - eles dão realmente muito trabalho. Nas horas vagas ela gosta de cozinhar, dançar e às vezes consegue arrumar um tempo para o namorado.

#MaratonaDark vem aí!

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A Maratona Literária Me Livrandoé um evento que acontece dentro do grupo do blog e vem conquistando cada vez mais participantes. Com menos de um ano de existência, já são quase 1.500 membros e 09 edições! A próxima, que será a nossa 10ª Maratona, não poderia passar “em branco”. Por isso, após observar a recepção dos leitores quanto às editoras, descobrimos que a DarkSide Books é a favorita. Decidimos homenageá-la... E ela topou! Vamos apostar no escuro?    
Vem saber um pouquinho mais sobre essas 48h incríveis que passaremos no próximo feriado – e leia até o final porque já temos uma interação anunciada aqui.


INFORMAÇÕES BÁSICAS

Quando será? 21 e 22 de abril.
Que horas começa? às 00h01min do dia 21 de abril, na quinta-feira, encerrado às 23h59min do dia 22, na sexta.
Onde? https://www.facebook.com/groups/MaratonaLiterariaMeL/


MAS CELLY, COMO FUNCIONA?

Imagine-se sentado na sua poltrona favorita – ou deitado na cama. Um livro fantástico em mãos e horas de deleite pela frente. Em horas previamente avisadas você irá acessar o smartphone ou o computador para checar o nosso grupo... Mas por que isso?
Nas horas combinadas estarei postando imagens chamadas de Desafios Oficiais. Serão perguntas pertinentes à leitura que você está fazendo. É uma forma, não apenas de controlar quem está ativo e online, mas também de promover interação. Nada impede que você, no entanto, faça seus próprios posts (desde que numa quantidade e intervalo de tempo razoáveis). Não precisa responder todos os Desafios, mas se tivermos 12, seria interessante que você respondesse ao menos 08. Eles são marcados com a tag #DesafioOficial10, então, caso você perca algum, é só procurar esse tag na ferramenta de pesquisa do grupo.
Exemplo de desafio da edição dedicada à Fantasia.
Geralmente nossas Maratonas duram 24h, mas como essa é especial durará 2 dias. O primeiro dia, 21 de abril, será dedicado a postagem dos Desafios Oficiais. Se você por algum motivo não puder acessar a internet durante o dia é só avisar a gente. Contanto que responda os desafios antes de meia-noite, não tem problema. 



EU PRECISO LER O DIA INTEIRO?

Não, a maratona não é uma competição para ver quem lê mais ou fica mais tempo lendo. Você vai estabelecer a sua meta, não nos importamos se ela for de 30, 300 ou 1000 páginas, o que importa é ler e se divertir.


O QUE ACONTERÁ NO DIA 22?

No dia 22 de abril eu e a Alexia estaremos postando as chamadas Brincadeiras. Na última Maratona elas aconteceram como competições que envolviam resposta mais rápida e isso acabou prejudicando alguns leitores, por isso na 10ª edição interações assim não aparecerão. As Brincadeiras incluirão “tarefas” básicas e algumas que exijam criatividade. TODOS QUE RESPONDEREM terão pontos mínimos garantidos. Em atividades que exijam um esforço maior, os dois melhores serão recompensados com uma pontuação maior. O participante que obtiver o maior número de pontos ganhará um prêmio especial. O prazo para responder se encerrará às 23:59 de segunda, dia 25 de abril.
Exemplos ILUSTRATIVOS:  Brincadeira 01 - Curtir a página da DarkSide. 10 pontos para todos que cumprirem. || Brincadeira 05 - Crie um monstro. 10 pontos para todos que responderem; 30 pontos para a melhor resposta, 20 para a segunda melhor e 15 para a terceira melhor.


SOBRE OS PRÊMIOS


A DarkSide Books cedeu 13 livros, incluindo os dois livros no box da Ilana Casoy. Uma doadora anônima ofereceu, ainda, um exemplar capa dura de A Menina Submersa – ou seja, são 14 prêmios no total.
O box da Ilana Casoy será de quem acumular mais pontos nas Brincadeiras do dia 22 de abril.
Os outros livros serão sorteados entre quem participar da Maratona Literária. Criaremos um post no final da Maratona pedindo que todos comentem. Se você comentar primeiro, será o número 01 e assim sucessivamente. Então, usando o Sorteador, sortearemos DOZE NÚMEROS.
Exemplo: os números sorteados foram 06, 10, 14, 15, 20, 23, 30, 42, 34, 12, 01, 47. O número 06 irá escolher um livro entre os doze, o número 10 escolherá entre os onze livros que restarem, o número 14 escolherá entre os dez... Até que reste um livro, que ficará com o último sorteado.

ATENÇÃO: Não tente comentar sem ter participado ou comentar mais de uma vez. Isso sempre acontece e aqueles que insistem na conduta são desclassificados do sorteio e banidos do grupo. Se você não participou no dia 21 e começou a responder todos os desafios às 10h da manhã do dia seguinte para tentar nos enganar, nós saberemos. Sempre conferimos se todos que comentaram realmente estiveram na Maratona.

POSSO PARTICIPAR APENAS NO DIA 22?

Se você participar só no dia 21, concorrerá a um dos doze livros desse dia. 
Se você participar só das Brincadeiras do dia 22, concorrerá ao box da Ilana Casoy. 
Se você participar de ambos os dias, concorrerá tanto a um dos doze livros quanto ao box da Ilana Casoy.


SÓ POSSO LER LIVROS DA DARKSIDE?

Geralmente não impomos regras nesse sentido, mas nossa 10ª edição é totalmente Dark e fugiria da lógica permitirmos livros de outras editoras. Se você não tem, sem problemas: a DarkSide disponibiliza em seu site freebooks para download. Há três contos lá: de Augusto dos Anjos, Edgar Allan Poe e Bram Stoker. Sem desculpas para não participar, hein? 

          



E COMEÇAM AS BRINCADEIRAS!


Desde agora temos brincadeiras ativas! São três bem simples que vão garantir alguns pontos para você concorrer ao box da Ilana Casoy. 

01. Poste uma foto em QUALQUER REDE SOCIAL com uma plaquinha escrito “#MaratonaDark Me Livrando: Eu vou!” e algum símbolo ou mesmo um livro da DarkSide. Pode aparecer seu rosto ou não, fica a seu critério, só não esqueça de utilizar as hashtags #MaratonaDark e #MeLivrando.
*Ao postar a foto, você concorda que o Blog Me Livrando e a editora DarkSide utilizem a imagem em suas respectivas redes sociais e sites. Valendo: 20 pontos.

02. Compartilhe ESTE POST no seu perfil do Facebook.
É só copiar e colar este link (http://bit.ly/EuQueroDarkSideBooks) no seu perfil do Facebook, não sendo obrigatório o modo público se você for menor de idade. Valendo: 20 pontos.

03. Convide amigos: quanto mais gente participar da maratona, melhor ela será! Para cada amigo convidado que efetivamente participar da maratona, serão somados +5 pontos, com o máximo de 25 pontos, isso significa que você pode chamar quantos amigos quiser, mas apenas 5 serão contabilizados. Além de convidá-los, você deverá marcá-los em um post específico, com a tag #Brincadeira10, para que eles sejam contabilizados.
*Para não sermos injustos com os membros mais antigos, se você já convidou todos os seus amigos, basta marcá-los nos comentários do post específico, desde que eles tenham sido convidados por você para o grupo e que participem da maratona será válido, independente de quando tenham sido convidados. Valendo no máximo: 25 pontos.

Todas as brincadeiras acima são extraoficiais e valerão um total de até 65 pontos. Assim você já começa em vantagem! Mas observe o prazo: as duas primeiras só poderão ser realizadas até o dia às 23:59 do dia 20 DE ABRIL.
Então é isso, gente. Acredito que ficou tudo explicadinho e OK. Caso vocês ainda tenham alguma dúvida, basta deixar nos comentários. Até a próxima!







Celly é treinada na técnica krasiana do combate corporal contra terraítas, assim como em esgrima (incluindo com sabres de luz), siglística e é detentora do título de especialista em Defesa Contra as Artes das Trevas. Um dia será Defensora Pública nas horas vagas, se a vida dupla com os Nobres Vigaristas assim permitir. Doze.
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